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Instituto Oswaldo Cruz: retrospectiva 2019

Descobertas de vírus, avanços de pesquisas em malária, tuberculose e doença de Chagas, conquistas do Ensino e prêmios e homenagens marcaram o ano do IOC
Por Lucas Rocha19/12/2019 - Atualizado em 22/03/2021

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Diante de um ano desafiador, sobretudo no contexto da restrição orçamentária, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) reafirmou o seu compromisso com a saúde pública brasileira. A valorização da ciência se fez presente em todos os momentos: das atividades de Pesquisa às conquistas do Ensino e da promoção do debate à divulgação científica.

Efervescente, a Pesquisa protagonizou descobertas que podem trazer melhorias para o diagnóstico e tratamento de diversos agravos. Entre os achados, estão a eficácia de um composto utilizado contra o câncer no combate ao parasito causador da malária, uma terapia capaz de reverter o processo de fibrose e recuperar a função cardíaca de camundongos afetados pela doença de Chagas e novas evidências sobre a imunidade em mães e crianças infectadas com o vírus Zika. Uma metodologia que combina dois testes disponíveis comercialmente apontou um caminho inovador para o diagnóstico da tuberculose, enquanto a inibição de uma enzima digestiva das larvas do Aedes aegypti bloqueou o desenvolvimento do mosquito.

Atuantes no papel da vigilância, pesquisadores identificaram duas espécies de mosquitos, Haemagogus janthinomys e Haemagogus leucocelaenus, como as principais responsáveis por surtos de febre amarela no país. Outros três estudos revelaram dados importantes como a persistência do vírus da febre amarela no Rio de Janeiro, a disseminação da resistência do Aedes a inseticidas e o alto potencial de transmissão silvestre do vírus chikungunya. Um amplo projeto percorreu a região Centro-Oeste para produzir os genomas completos de dengue, Zika e chikungunya, enquanto uma investigação na região Norte levou à descoberta e descrição de dois novos vírus: Xapuri e Aporé.

No campo do Ensino, não faltaram motivos para celebrar. Estudos desenvolvidos na Pós-graduação Stricto sensu do Instituto foram destaques do Prêmio Capes de Tese 2019. Uma pesquisa sobre arenavírus foi uma das vencedoras e um trabalho sobre linhagens do vírus dengue tipo 1 recebeu menção honrosa na mais importante premiação de teses do país. Outros dois estudos ganharam o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses e um recebeu menção honrosa na premiação promovida pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. Já o Prêmio Anual IOC de Teses Alexandre Peixoto reconheceu a qualidade de seis projetos que apresentaram avanços importantes em diferentes áreas do conhecimento como a vigilância de doenças, o controle vetorial, o desenvolvimento de novas terapias e a educação ambiental.

A Pós-graduação em Vigilância e Controle de Vetores deu um passo importante com a realização das primeiras defesas do curso de mestrado iniciado em 2017. Já as especializações em Malacologia de Vetores e Ensino em Biociências e Saúde completaram 25 e 15 anos, respectivamente. A Pós em Biologia Celular e Molecular, por sua vez, celebrou 30 anos de contribuições. A Semana da Pós-graduação Stricto sensu foi marcada pela defesa da relevância da ciência para a educação e para a sociedade brasileira.

Também se destacaram conquistas como a vitória no Programa de empreendedorismo científico Inova Labs, de um projeto que tem como foco o diagnóstico do câncer de próstata, o reconhecimento do imunologista Wilson Savino com o título de doutor honoris causa pela Universidade Sorbonne e a nomeação do pesquisador Cláudio Ribeiro como membro titular da Academia Fluminense de Letras. Por suas inúmeras contribuições à saúde pública, Renato Cordeiro e Euzenir Nunes Sarno receberam o título de pesquisadores eméritos da Fiocruz.

Ao completar 119 anos, o Instituto avançou no planejamento estratégico e na construção do Plano de Diretrizes Estratégicas e abriu espaço ao debate de políticas públicas e institucionais voltadas para Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas. Ao longo de sete edições, o Núcleo de Estudos Avançados (NEA) reuniu físicos, sociólogos, educadores, antropólogos e gestores para discutir temas de importância para a sociedade como mudanças climáticas, ciência, cultura e educação, previdência social e direito constitucional dos povos indígenas. Na vanguarda da inovação, pesquisadores do IOC deram início às atividades de pesquisa na Antártica, com o objetivo de identificar possíveis ameaças à saúde humana.

