Diante de um vírus novo como o SARS-CoV-2, causador da Covid-19, cientistas em todo o mundo buscam formas de minimizar os impactos da infecção. Mestre pelo Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e doutora em Ciências Biomédicas pela Universidade de Antuérpia, na Bélgica, a bióloga moçambicana Raquel Matavele Chissumba investiga nas plantas medicinais um possível tratamento para a doença que já provocou mais de 1,6 milhão de mortes em todo o planeta.
A excelência de sua pesquisa foi contemplada com o prêmio 'Mulheres Cientistas' do Programa Early Career Fellowship. A iniciativa faz parte da Organização para Mulheres na Ciência para o Mundo em Desenvolvimento, associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Ao longo da carreira, Raquel teve como foco a pesquisa da disfunção do sistema imune, principalmente no campo das respostas imunes exacerbadas.
Durante o mestrado, a bióloga estudou um grupo de células do sistema imune, denominado células T reguladoras, em pacientes com doença neurológica, no contexto da coinfecção pelo HIV-1 (vírus da imunodeficiência humano) e pelo HTLV-1 (Vírus T-Linfotrópico Humano do tipo 1). A função das células T reguladoras é fundamental para o controle de respostas inflamatórias exacerbadas.
“No IOC, encontrei um ambiente que me permitiu criar os fundamentos do trabalho de pesquisa básica que faço hoje. Tive o privilégio de ser orientada por dois excelentes pesquisadores, Suse Barbosa e Wilson Savino”, conta a especialista que integrou o grupo de estudantes vinculados ao Programa de Cooperação Internacional de Pós-graduação em Ciências da Saúde, resultado de uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS).
Segundo Raquel, o conhecimento sobre os mecanismos de regulação da resposta imunológica aliado a trabalhos anteriores sobre plantas medicinais foi fundamental para a elaboração do projeto de pesquisa vencedor do prêmio.
“O quadro clínico-laboratorial da Covid-19 espelha uma doença de cunho de desregulação da resposta imune à infecção pelo SARS-CoV-2. Fizemos uma busca de plantas, já bem estudadas, com capacidade de bloquear os principais mecanismos pelos quais surge a resposta exacerbada nos indivíduos que evoluem para doença pós-infecção”, explica.
A pesquisadora destaca que o prêmio deve impulsionar o desenvolvimento do projeto, assim como a busca por parcerias com a indústria para possibilitar que os resultados da pesquisa se tornem um produto com impacto direto na vida das comunidades.
“Nossa perspectiva é propor formas para tratamento, incluindo o uso de probióticos, e monitorização da doença, de baixo custo e moldados para realidade e perfil da população moçambicana e africana”, conclui.
Diante de um vírus novo como o SARS-CoV-2, causador da Covid-19, cientistas em todo o mundo buscam formas de minimizar os impactos da infecção. Mestre pelo Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e doutora em Ciências Biomédicas pela Universidade de Antuérpia, na Bélgica, a bióloga moçambicana Raquel Matavele Chissumba investiga nas plantas medicinais um possível tratamento para a doença que já provocou mais de 1,6 milhão de mortes em todo o planeta.
A excelência de sua pesquisa foi contemplada com o prêmio 'Mulheres Cientistas' do Programa Early Career Fellowship. A iniciativa faz parte da Organização para Mulheres na Ciência para o Mundo em Desenvolvimento, associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Ao longo da carreira, Raquel teve como foco a pesquisa da disfunção do sistema imune, principalmente no campo das respostas imunes exacerbadas.
Durante o mestrado, a bióloga estudou um grupo de células do sistema imune, denominado células T reguladoras, em pacientes com doença neurológica, no contexto da coinfecção pelo HIV-1 (vírus da imunodeficiência humano) e pelo HTLV-1 (Vírus T-Linfotrópico Humano do tipo 1). A função das células T reguladoras é fundamental para o controle de respostas inflamatórias exacerbadas.
“No IOC, encontrei um ambiente que me permitiu criar os fundamentos do trabalho de pesquisa básica que faço hoje. Tive o privilégio de ser orientada por dois excelentes pesquisadores, Suse Barbosa e Wilson Savino”, conta a especialista que integrou o grupo de estudantes vinculados ao Programa de Cooperação Internacional de Pós-graduação em Ciências da Saúde, resultado de uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS).
Segundo Raquel, o conhecimento sobre os mecanismos de regulação da resposta imunológica aliado a trabalhos anteriores sobre plantas medicinais foi fundamental para a elaboração do projeto de pesquisa vencedor do prêmio.
“O quadro clínico-laboratorial da Covid-19 espelha uma doença de cunho de desregulação da resposta imune à infecção pelo SARS-CoV-2. Fizemos uma busca de plantas, já bem estudadas, com capacidade de bloquear os principais mecanismos pelos quais surge a resposta exacerbada nos indivíduos que evoluem para doença pós-infecção”, explica.
A pesquisadora destaca que o prêmio deve impulsionar o desenvolvimento do projeto, assim como a busca por parcerias com a indústria para possibilitar que os resultados da pesquisa se tornem um produto com impacto direto na vida das comunidades.
“Nossa perspectiva é propor formas para tratamento, incluindo o uso de probióticos, e monitorização da doença, de baixo custo e moldados para realidade e perfil da população moçambicana e africana”, conclui.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)