Imagina aproveitar a hora do almoço e interagir com experimentos científicos em plena praça pública? Ou aprender sobre temas da saúde sob a sombra de um emblemático castelo, símbolo da ciência nacional?
Entre os dias 17 e 20 de outubro, centenas de crianças, jovens e adultos puderam participar de perto de experimentos, jogos, curiosidades científicas e bate-papos promovidos por pesquisadores e estudantes do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) durante a 20ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).
Extrapolando os muros do campus da Fiocruz, em Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro, a tradicional festa da ciência tomou conta da Praça Mauá, no centro da cidade, do campus da Fiocruz Mata Atlântica, em Jacarepaguá, na zona oeste, e de Petrópolis, na região serrana.
Também estão sendo realizadas atividades em cinco escolas públicas no contexto do Programa IOC + Escolas, com finalização prevista para esta quinta-feira (26/10).
“Ter iniciativas espalhadas por diversas regiões reforçou ainda mais nosso compromisso com a divulgação científica, a valorização da ciência e a promoção da saúde. Além de receber a população nos belíssimos espaços da Fiocruz, precisamos também ir a diferentes locais para alcançar novas pessoas e apresentar essa ciência, que é de todos”, declarou Ademir de Jesus Martins Júnior, vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação do IOC.
Na Praça Mauá, as atividades fizeram parte da primeira edição do Festival da Ciência, iniciativa promovida pela Prefeitura do Rio em alusão à 20ª SNCT.
Representando a Fundação Oswaldo Cruz, o IOC levou uma programação lúdica que despertava a curiosidade de quem passava pela região. Um dos visitantes foi Saulo Lacerda, funcionário da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (COMLURB), que encontrou uma oportunidade no horário do almoço para explorar os estandes e esclarecer dúvidas sobre diversos tópicos.
“Reparei que tinha essa estrutura montada aqui e decidi ver o que era. Não sabia que tudo isso acontecia na Fiocruz. Que bom que vieram para cá e deram a oportunidade para a gente que trabalha no Centro do Rio”, declarou.
“Fiquei curioso com a bancada cheia de mosquitos e larvas. A gente ouve falar sobre Aedes na televisão, que não deve deixar água parada. Aqui eles explicaram mais sobre como essa água parada pode aumentar a quantidade de mosquitos que transmitem dengue e outras doenças”, completou Saulo.
Além de entender o ciclo de vida do Aedes, os visitantes participaram de atividades de escavação paleoparasitógica; discussões sobre como a poluição afeta os ecossistemas ambientais, animais e humanos; contemplação de exemplares e conhecimento da história das Coleções Entomológica, de Moluscos e do Museu da Patologia; e interagiram com um sistema automatizado e robotizado que captura imagens de caramujos.
Tatiana Roque, secretária municipal de Ciência e Tecnologia, enfatizou o engajamento das instituições e a integração de ações com o propósito de tornar a ciência acessível à população.
“A participação do Instituto Oswaldo Cruz é fundamental, principalmente nesta edição, que a SNCT tem como tema as ‘Ciências básicas para o desenvolvimento sustentável’, que é um dos pilares do Instituto”, declarou.
Tatiana também elogiou o histórico do compromisso da Fiocruz com a divulgação científica, destacando a vasta experiência da instituição no desenvolvimento de atividades externas e na comunicação com a população.
No campus da Fiocruz, em Manguinhos, que abriga o emblemático Castelo Mourisco, o IOC participou mais uma vez com uma ampla variedade de atividades que cativaram estudantes das redes de ensino pública e privada, que visitaram a tenda da SNCT na companhia de seus professores e/ou familiares.
Temas que geralmente são apenas vistos nos livros didáticos ganharam vida por meio de experimentos e da observação de microscópios. Crianças e adolescentes ficaram deslumbrados com a diversidade dos insetos, bem como com as formas e cores dos microrganismos, fungos e vermes. Os exemplares exclusivos das coleções biológicas do Instituto também capturaram a atenção do público, que incluíam peças históricas de coração e cérebro humanos.
Bate-papos e oficinas estimularam discussões e trocas de conhecimento. E, claro, não podiam faltar jogos e brincadeiras, que proporcionaram uma abordagem lúdica à pesquisa realizada diariamente pelos pesquisadores em seus laboratórios.
