A experiência de dois laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que atuam como serviços de referência em vírus respiratórios e arbovírus, foi apresentada a representantes da Nicarágua em um encontro para intercâmbio promovido pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A comitiva nicaraguense esteve em Brasília, entre 6 e 10 de junho, com o objetivo de conhecer as estruturas de vigilância em saúde do Brasil. As pesquisadoras Paola Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo, e Ana Bispo de Filippis, chefe do Laboratório de Flavivírus, participaram das atividades ligadas à vigilância laboratorial.
Referência em vírus respiratórios junto ao Ministério da Saúde, o Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo foi nomeado como referência em Covid-19 nas Américas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em abril de 2020. Também atua como referência em sequenciamento na Rede Regional de Vigilância Genômica Covid-19 (COV|GEN) da Opas. Desde 1951, o Laboratório atua como Centro Nacional de Influenza, integrando o sistema global de vigilância e resposta aos vírus da gripe, que é coordenado pela OMS.
Na apresentação, Paola Resende detalhou a atuação da Rede Genômica Fiocruz na vigilância do SARS-CoV-2 e influenza. Formada por unidades da Fiocruz em nove estados e instituições parceiras, com a colaboração dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens), a rede sequenciou mais de 47 mil genomas dos coronavírus, respondendo por 32% dos sequenciamentos realizados no Brasil. Além de relatórios técnicos quinzenais enviados ao Ministério da Saúde, o grupo tem apresentado relatórios sobre a circulação de linhagens de SARS-CoV-2, de forma a apoiar as políticas públicas.
A Rede atua ainda com a vigilância das epidemias sazonais de influenza, contribuindo, por exemplo, para a identificação de casos de influenza A(H3N2) em 2021 e 2022. Segundo a cientista, a expansão da capacidade de sequenciamento da Rede para o sequenciamento genômico foi uma conquista do Brasil no período da pandemia. Nesse período, como referência na rede COV|GEN, o Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo também atuou em suporte a oito países das Américas, participando do sequenciamento ou análise de 701 genomas do SARS-CoV-2.
Já o Laboratório de Flavivírus do IOC atua como serviço de referência regional para diferentes arboviroses junto ao Ministério da Saúde, incluindo dengue, febre amarela, chikungunya, Zika e vírus do Nilo ocidental, prestando assessoria ao Ministério da Saúde e à Opas/OMS. Desde a década de 1980, o laboratório tem estado à frente de ações pioneiras, como o isolamento de diferentes sorotipos do vírus dengue no Rio de Janeiro e no Brasil e a primeira detecção do genoma do vírus Zika no líquido amniótico de mulheres grávidas de bebês com microcefalia.
Na palestra, Ana Bispo apresentou o panorama epidemiológico do Brasil, onde há circulação simultânea de diversos arbovírus, e as metodologias e algoritmos usados para o diagnóstico laboratorial das enfermidades. Entre outros temas, a pesquisadora discutiu os desafios desse trabalho. No Brasil, entre 2017 e 2022, o diagnóstico molecular foi realizado em 11% dos casos de dengue, 21% dos casos de chikungunya e 40% dos casos de Zika. O índice é reduzido porque a identificação do genoma dos vírus no sangue só é possível nos primeiros dias de sintoma das doenças.
Nos demais casos, o diagnóstico é baseado em testes sorológicos, que detectam anticorpos no sangue. Nessa situação, os pesquisadores precisam lidar com o alto índice de reação cruzada que dificulta a distinção entre casos de dengue e Zika. Além disso, não existem testes sorológicos comerciais para febre amarela, Mayaro e Saint Louis. Já para o vírus do Oeste do Nilo, os exames comerciais não estão disponíveis no Brasil. De acordo com Ana Bispo, os testes ‘in house’, que usam compostos produzidos nos próprios laboratórios, são uma alternativa nestes casos, mas o procedimento pode ser difícil fora de centros de referência.
A partir da reunião, as pesquisadoras do IOC colocaram-se à disposição para apoiar a Nicarágua na área da virologia. O país é um dos mais pobres da América Latina. No ranking do Índice de Desenvolvimento Humano, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) com base em dados de 2019, a Nicarágua ocupa a posição 128, à frente apenas de Honduras e do Haiti, entre os países da região. Já o Brasil está na posição 84.
