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Incidência de câncer de colo de útero em mulheres vivendo com HIV é tema de conferência

Dados apontam uma sobreposição das infecções por HPV e HIV, com altos índices na África subsaariana, outras proções do continente africano e na América Latina
Por Jornalismo IOC29/04/2010 - Atualizado em 10/12/2019

A infecção por HIV como um dos fatores que poderia aumentar o potencial de desenvolvimento de câncer de colo de útero em mulheres infectadas com papilomavírus humano (HPV) foi um dos temas abordados no Simpósio Internacional de Pesquisa em HPV, realizado pela Fiocruz no Rio de Janeiro. O tema foi abordado pelo pesquisador Howard Strickler, do Departamento de Epidemiologia e Saúde da População do Albert Einstein College of Medicine, em conferência proferida em 29/04.


O pesquisador apresentou resultados de estudos que mostram que mulheres vivendo com HIV possuem alto risco de desenvolvimento de câncer cervical. O risco elevado está fortemente relacionado à reativação de infecções prévias por HPV e varia conforme os tipos de vírus. Além disso, o pesquisador também abordou os benefícios de utilizar testes de DNA na triagem de mulheres com citologia normal ou lesões limítrofes e avaliou os benefícios da vacinação para HPV entre mulheres adultas que vivem com HIV.

Gutemberg Brito

 

Estudo apresentado pelo pesquisador Howard Strickler evidenciou uma relação entre a imunossupressão e o risco de desenvolvimento do HPV

Strickler analisou a distribuição geográfica do HIV e do HPV no mundo. Os dados apontam uma sobreposição das infecções, com altos índices na África subsaariana, outras proções do continente africano e na América Latina, evidenciando algum tipo de relação entre as doenças. Em números gerais, a incidência de câncer de colo de útero em mulheres vivendo com Aids é dez vezes maior do que em mulheres não infectadas. Já o índice de desenvolvimento de doenças cervicais é cinco vezes mais elevado em mulheres vivendo com HIV.
 
Um dos estudos apresentados pelo pesquisador, realizado com cerca de 6 mil mulheres, metade delas vivendo com Aids, evidenciou uma relação entre a imunossupressão e o risco de desenvolvimento do HPV. No entanto, o estudo mostrou, também, que essa relação não é igual para todos os tipos do vírus HPV. “O tipo que está relacionado à maioria dos cânceres de colo do útero, o HPV-16, é, na verdade, o menos afetado pela diminuição da imunidade, o que sugere que este vírus já tem uma habilidade inata para evitar os efeitos do sistema imunológico humano’”, avalia o pesquisador. “Esse dado pode ser importante para entendermos o que diferencia o tipo 16 dos outros tipos de HPV, quais fatores imunológicos são importantes na relação HPV-HIV e ter, ainda, impacto no desenvolvimento de vacinas específicas para mulheres que vivem com HIV”, acredita.

Sobre o desenvolvimento de vacinas, o pesquisador avaliou os benefícios da vacinação de mulheres adultas que vivem com HIV e considerou os resultados, no mínimo, incertos. “Em mulheres mais velhas e com vida sexual ativa há mais tempo e, consequentemente, com grande exposição ao HPV, a vacina não deverá ser muito eficiente. O método parece mais efetivo em mulheres com HIV que ainda não tenham iniciado sua vida sexual e, mesmo entre elas, a vacina teria que incluir uma grande diversidade de tipos de HPV, uma vez que, nesses casos, outros subtipos do vírus são importantes, além dos comumente relacionados ao câncer cervical no restante da população”, acredita.   

O pesquisador também apresentou um estudo que relacionou os casos de HPV em pacientes vivendo com Aids à reincidência de infecções antigas. A relação da doença com a transmissão sexual, no entanto, também foi evidenciada, pela suscetibilidade a novas infecções. “A dificuldade de tratamento e os índices de recorrência mostram que, para mulheres adultas vivendo com HIV, o monitoramento epidemiológico e o tratamento efetivo continuam a ser as melhores formas de prevenir o desenvolvimento dos cânceres relacionados ao HPV”, opinou. “Por isso, acredito que os clínicos deveriam concentrar-se na prevenção do câncer e não na tentativa de cura. Nesse grupo, a recorrência, em geral, causa infecções de baixo grau e o objetivo do tratamento deveria ser dar qualidade de vida a essas pessoas”, completa.