A acessibilidade também foi uma prioridade no desenvolvimento das atividades. Estandes levaram modelos de biscuit, pelúcia ou resina, facilitando a compreensão e tornando as experiências mais tangíveis para pessoas com deficiência visual.
Saiba mais sobre cada atividade abaixo.
Para aproximar ainda mais as atividades do público da Zona Oeste do Rio de Janeiro, as atividades do IOC também marcaram presença no campus Fiocruz Mata Atlântica.
Ao ar livre, pesquisadores explicaram um projeto piloto de vigilância de zoonoses em animais silvestres realizado na região. Também foram realizadas presentes as atividades sobre fungos leveduriformes e sobre insetos que transmitem as leishmanioses.
Atividades integradas à SNCT 2023 também estão sendo realizadas no âmbito do IOC + Escolas.
No dia 16 de outubro, alunos de ensino médio do Colégio Estadual Clovis Monteiro, na Zona Norte do Rio, participaram do jogo interativo “Escape Room dos biomodelos – uma aventura educacional”.
Nos dias 19 e 20 de outubro, estudantes das escolas municipais Salvador Kling e Princesa Isabel, ambas situadas em Petrópolis, receberam o evento "Encontro com a Biodiversidade", que incluiu uma roda de conversa, apresentação da biodiversidade de insetos da Coleção Entomológica do IOC e experiência com bichos-pau vivos.
E nos dias 24 e 26 de outubro, quatro escolas da baixada fluminense recebem atividades:
Colégio Estadual Jardim Alvorada, em Nova Iguaçu - “Entendendo o fascinante mundo do microscópio” e “Fato ou fake? Vamos aprender sobre a importância das vacinas”;
Colégio Estadual Roquete Pinto, em Queimados - “Bactérias e antibióticos: uma corrida contra o tempo” e “Piolho na escola! O que fazer?”;
CIEP 100 São Francisco De Assis, em Mesquita - “Na trilha do fígado” e “Doença de Chagas - conhecendo barbeiros do Brasil”;
Colégio Estadual Dom Walmor, em Nova Iguaçu - “Diagnóstico sorológico de doenças infecciosas” e “Fato ou fake? Vamos aprender sobre a importância das vacinas”.
À esquerda, larvas do Aedes aegypti são observadas com auxílio e lupa. À direita, equipe posa em estande com exemplares do ciclo de vida do Aedes. Fotos: Ricardo Schmidt e Gutemberg Brito
O mosquito Aedes aegypti foi tema central de duas atividades que exploraram as quatro fases do seu ciclo biológico, conscientizando os visitantes sobre como a adoção de medidas simples pode contribuir para o controle da disseminação desses insetos.
O Laboratório de Biologia Molecular de Insetos participou com a atividade “MosquitoMania: conhecendo o Aedes aegypti”, nas quais os participantes podiam observar com lupas e lanternas as fases do mosquito. Já “Apresentação dos principais mosquitos vetores do Brasil”, foi conduzida pelo Laboratório de Biologia, Controle e Vigilância de Insetos Vetores que destacou as diferenças entre os gêneros de mosquitos Aedes, Anopheles e Culex.
Em “Os vetores das leishmanioses (Leish... o que?)”, do Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em Díptera e Hemíptera, a ênfase foi para os flebotomíneos. A atividade apresentou insetos em lâminas e jogos interativos que ajudaram o público a entender melhor sobre o controle integrado das doenças causadas pelos protozoários do gênero Leishmania. Além disso, os participantes tiveram a oportunidade de aprender como instalar telas em suas residências como uma medida acessível de proteção contra mosquitos.
Já na atividade “Microrganismos são bons ou maus?”, do Laboratório de Pesquisas em Leishmanioses, os participantes conheceram microrganismos aliados do ser humano, tanto por contribuírem para o bom funcionamento do nosso organismo e/ou por serem utilizados para a fabricação e conservação de alimentos. Mas por outro lado, foram apresentados a espécies capazes de causar doenças, como o parasito leishmania, causador das leishmanioses.
Na atividade “Desvendando a doença do carrapato: febre maculosa brasileira”, do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses, os visitantes foram conscientizados sobre a febre maculosa, doença causada pela bactéria Rickettsia rickettsii e transmitida principalmente pelo carrapato popularmente conhecido como carrapato-estrela (Amblyomma sculptum). Um jogo de tabuleiro apresentava um trajeto no qual os participantes iam "se livrando dos carrapatos" enquanto respondiam perguntas sobre a doença e o seu vetor.
