Em alguns bairros suburbanos do Estado do Rio de Janeiro, grandes criadouros, como caixas d’água, tonéis ou galões, produzem quase 70% do total de mosquitos adultos. São os mais perigosos tipos de criadouros. Isso não significa que a população possa descuidar da atenção a pequenos reservatórios, como pratos de vasos de plantas, calhas, tampinhas de refrigerantes, copos de plástico, bandejas de ar condicionado, entre outros.



Estudos demonstram que a dispersão do Aedes aegypti está relacionada à densidade populacional. Ambientes com as características de uma favela, com muitas casas próximas, os mosquitos voam usualmente de 40m a 50m. Em bairros com aglomeração humana não tão intensa, a média de voo registrada é de aproximadamente 100m, podendo chegar a 240m. Em regiões sem barreiras à dispersão do mosquito, como montanhas, praia ou grandes avenidas, o vetor pode atingir um raio de voo de 800m.



Elimine os criadouros

Como o A. aegypti prefere ambientes com menos claridade, verifique embaixo de mesas ou cadeiras, estantes, atrás da cortina ou locais de pouca luminosidade. Eliminar focos de água parada que podem ser usados como criadouros, para depósito de ovos do mosquito, é a forma mais eficaz de combate à dengue.



Acabar com focos de água parada é fácil: desobstrua calhas, elimine lixo a céu aberto e tenha cuidado ao lavar o chão da cozinha, da varanda, de quintais e da área de serviço para que não acumule água dentro do ralo. Zeladores de prédios têm que ter cuidado para que a água usada para lavar o hall não vá parar dentro do poço do elevador. Mas o que fazer com recipientes que não podem ser eliminados, e que podem se tornar importantes reservatórios do A. aegypti, como caixas d’água, tambores e tonéis? Simples, pois devem ser vedados. É importante que eles não sejam apenas tampados, mas totalmente vedados, já que o mosquito consegue entrar mesmo em fendas e frestas muito pequenas para depositar seus ovos. Em algumas situações, o uso de telas pode ser uma boa solução. A fêmea coloca seus ovos nas áreas úmidas da parede do depósito, junto à superfície. Por isso, é indispensável limpar as paredes dos recipientes onde os ovos possam estar grudados com palha de aço ou escova de pelos duros. Troque a água dos pratinhos de vasos de plantas e lave-os muito bem pelo menos uma vez por semana.

E não se esqueça: fique em alerta durante o ano inteiro, independentemente se estamos no verão ou não, pois o ovo do A. aegypti sobrevive até 450 dias fora d’água.



Conheça o mosquito

Reconheça as larvas do Aedes aegypti, pois elas fogem da luz: são fotofóbicas. Diferentemente das larvas de outros mosquitos urbanos, as formas imaturas do Aedes têm aversão à luz. Quando estiver em dúvida se a larva encontrada num reservatório de água é mesmo do vetor da dengue, ilumine o recipiente com uma lanterna: se as larvas fugirem, são provavelmente do vetor. O mosquito adulto também tem esta característica e é muito arisco, se desloca com muita velocidade quando há mudança brusca de iluminação sobre o local onde está pousado ou picando.



O A. aegypti é doméstico: ele vive dentro da casa das pessoas ou dos ambientes de trabalho. Ao contrário de mosquitos silvestres, ele não vive em locais de mata e não costuma se afastar mais de 100m das casas.