: : voltar para Especial Simpósio Internacional de Pesquisa em HPV

Marcelo Garcia

29/04/10

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Dados apontam uma sobreposição das infecções por HPV e HIV, com altos índices na África subsaariana, outras proções do continente africano e na América Latina
Por: 
jornalismo

A infecção por HIV como um dos fatores que poderia aumentar o potencial de desenvolvimento de câncer de colo de útero em mulheres infectadas com papilomavírus humano (HPV) foi um dos temas abordados no Simpósio Internacional de Pesquisa em HPV, realizado pela Fiocruz no Rio de Janeiro. O tema foi abordado pelo pesquisador Howard Strickler, do Departamento de Epidemiologia e Saúde da População do Albert Einstein College of Medicine, em conferência proferida em 29/04.



O pesquisador apresentou resultados de estudos que mostram que mulheres vivendo com HIV possuem alto risco de desenvolvimento de câncer cervical. O risco elevado está fortemente relacionado à reativação de infecções prévias por HPV e varia conforme os tipos de vírus. Além disso, o pesquisador também abordou os benefícios de utilizar testes de DNA na triagem de mulheres com citologia normal ou lesões limítrofes e avaliou os benefícios da vacinação para HPV entre mulheres adultas que vivem com HIV.

Gutemberg Brito

 

Estudo apresentado pelo pesquisador Howard Strickler evidenciou uma relação entre a imunossupressão e o risco de desenvolvimento do HPV

Strickler analisou a distribuição geográfica do HIV e do HPV no mundo. Os dados apontam uma sobreposição das infecções, com altos índices na África subsaariana, outras proções do continente africano e na América Latina, evidenciando algum tipo de relação entre as doenças. Em números gerais, a incidência de câncer de colo de útero em mulheres vivendo com Aids é dez vezes maior do que em mulheres não infectadas. Já o índice de desenvolvimento de doenças cervicais é cinco vezes mais elevado em mulheres vivendo com HIV.

 

Um dos estudos apresentados pelo pesquisador, realizado com cerca de 6 mil mulheres, metade delas vivendo com Aids, evidenciou uma relação entre a imunossupressão e o risco de desenvolvimento do HPV. No entanto, o estudo mostrou, também, que essa relação não é igual para todos os tipos do vírus HPV. “O tipo que está relacionado à maioria dos cânceres de colo do útero, o HPV-16, é, na verdade, o menos afetado pela diminuição da imunidade, o que sugere que este vírus já tem uma habilidade inata para evitar os efeitos do sistema imunológico humano’”, avalia o pesquisador. “Esse dado pode ser importante para entendermos o que diferencia o tipo 16 dos outros tipos de HPV, quais fatores imunológicos são importantes na relação HPV-HIV e ter, ainda, impacto no desenvolvimento de vacinas específicas para mulheres que vivem com HIV”, acredita.

Sobre o desenvolvimento de vacinas, o pesquisador avaliou os benefícios da vacinação de mulheres adultas que vivem com HIV e considerou os resultados, no mínimo, incertos. “Em mulheres mais velhas e com vida sexual ativa há mais tempo e, consequentemente, com grande exposição ao HPV, a vacina não deverá ser muito eficiente. O método parece mais efetivo em mulheres com HIV que ainda não tenham iniciado sua vida sexual e, mesmo entre elas, a vacina teria que incluir uma grande diversidade de tipos de HPV, uma vez que, nesses casos, outros subtipos do vírus são importantes, além dos comumente relacionados ao câncer cervical no restante da população”, acredita.   

O pesquisador também apresentou um estudo que relacionou os casos de HPV em pacientes vivendo com Aids à reincidência de infecções antigas. A relação da doença com a transmissão sexual, no entanto, também foi evidenciada, pela suscetibilidade a novas infecções. “A dificuldade de tratamento e os índices de recorrência mostram que, para mulheres adultas vivendo com HIV, o monitoramento epidemiológico e o tratamento efetivo continuam a ser as melhores formas de prevenir o desenvolvimento dos cânceres relacionados ao HPV”, opinou. “Por isso, acredito que os clínicos deveriam concentrar-se na prevenção do câncer e não na tentativa de cura. Nesse grupo, a recorrência, em geral, causa infecções de baixo grau e o objetivo do tratamento deveria ser dar qualidade de vida a essas pessoas”, completa.

: : voltar para Especial Simpósio Internacional de Pesquisa em HPV

Marcelo Garcia

29/04/10

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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)