O Museu da Patologia apostou novamente na ludicidade para aprofundar saberes sobre os órgãos do corpo humano e as doenças que os afetam. Em "Explorando o Corpo Humano", cérebros em gesso estavam a disposição dos visitantes para serem pintados de acordo com a imaginação. Já no jogo "A Máquina do Tempo da Ciência", era possível construir uma linha do tempo da história do Museu com base em eventos históricos.
Completando as ações, peças históricas do museu e um torso de plástico estavam à disposição para que os visitantes pudessem ver a posição dos órgãos no corpo humano.
O Museu da Patologia também participou da atividade “Conhecendo a preservação de coleções científicas em museus da Fiocruz”, em parceria com a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). O grupo explicou o processo de preservação de amostras que são incorporadas aos museus, incluindo a limpeza e digitalização de lâminas histológicas.
Protagonistas de séries de televisão e dos noticiários de saúde em 2023, os fungos também marcaram presença na SCNT com duas atividades que ressaltaram sua relevância para a saúde, o meio ambiente, a indústria alimentícia e seu promissor potencial na biotecnologia.
Em “A vida misteriosa das leveduras”, promovida pelo Laboratório de Taxonomia, Bioquímica e Bioprospecção de Fungos, um exemplar inativado do “super fungo” Candida auris, colocado dentro de uma caixa de acrílico, despertou a curiosidade de quem passava pelo estande. A criançada também se divertiu com um jogo virtual para montar a mascote “candita” e com criações artísticas elaboradas a partir de culturas de leveduras em placas de Petri.
Já a Coleção de Culturas de Fungos Filamentosos divertiu o público com a atividade “Fungos: da reciclagem ao produto”. Os exemplares desses fungos atraíam os olhares devido às suas variações de cores e formatos, que também foram representados por meio de massinhas de modelar.
Imagina descobrir sobre a evolução de doenças e parasitas a partir de escavações? Essa foi a proposta da “Oficina Paleoparasitologia para que?”, promovida pelo Laboratório de Parasitologia Integrativa e Paleoparasitologia. Os visitantes interagiram com uma caixa de areia com fósseis artificiais enterrados e, em seguida, puderam ver os principais parasitas encontrados em escavações por meio de microscópios. Além disso, puderam ver como funciona um sequenciamento genético e aprender mais sobre bioinformática.
O Borboletário Fiocruz, que está temporariamente fechado para visitações, abriu suas portas para a SNCT e promoveu a atividade “De lagarta a borboleta, muita história para contar”, encantando o público com a borboleta-brancão (Ascia monuste) e a borboleta ponto-de-laranja (Anteos menippe). O espaço de 84m² foi inaugurado em 2010 e reproduz o habitat natural desses insetos.
Na atividade “Os insetos no desenvolvimento sustentável”, a Coleção Entomológica apresentou suas gavetas itinerantes, exibindo a diversidade desses animais que habitam todos os cantos do planeta. O grupo destacou o papel fundamental dos insetos na preservação e sustentabilidade da vida na Terra, abordando tópicos como a criação de insetos para a alimentação humana, polinização e o controle biológico de pragas.
O Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos levou a atividade “Sustentabilidade na criação de insetos vetores e na divulgação científica”, que demonstrou como ocorre a criação de triatomíneos, flebotomíneos e mosquitos para fins de pesquisa científica básica, destacando que muitos processos são realizados com materiais recicláveis.
Outra atividade que fez sucesso na Tenda SNCT foi “Os vírus: dengue, Zika, febre amarela e chikungunya”, organizada pelo Laboratório de Morfologia e Morfogênese Viral. Os visitantes tiveram à disposição materiais de artesanato para criar representações de vírus em massinha, além de jogos em formato de quiz e tabuleiro, que aprofundaram conhecimentos sobre arboviroses – vírus transmitidos por mosquitos. Exemplares em resina desses e de outros vírus chamaram a atenção devido às suas cores e à facilidade de compreender as estruturas virais.
Na atividade de Educação ambiental e saúde única, do Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental, vírus de pelúcia se tornaram populares entre as crianças, que posavam para fotos com eles. O grupo também explicou o caminho do lixo e seu impacto no ambiente e na saúde humana. Os visitantes também eram convidados a vestirem Equipamentos de Proteção Individual que são usados diariamente nos laboratórios, como jalecos e óculos de proteção.
