O estudo de variantes genéticas associadas à obesidade na população brasileira, desenvolvido pela bióloga Ana Carolina Proença da Fonseca, foi selecionado para a premiação pela Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular. O trabalho identificou dois casos de mutações ligadas a um tipo raro de obesidade, chamada de monogênica, além de alterações genéticas que contribuem para a forma comum da doença, considerada poligênica. O estudo foi orientado pelo pesquisador Pedro Hernán Cabello Acero, chefe do Laboratório de Genética Humana do IOC, e co-orientado pela pesquisadora Giselda Maria Kalil de Cabello, do mesmo Laboratório.
De acordo com Ana Carolina, a maioria dos casos de obesidade é causada pela combinação de diversas variantes genéticas de pequeno efeito e fatores ambientais. No entanto, em alguns pacientes, a doença está relacionada com mutações de grande efeito em um único gene.
“Detectamos, pela primeira vez no Brasil, mutações potencialmente patogênicas nos genes MC4R e MRAP2, que atuam em uma via no hipotálamo, chamada leptina-melanocortina. Essa via é responsável pela percepção do apetite e potencialização do sinal da saciedade. Os pacientes com mutações patogênicas em genes nessa via apresentam diminuição da percepção da saciedade e, por consequência, alta ingestão alimentar e desenvolvimento de obesidade grave ainda na infância”, explicou a autora.
Antes da pesquisa, apenas um caso de mutação associada à obesidade monogênica tinha sido diagnosticado no Brasil, com alteração no gene LRP2.
Ao lado do orientador, Pedro Hernán Cabello Acero, Ana Carolina Proença da Fonseca celebra a defesa do trabalho sobre variantes genéticas associadas à obesidade na população brasileira. Foto: Acervo pessoalAo todo, o trabalho analisou características genéticas de 304 indivíduos obesos e 192 com peso adequado para o tamanho. Alterações genéticas que influenciam no desenvolvimento da forma comum da obesidade, aumentando ou reduzindo a predisposição para o ganho de peso, foram identificadas em genes que participam da via leptina-melanocortina, responsável pela percepção da saciedade, e do escurecimento do tecido adiposo branco, um mecanismo que promove maior gasto calórico durante a atividade física. Uma variante genética com efeito protetor para o desenvolvimento de hipertensão em pessoas com obesidade também foi encontrada no trabalho.
Segundo Ana Carolina, o conhecimento das variantes genéticas pode ajudar a compreender melhor o desenvolvimento da obesidade e a identificar pacientes com propensão para a doença.
“A obesidade afeta mais de 13% da população mundial e está associada a diversas comorbidades, como diabetes do tipo 2, síndrome metabólica e hipertensão. Em especial, para os pacientes com obesidade monogênica não sindrômica, o diagnóstico molecular possibilita um manejo clínico mais adequado e o aconselhamento genético do paciente e de seus familiares. Existem ainda intervenções terapêuticas em desenvolvimento, que podem beneficiar especialmente estes indivíduos”, ressaltou a recém-doutora.
Pelo conjunto de resultados, a tese ‘Abordagem epidemiológica e molecular da obesidade em uma amostra do Rio de Janeiro’ recebeu, no ano passado, menção honrosa na categoria Saúde Coletiva do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, concedido pela presidência da Fiocruz. A pesquisa foi realizada com apoio de bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O estudo de variantes genéticas associadas à obesidade na população brasileira, desenvolvido pela bióloga Ana Carolina Proença da Fonseca, foi selecionado para a premiação pela Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular. O trabalho identificou dois casos de mutações ligadas a um tipo raro de obesidade, chamada de monogênica, além de alterações genéticas que contribuem para a forma comum da doença, considerada poligênica. O estudo foi orientado pelo pesquisador Pedro Hernán Cabello Acero, chefe do Laboratório de Genética Humana do IOC, e co-orientado pela pesquisadora Giselda Maria Kalil de Cabello, do mesmo Laboratório.
De acordo com Ana Carolina, a maioria dos casos de obesidade é causada pela combinação de diversas variantes genéticas de pequeno efeito e fatores ambientais. No entanto, em alguns pacientes, a doença está relacionada com mutações de grande efeito em um único gene.
“Detectamos, pela primeira vez no Brasil, mutações potencialmente patogênicas nos genes MC4R e MRAP2, que atuam em uma via no hipotálamo, chamada leptina-melanocortina. Essa via é responsável pela percepção do apetite e potencialização do sinal da saciedade. Os pacientes com mutações patogênicas em genes nessa via apresentam diminuição da percepção da saciedade e, por consequência, alta ingestão alimentar e desenvolvimento de obesidade grave ainda na infância”, explicou a autora.
Antes da pesquisa, apenas um caso de mutação associada à obesidade monogênica tinha sido diagnosticado no Brasil, com alteração no gene LRP2.
Ao lado do orientador, Pedro Hernán Cabello Acero, Ana Carolina Proença da Fonseca celebra a defesa do trabalho sobre variantes genéticas associadas à obesidade na população brasileira. Foto: Acervo pessoalAo todo, o trabalho analisou características genéticas de 304 indivíduos obesos e 192 com peso adequado para o tamanho. Alterações genéticas que influenciam no desenvolvimento da forma comum da obesidade, aumentando ou reduzindo a predisposição para o ganho de peso, foram identificadas em genes que participam da via leptina-melanocortina, responsável pela percepção da saciedade, e do escurecimento do tecido adiposo branco, um mecanismo que promove maior gasto calórico durante a atividade física. Uma variante genética com efeito protetor para o desenvolvimento de hipertensão em pessoas com obesidade também foi encontrada no trabalho.
Segundo Ana Carolina, o conhecimento das variantes genéticas pode ajudar a compreender melhor o desenvolvimento da obesidade e a identificar pacientes com propensão para a doença.
“A obesidade afeta mais de 13% da população mundial e está associada a diversas comorbidades, como diabetes do tipo 2, síndrome metabólica e hipertensão. Em especial, para os pacientes com obesidade monogênica não sindrômica, o diagnóstico molecular possibilita um manejo clínico mais adequado e o aconselhamento genético do paciente e de seus familiares. Existem ainda intervenções terapêuticas em desenvolvimento, que podem beneficiar especialmente estes indivíduos”, ressaltou a recém-doutora.
Pelo conjunto de resultados, a tese ‘Abordagem epidemiológica e molecular da obesidade em uma amostra do Rio de Janeiro’ recebeu, no ano passado, menção honrosa na categoria Saúde Coletiva do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, concedido pela presidência da Fiocruz. A pesquisa foi realizada com apoio de bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)