A experiência de dois laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que atuam como serviços de referência em vírus respiratórios e arbovírus, foi apresentada a representantes da Nicarágua em um encontro para intercâmbio promovido pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A comitiva nicaraguense esteve em Brasília, entre 6 e 10 de junho, com o objetivo de conhecer as estruturas de vigilância em saúde do Brasil. As pesquisadoras Paola Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo, e Ana Bispo de Filippis, chefe do Laboratório de Flavivírus, participaram das atividades ligadas à vigilância laboratorial.
Referência em vírus respiratórios junto ao Ministério da Saúde, o Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo foi nomeado como referência em Covid-19 nas Américas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em abril de 2020. Também atua como referência em sequenciamento na Rede Regional de Vigilância Genômica Covid-19 (COV|GEN) da Opas. Desde 1951, o Laboratório atua como Centro Nacional de Influenza, integrando o sistema global de vigilância e resposta aos vírus da gripe, que é coordenado pela OMS.
Na apresentação, Paola Resende detalhou a atuação da Rede Genômica Fiocruz na vigilância do SARS-CoV-2 e influenza. Formada por unidades da Fiocruz em nove estados e instituições parceiras, com a colaboração dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens), a rede sequenciou mais de 47 mil genomas dos coronavírus, respondendo por 32% dos sequenciamentos realizados no Brasil. Além de relatórios técnicos quinzenais enviados ao Ministério da Saúde, o grupo tem apresentado relatórios sobre a circulação de linhagens de SARS-CoV-2, de forma a apoiar as políticas públicas.
A Rede atua ainda com a vigilância das epidemias sazonais de influenza, contribuindo, por exemplo, para a identificação de casos de influenza A(H3N2) em 2021 e 2022. Segundo a cientista, a expansão da capacidade de sequenciamento da Rede para o sequenciamento genômico foi uma conquista do Brasil no período da pandemia. Nesse período, como referência na rede COV|GEN, o Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo também atuou em suporte a oito países das Américas, participando do sequenciamento ou análise de 701 genomas do SARS-CoV-2.
Já o Laboratório de Flavivírus do IOC atua como serviço de referência regional para diferentes arboviroses junto ao Ministério da Saúde, incluindo dengue, febre amarela, chikungunya, Zika e vírus do Nilo ocidental, prestando assessoria ao Ministério da Saúde e à Opas/OMS. Desde a década de 1980, o laboratório tem estado à frente de ações pioneiras, como o isolamento de diferentes sorotipos do vírus dengue no Rio de Janeiro e no Brasil e a primeira detecção do genoma do vírus Zika no líquido amniótico de mulheres grávidas de bebês com microcefalia.
Na palestra, Ana Bispo apresentou o panorama epidemiológico do Brasil, onde há circulação simultânea de diversos arbovírus, e as metodologias e algoritmos usados para o diagnóstico laboratorial das enfermidades. Entre outros temas, a pesquisadora discutiu os desafios desse trabalho. No Brasil, entre 2017 e 2022, o diagnóstico molecular foi realizado em 11% dos casos de dengue, 21% dos casos de chikungunya e 40% dos casos de Zika. O índice é reduzido porque a identificação do genoma dos vírus no sangue só é possível nos primeiros dias de sintoma das doenças.
Nos demais casos, o diagnóstico é baseado em testes sorológicos, que detectam anticorpos no sangue. Nessa situação, os pesquisadores precisam lidar com o alto índice de reação cruzada que dificulta a distinção entre casos de dengue e Zika. Além disso, não existem testes sorológicos comerciais para febre amarela, Mayaro e Saint Louis. Já para o vírus do Oeste do Nilo, os exames comerciais não estão disponíveis no Brasil. De acordo com Ana Bispo, os testes ‘in house’, que usam compostos produzidos nos próprios laboratórios, são uma alternativa nestes casos, mas o procedimento pode ser difícil fora de centros de referência.
A partir da reunião, as pesquisadoras do IOC colocaram-se à disposição para apoiar a Nicarágua na área da virologia. O país é um dos mais pobres da América Latina. No ranking do Índice de Desenvolvimento Humano, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) com base em dados de 2019, a Nicarágua ocupa a posição 128, à frente apenas de Honduras e do Haiti, entre os países da região. Já o Brasil está na posição 84.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)