Animais encontrados em rios podem ser indicadores de poluição. Foto: Gutemberg BritoO debate sobre poluição e conservação da natureza também foi levantado em outras duas atividades.
Em “Peixes Ninjas: como sobreviver em ambientes cronicamente poluídos?”, do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática, a presença de vida em locais poluídos e o impacto da degradação ambiental na biodiversidade foram ilustrados através de peixes coletados no Canal do Cunha, que exibem deformidades evidentes na coluna vertebral.
Já na “Oficina de Saúde Única”, do Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental, uma maquete que representava três ambientes poluídos iniciou discussões sobre maneiras de transformar a percepção das pessoas em relação ao meio ambiente. O grupo também promoveu a iniciativa "Agentes das Águas", que capacita voluntários acerca da degradação, escassez, conservação e monitoramento dos recursos hídricos.
No jogo "PreventHIVo: um jogo sobre HIV/AIDS", criado pelo Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular, o público testou seus conhecimentos sobre as formas de infecção pelo HIV.
Os tabus acerca da menstruação foram discutidos na atividade “Ciclo do Poder: um jogo de tabuleiro sobre ciclo e dignidade menstrual”, desenvolvido por pesquisadoras do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos.
Na atividade “Ciência na neve”, três sessões de bate-papo apresentaram o projeto “FioAntar” – iniciativa que fomenta pesquisas científicas da Fiocruz na Antártica. Fotos e vídeos feitos por pesquisadores do IOC ilustraram os relatos sobre os desafios de trabalhar no continente gelado para ações voltadas à vigilância e prevenção epidemiológica.
Promovida pelo Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios, a atividade “Conhecendo os vermes dos animais de estimação e da floresta” convidou o público para examinar helmintos, que são parasitas de animais e seres humanos, utilizando microscópios e lupas.
Esses vermes também foram abordados em “Helmintos Parasitos de Vertebrados”, organizada pelo Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados, que focou no parasito Schistosoma mansoni, transmissor da esquistossomose, e no ciclo de transmissão desse agravo.
Os jogos da atividade “Bactérias e antibióticos: uma corrida contra o tempo”, levada pelo Laboratório de Microbiologia Celular, explicaram sobre o uso de antibiótico e como eles agem contra os microrganismos.
Em uma das brincadeiras, no formato de “tiro ao alvo”, o desafio era acertar uma bactéria causadora de doença com um antibiótico. No entanto, a ação exigia cautela para não atingir outros microrganismos que fazem parte da microbiota essencial para o corpo humano.
As bactérias também foram tema da atividade “Doenças negligenciadas e bactérias de importância em saúde”, do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas. O público ficou impressionado com a simulação de uma prática de laboratório conhecida como "repique". Usando cola e tinta, crianças e adolescentes tiveram a oportunidade de visualizar como é feita a manutenção de culturas de bactérias.
Além disso, no contexto de doenças negligenciadas, jogos de memória foram usados para discutir tópicos como escabiose, leishmaniose, doença de Chagas, giardíase e outros.
A relevância da vacinação foi destaque na oficina “O básico da ciência: vacina! Não vacila!”, do Laboratório de Biologia das Interações, que conduziu discussão sobre notícias falsas relacionadas a imunizantes e reiteraram a importância deles para a proteção coletiva de doenças.
O livro “Vacinas”, que aborda o papel fundamental e histórico dos imunizantes para a saúde pública, também foi discutido com os estudantes, em formato de roda de conversa.
A oficina “Imagens, formas e texturas em biociências e saúde”, promovida pelo Núcleo de Atividades de Extensão, apresentou fotos, filmes científicos, pôsteres didáticos, hologramas, maquetes, modelos inclusivos em papel, porcelana fria e também impressos em impressora 3D, visando o aumento da compreensão em temas relacionados às Biociências e Saúde.
No conceito de CienciArte, a atividade “Voa passarinho”, elaborada no âmbito da Pós-graduação Lato sensu em Ciência, Arte e Cultura na Saúde, narrou a história de um pequeno pássaro cuja sobrevivência dependia de uma árvore. A relação simbiótica foi apresentada no formato de teatro lambe-lambe, realizada dentro de uma caixa cênica no formato de árvore.