Descobertas de vírus, avanços de pesquisas em malária, tuberculose e doença de Chagas, conquistas do Ensino e prêmios e homenagens marcaram o ano do IOC
Por: 
lucas

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Diante de um ano desafiador, sobretudo no contexto da restrição orçamentária, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) reafirmou o seu compromisso com a saúde pública brasileira. A valorização da ciência se fez presente em todos os momentos: das atividades de Pesquisa às conquistas do Ensino e da promoção do debate à divulgação científica.

Efervescente, a Pesquisa protagonizou descobertas que podem trazer melhorias para o diagnóstico e tratamento de diversos agravos. Entre os achados, estão a eficácia de um composto utilizado contra o câncer no combate ao parasito causador da malária, uma terapia capaz de reverter o processo de fibrose e recuperar a função cardíaca de camundongos afetados pela doença de Chagas e novas evidências sobre a imunidade em mães e crianças infectadas com o vírus Zika. Uma metodologia que combina dois testes disponíveis comercialmente apontou um caminho inovador para o diagnóstico da tuberculose, enquanto a inibição de uma enzima digestiva das larvas do Aedes aegypti bloqueou o desenvolvimento do mosquito.

Atuantes no papel da vigilância, pesquisadores identificaram duas espécies de mosquitos, Haemagogus janthinomys e Haemagogus leucocelaenus, como as principais responsáveis por surtos de febre amarela no país. Outros três estudos revelaram dados importantes como a persistência do vírus da febre amarela no Rio de Janeiro, a disseminação da resistência do Aedes a inseticidas e o alto potencial de transmissão silvestre do vírus chikungunya. Um amplo projeto percorreu a região Centro-Oeste para produzir os genomas completos de dengue, Zika e chikungunya, enquanto uma investigação na região Norte levou à descoberta e descrição de dois novos vírus: Xapuri e Aporé.

No campo do Ensino, não faltaram motivos para celebrar. Estudos desenvolvidos na Pós-graduação Stricto sensu do Instituto foram destaques do Prêmio Capes de Tese 2019. Uma pesquisa sobre arenavírus foi uma das vencedoras e um trabalho sobre linhagens do vírus dengue tipo 1 recebeu menção honrosa na mais importante premiação de teses do país. Outros dois estudos ganharam o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses e um recebeu menção honrosa na premiação promovida pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. Já o Prêmio Anual IOC de Teses Alexandre Peixoto reconheceu a qualidade de seis projetos que apresentaram avanços importantes em diferentes áreas do conhecimento como a vigilância de doenças, o controle vetorial, o desenvolvimento de novas terapias e a educação ambiental.

A Pós-graduação em Vigilância e Controle de Vetores deu um passo importante com a realização das primeiras defesas do curso de mestrado iniciado em 2017. Já as especializações em Malacologia de Vetores e Ensino em Biociências e Saúde completaram 25 e 15 anos, respectivamente. A Pós em Biologia Celular e Molecular, por sua vez, celebrou 30 anos de contribuições. A Semana da Pós-graduação Stricto sensu foi marcada pela defesa da relevância da ciência para a educação e para a sociedade brasileira.

Também se destacaram conquistas como a vitória no Programa de empreendedorismo científico Inova Labs, de um projeto que tem como foco o diagnóstico do câncer de próstata, o reconhecimento do imunologista Wilson Savino com o título de doutor honoris causa pela Universidade Sorbonne e a nomeação do pesquisador Cláudio Ribeiro como membro titular da Academia Fluminense de Letras. Por suas inúmeras contribuições à saúde pública, Renato Cordeiro e Euzenir Nunes Sarno receberam o título de pesquisadores eméritos da Fiocruz.

Ao completar 119 anos, o Instituto avançou no planejamento estratégico e na construção do Plano de Diretrizes Estratégicas e abriu espaço ao debate de políticas públicas e institucionais voltadas para Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas. Ao longo de sete edições, o Núcleo de Estudos Avançados (NEA) reuniu físicos, sociólogos, educadores, antropólogos e gestores para discutir temas de importância para a sociedade como mudanças climáticas, ciência, cultura e educação, previdência social e direito constitucional dos povos indígenas. Na vanguarda da inovação, pesquisadores do IOC deram início às atividades de pesquisa na Antártica, com o objetivo de identificar possíveis ameaças à saúde humana.

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)