Imagina aproveitar a hora do almoço e interagir com experimentos científicos em plena praça pública? Ou aprender sobre temas da saúde sob a sombra de um emblemático castelo, símbolo da ciência nacional?
Entre os dias 17 e 20 de outubro, centenas de crianças, jovens e adultos puderam participar de perto de experimentos, jogos, curiosidades científicas e bate-papos promovidos por pesquisadores e estudantes do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) durante a 20ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).
Extrapolando os muros do campus da Fiocruz, em Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro, a tradicional festa da ciência tomou conta da Praça Mauá, no centro da cidade, do campus da Fiocruz Mata Atlântica, em Jacarepaguá, na zona oeste, e de Petrópolis, na região serrana.
Também estão sendo realizadas atividades em cinco escolas públicas no contexto do Programa IOC + Escolas, com finalização prevista para esta quinta-feira (26/10).
“Ter iniciativas espalhadas por diversas regiões reforçou ainda mais nosso compromisso com a divulgação científica, a valorização da ciência e a promoção da saúde. Além de receber a população nos belíssimos espaços da Fiocruz, precisamos também ir a diferentes locais para alcançar novas pessoas e apresentar essa ciência, que é de todos”, declarou Ademir de Jesus Martins Júnior, vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação do IOC.
Na Praça Mauá, as atividades fizeram parte da primeira edição do Festival da Ciência, iniciativa promovida pela Prefeitura do Rio em alusão à 20ª SNCT.
Representando a Fundação Oswaldo Cruz, o IOC levou uma programação lúdica que despertava a curiosidade de quem passava pela região. Um dos visitantes foi Saulo Lacerda, funcionário da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (COMLURB), que encontrou uma oportunidade no horário do almoço para explorar os estandes e esclarecer dúvidas sobre diversos tópicos.
“Reparei que tinha essa estrutura montada aqui e decidi ver o que era. Não sabia que tudo isso acontecia na Fiocruz. Que bom que vieram para cá e deram a oportunidade para a gente que trabalha no Centro do Rio”, declarou.
“Fiquei curioso com a bancada cheia de mosquitos e larvas. A gente ouve falar sobre Aedes na televisão, que não deve deixar água parada. Aqui eles explicaram mais sobre como essa água parada pode aumentar a quantidade de mosquitos que transmitem dengue e outras doenças”, completou Saulo.
Além de entender o ciclo de vida do Aedes, os visitantes participaram de atividades de escavação paleoparasitógica; discussões sobre como a poluição afeta os ecossistemas ambientais, animais e humanos; contemplação de exemplares e conhecimento da história das Coleções Entomológica, de Moluscos e do Museu da Patologia; e interagiram com um sistema automatizado e robotizado que captura imagens de caramujos.
Tatiana Roque, secretária municipal de Ciência e Tecnologia, enfatizou o engajamento das instituições e a integração de ações com o propósito de tornar a ciência acessível à população.
“A participação do Instituto Oswaldo Cruz é fundamental, principalmente nesta edição, que a SNCT tem como tema as ‘Ciências básicas para o desenvolvimento sustentável’, que é um dos pilares do Instituto”, declarou.
Tatiana também elogiou o histórico do compromisso da Fiocruz com a divulgação científica, destacando a vasta experiência da instituição no desenvolvimento de atividades externas e na comunicação com a população.
No campus da Fiocruz, em Manguinhos, que abriga o emblemático Castelo Mourisco, o IOC participou mais uma vez com uma ampla variedade de atividades que cativaram estudantes das redes de ensino pública e privada, que visitaram a tenda da SNCT na companhia de seus professores e/ou familiares.
Temas que geralmente são apenas vistos nos livros didáticos ganharam vida por meio de experimentos e da observação de microscópios. Crianças e adolescentes ficaram deslumbrados com a diversidade dos insetos, bem como com as formas e cores dos microrganismos, fungos e vermes. Os exemplares exclusivos das coleções biológicas do Instituto também capturaram a atenção do público, que incluíam peças históricas de coração e cérebro humanos.
Bate-papos e oficinas estimularam discussões e trocas de conhecimento. E, claro, não podiam faltar jogos e brincadeiras, que proporcionaram uma abordagem lúdica à pesquisa realizada diariamente pelos pesquisadores em seus laboratórios.
A acessibilidade também foi uma prioridade no desenvolvimento das atividades. Estandes levaram modelos de biscuit, pelúcia ou resina, facilitando a compreensão e tornando as experiências mais tangíveis para pessoas com deficiência visual.
Saiba mais sobre cada atividade abaixo.
Para aproximar ainda mais as atividades do público da Zona Oeste do Rio de Janeiro, as atividades do IOC também marcaram presença no campus Fiocruz Mata Atlântica.
Ao ar livre, pesquisadores explicaram um projeto piloto de vigilância de zoonoses em animais silvestres realizado na região. Também foram realizadas presentes as atividades sobre fungos leveduriformes e sobre insetos que transmitem as leishmanioses.
Atividades integradas à SNCT 2023 também estão sendo realizadas no âmbito do IOC + Escolas.
No dia 16 de outubro, alunos de ensino médio do Colégio Estadual Clovis Monteiro, na Zona Norte do Rio, participaram do jogo interativo “Escape Room dos biomodelos – uma aventura educacional”.
Nos dias 19 e 20 de outubro, estudantes das escolas municipais Salvador Kling e Princesa Isabel, ambas situadas em Petrópolis, receberam o evento "Encontro com a Biodiversidade", que incluiu uma roda de conversa, apresentação da biodiversidade de insetos da Coleção Entomológica do IOC e experiência com bichos-pau vivos.
E nos dias 24 e 26 de outubro, quatro escolas da baixada fluminense recebem atividades:
Colégio Estadual Jardim Alvorada, em Nova Iguaçu - “Entendendo o fascinante mundo do microscópio” e “Fato ou fake? Vamos aprender sobre a importância das vacinas”;
Colégio Estadual Roquete Pinto, em Queimados - “Bactérias e antibióticos: uma corrida contra o tempo” e “Piolho na escola! O que fazer?”;
CIEP 100 São Francisco De Assis, em Mesquita - “Na trilha do fígado” e “Doença de Chagas - conhecendo barbeiros do Brasil”;
Colégio Estadual Dom Walmor, em Nova Iguaçu - “Diagnóstico sorológico de doenças infecciosas” e “Fato ou fake? Vamos aprender sobre a importância das vacinas”.
À esquerda, larvas do Aedes aegypti são observadas com auxílio e lupa. À direita, equipe posa em estande com exemplares do ciclo de vida do Aedes. Fotos: Ricardo Schmidt e Gutemberg Brito
O mosquito Aedes aegypti foi tema central de duas atividades que exploraram as quatro fases do seu ciclo biológico, conscientizando os visitantes sobre como a adoção de medidas simples pode contribuir para o controle da disseminação desses insetos.
O Laboratório de Biologia Molecular de Insetos participou com a atividade “MosquitoMania: conhecendo o Aedes aegypti”, nas quais os participantes podiam observar com lupas e lanternas as fases do mosquito. Já “Apresentação dos principais mosquitos vetores do Brasil”, foi conduzida pelo Laboratório de Biologia, Controle e Vigilância de Insetos Vetores que destacou as diferenças entre os gêneros de mosquitos Aedes, Anopheles e Culex.
Em “Os vetores das leishmanioses (Leish... o que?)”, do Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em Díptera e Hemíptera, a ênfase foi para os flebotomíneos. A atividade apresentou insetos em lâminas e jogos interativos que ajudaram o público a entender melhor sobre o controle integrado das doenças causadas pelos protozoários do gênero Leishmania. Além disso, os participantes tiveram a oportunidade de aprender como instalar telas em suas residências como uma medida acessível de proteção contra mosquitos.
Já na atividade “Microrganismos são bons ou maus?”, do Laboratório de Pesquisas em Leishmanioses, os participantes conheceram microrganismos aliados do ser humano, tanto por contribuírem para o bom funcionamento do nosso organismo e/ou por serem utilizados para a fabricação e conservação de alimentos. Mas por outro lado, foram apresentados a espécies capazes de causar doenças, como o parasito leishmania, causador das leishmanioses.
Na atividade “Desvendando a doença do carrapato: febre maculosa brasileira”, do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses, os visitantes foram conscientizados sobre a febre maculosa, doença causada pela bactéria Rickettsia rickettsii e transmitida principalmente pelo carrapato popularmente conhecido como carrapato-estrela (Amblyomma sculptum). Um jogo de tabuleiro apresentava um trajeto no qual os participantes iam "se livrando dos carrapatos" enquanto respondiam perguntas sobre a doença e o seu vetor.
O Museu da Patologia apostou novamente na ludicidade para aprofundar saberes sobre os órgãos do corpo humano e as doenças que os afetam. Em "Explorando o Corpo Humano", cérebros em gesso estavam a disposição dos visitantes para serem pintados de acordo com a imaginação. Já no jogo "A Máquina do Tempo da Ciência", era possível construir uma linha do tempo da história do Museu com base em eventos históricos.
Completando as ações, peças históricas do museu e um torso de plástico estavam à disposição para que os visitantes pudessem ver a posição dos órgãos no corpo humano.
O Museu da Patologia também participou da atividade “Conhecendo a preservação de coleções científicas em museus da Fiocruz”, em parceria com a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). O grupo explicou o processo de preservação de amostras que são incorporadas aos museus, incluindo a limpeza e digitalização de lâminas histológicas.
Protagonistas de séries de televisão e dos noticiários de saúde em 2023, os fungos também marcaram presença na SCNT com duas atividades que ressaltaram sua relevância para a saúde, o meio ambiente, a indústria alimentícia e seu promissor potencial na biotecnologia.
Em “A vida misteriosa das leveduras”, promovida pelo Laboratório de Taxonomia, Bioquímica e Bioprospecção de Fungos, um exemplar inativado do “super fungo” Candida auris, colocado dentro de uma caixa de acrílico, despertou a curiosidade de quem passava pelo estande. A criançada também se divertiu com um jogo virtual para montar a mascote “candita” e com criações artísticas elaboradas a partir de culturas de leveduras em placas de Petri.
Já a Coleção de Culturas de Fungos Filamentosos divertiu o público com a atividade “Fungos: da reciclagem ao produto”. Os exemplares desses fungos atraíam os olhares devido às suas variações de cores e formatos, que também foram representados por meio de massinhas de modelar.
Imagina descobrir sobre a evolução de doenças e parasitas a partir de escavações? Essa foi a proposta da “Oficina Paleoparasitologia para que?”, promovida pelo Laboratório de Parasitologia Integrativa e Paleoparasitologia. Os visitantes interagiram com uma caixa de areia com fósseis artificiais enterrados e, em seguida, puderam ver os principais parasitas encontrados em escavações por meio de microscópios. Além disso, puderam ver como funciona um sequenciamento genético e aprender mais sobre bioinformática.
O Borboletário Fiocruz, que está temporariamente fechado para visitações, abriu suas portas para a SNCT e promoveu a atividade “De lagarta a borboleta, muita história para contar”, encantando o público com a borboleta-brancão (Ascia monuste) e a borboleta ponto-de-laranja (Anteos menippe). O espaço de 84m² foi inaugurado em 2010 e reproduz o habitat natural desses insetos.
Na atividade “Os insetos no desenvolvimento sustentável”, a Coleção Entomológica apresentou suas gavetas itinerantes, exibindo a diversidade desses animais que habitam todos os cantos do planeta. O grupo destacou o papel fundamental dos insetos na preservação e sustentabilidade da vida na Terra, abordando tópicos como a criação de insetos para a alimentação humana, polinização e o controle biológico de pragas.
O Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos levou a atividade “Sustentabilidade na criação de insetos vetores e na divulgação científica”, que demonstrou como ocorre a criação de triatomíneos, flebotomíneos e mosquitos para fins de pesquisa científica básica, destacando que muitos processos são realizados com materiais recicláveis.
Outra atividade que fez sucesso na Tenda SNCT foi “Os vírus: dengue, Zika, febre amarela e chikungunya”, organizada pelo Laboratório de Morfologia e Morfogênese Viral. Os visitantes tiveram à disposição materiais de artesanato para criar representações de vírus em massinha, além de jogos em formato de quiz e tabuleiro, que aprofundaram conhecimentos sobre arboviroses – vírus transmitidos por mosquitos. Exemplares em resina desses e de outros vírus chamaram a atenção devido às suas cores e à facilidade de compreender as estruturas virais.
Na atividade de Educação ambiental e saúde única, do Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental, vírus de pelúcia se tornaram populares entre as crianças, que posavam para fotos com eles. O grupo também explicou o caminho do lixo e seu impacto no ambiente e na saúde humana. Os visitantes também eram convidados a vestirem Equipamentos de Proteção Individual que são usados diariamente nos laboratórios, como jalecos e óculos de proteção.
Animais encontrados em rios podem ser indicadores de poluição. Foto: Gutemberg BritoO debate sobre poluição e conservação da natureza também foi levantado em outras duas atividades.
Em “Peixes Ninjas: como sobreviver em ambientes cronicamente poluídos?”, do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática, a presença de vida em locais poluídos e o impacto da degradação ambiental na biodiversidade foram ilustrados através de peixes coletados no Canal do Cunha, que exibem deformidades evidentes na coluna vertebral.
Já na “Oficina de Saúde Única”, do Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental, uma maquete que representava três ambientes poluídos iniciou discussões sobre maneiras de transformar a percepção das pessoas em relação ao meio ambiente. O grupo também promoveu a iniciativa "Agentes das Águas", que capacita voluntários acerca da degradação, escassez, conservação e monitoramento dos recursos hídricos.
No jogo "PreventHIVo: um jogo sobre HIV/AIDS", criado pelo Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular, o público testou seus conhecimentos sobre as formas de infecção pelo HIV.
Os tabus acerca da menstruação foram discutidos na atividade “Ciclo do Poder: um jogo de tabuleiro sobre ciclo e dignidade menstrual”, desenvolvido por pesquisadoras do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos.
Na atividade “Ciência na neve”, três sessões de bate-papo apresentaram o projeto “FioAntar” – iniciativa que fomenta pesquisas científicas da Fiocruz na Antártica. Fotos e vídeos feitos por pesquisadores do IOC ilustraram os relatos sobre os desafios de trabalhar no continente gelado para ações voltadas à vigilância e prevenção epidemiológica.
Promovida pelo Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios, a atividade “Conhecendo os vermes dos animais de estimação e da floresta” convidou o público para examinar helmintos, que são parasitas de animais e seres humanos, utilizando microscópios e lupas.
Esses vermes também foram abordados em “Helmintos Parasitos de Vertebrados”, organizada pelo Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados, que focou no parasito Schistosoma mansoni, transmissor da esquistossomose, e no ciclo de transmissão desse agravo.
Os jogos da atividade “Bactérias e antibióticos: uma corrida contra o tempo”, levada pelo Laboratório de Microbiologia Celular, explicaram sobre o uso de antibiótico e como eles agem contra os microrganismos.
Em uma das brincadeiras, no formato de “tiro ao alvo”, o desafio era acertar uma bactéria causadora de doença com um antibiótico. No entanto, a ação exigia cautela para não atingir outros microrganismos que fazem parte da microbiota essencial para o corpo humano.
As bactérias também foram tema da atividade “Doenças negligenciadas e bactérias de importância em saúde”, do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas. O público ficou impressionado com a simulação de uma prática de laboratório conhecida como "repique". Usando cola e tinta, crianças e adolescentes tiveram a oportunidade de visualizar como é feita a manutenção de culturas de bactérias.
Além disso, no contexto de doenças negligenciadas, jogos de memória foram usados para discutir tópicos como escabiose, leishmaniose, doença de Chagas, giardíase e outros.
A relevância da vacinação foi destaque na oficina “O básico da ciência: vacina! Não vacila!”, do Laboratório de Biologia das Interações, que conduziu discussão sobre notícias falsas relacionadas a imunizantes e reiteraram a importância deles para a proteção coletiva de doenças.
O livro “Vacinas”, que aborda o papel fundamental e histórico dos imunizantes para a saúde pública, também foi discutido com os estudantes, em formato de roda de conversa.
A oficina “Imagens, formas e texturas em biociências e saúde”, promovida pelo Núcleo de Atividades de Extensão, apresentou fotos, filmes científicos, pôsteres didáticos, hologramas, maquetes, modelos inclusivos em papel, porcelana fria e também impressos em impressora 3D, visando o aumento da compreensão em temas relacionados às Biociências e Saúde.
No conceito de CienciArte, a atividade “Voa passarinho”, elaborada no âmbito da Pós-graduação Lato sensu em Ciência, Arte e Cultura na Saúde, narrou a história de um pequeno pássaro cuja sobrevivência dependia de uma árvore. A relação simbiótica foi apresentada no formato de teatro lambe-lambe, realizada dentro de uma caixa cênica no formato de árvore.
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