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Leptospirose: cuidados após enchente

Especialista indica que evitar contato com água e lama contaminados e lavar bem pernas e pés são as melhores estratégias para evitar doença transmitida pela urina do rato
Por Jornalismo IOC07/04/2010 - Atualizado em 10/12/2019

Além de todo o transtorno e mortes que causaram, as chuvas que atingiram o Rio de Janeiro nos últimos dias ainda podem trazer mais um risco para a população: a leptospirose. Transmitida pela urina do rato, a leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada leptospira.

A contaminação é muito comum em situações de enchentes e inundações, quando as pessoas permanecem em contato prolongado com água ou lama contaminadas pela urina de ratos, muito numerosos nos esgotos e bueiros das grandes cidades.

Ilana Teruszkin Balassiano, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), alerta para os cuidados que a população deve tomar para evitar a doença e o que deve ser feito em caso de suspeita de infecção. A especialista realiza seus estudos no Laboratório de Zoonoses Bacterianas do IOC, que atua como referência nacional para o tema junto ao Ministério da Saúde e é um dos quatro centros colaboradores da Organização Mundial da Saúde (OMS) no assunto.

A leptospira penetra no corpo pela pele, principalmente se houver alguma porta de entrada, como um corte ou arranhão. Ilana ressalta, no entanto, que em situações como a vivida no Rio de Janeiro, mesmo quem não tem lesões nas pernas ou pés deve se prevenir, uma vez que a contaminação também pode ocorrer pelo contato prolongado da água contaminada com a pele sem ferimentos.

Ela explica que, para diminuir o risco de contaminação, deve-se lavar bem pernas e pés após o contato com a água da enchente, fazendo ainda uma higienização do local com álcool 70%. Mesmo usando calça comprida e sapato fechado a pessoa não está protegida, pois a água acaba encharcando-os, ressalta Ilana. Por isso, a população deve evitar entrar em contato com a água da enchente, permanecendo em local seco e seguro, e esperar a água baixar. Se não houver outra alternativa, o indicado é proteger a pele, com galochas ou sacos plásticos, orienta.

O período de incubação da leptospirose varia de 5 a 14 dias. Os primeiros sinais da doença se assemelham a um resfriado, com febre, dores de cabeça e no corpo, especialmente na panturrilha, podendo ocorrer icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas). Se a pessoa teve contato com a água das enchentes e apresentar estes sintomas, deve procurar o posto de saúde mais próximo e relatar a situação, para que receba o tratamento adequado, explica Ilana. A leptospirose é tratável, principalmente se diagnosticada logo, mas pode evoluir, em casos específicos, para formas mais graves, comprometendo os pulmões e os rins e causando a morte do paciente. O tratamento da doença é feito com antibióticos específicos e em casos mais graves pode ser necessária internação hospitalar.

O Laboratório de Zoonoses Bacterianas do IOC atua como Referência Nacional para Leptospirose junto ao Ministério da Saúde, atuando, além da pesquisa, em diagnóstico e treinamento de profissionais de saúde. Em 2008, tornou-se o quarto laboratório do mundo a receber a designação de Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Leptospirose.

Marcelo Garcia

07/04/10

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Especialista indica que evitar contato com água e lama contaminados e lavar bem pernas e pés são as melhores estratégias para evitar doença transmitida pela urina do rato
Por: 
jornalismo

Além de todo o transtorno e mortes que causaram, as chuvas que atingiram o Rio de Janeiro nos últimos dias ainda podem trazer mais um risco para a população: a leptospirose. Transmitida pela urina do rato, a leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada leptospira.



A contaminação é muito comum em situações de enchentes e inundações, quando as pessoas permanecem em contato prolongado com água ou lama contaminadas pela urina de ratos, muito numerosos nos esgotos e bueiros das grandes cidades.



Ilana Teruszkin Balassiano, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), alerta para os cuidados que a população deve tomar para evitar a doença e o que deve ser feito em caso de suspeita de infecção. A especialista realiza seus estudos no Laboratório de Zoonoses Bacterianas do IOC, que atua como referência nacional para o tema junto ao Ministério da Saúde e é um dos quatro centros colaboradores da Organização Mundial da Saúde (OMS) no assunto.



A leptospira penetra no corpo pela pele, principalmente se houver alguma porta de entrada, como um corte ou arranhão. Ilana ressalta, no entanto, que em situações como a vivida no Rio de Janeiro, mesmo quem não tem lesões nas pernas ou pés deve se prevenir, uma vez que a contaminação também pode ocorrer pelo contato prolongado da água contaminada com a pele sem ferimentos.



Ela explica que, para diminuir o risco de contaminação, deve-se lavar bem pernas e pés após o contato com a água da enchente, fazendo ainda uma higienização do local com álcool 70%. Mesmo usando calça comprida e sapato fechado a pessoa não está protegida, pois a água acaba encharcando-os, ressalta Ilana. Por isso, a população deve evitar entrar em contato com a água da enchente, permanecendo em local seco e seguro, e esperar a água baixar. Se não houver outra alternativa, o indicado é proteger a pele, com galochas ou sacos plásticos, orienta.



O período de incubação da leptospirose varia de 5 a 14 dias. Os primeiros sinais da doença se assemelham a um resfriado, com febre, dores de cabeça e no corpo, especialmente na panturrilha, podendo ocorrer icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas). Se a pessoa teve contato com a água das enchentes e apresentar estes sintomas, deve procurar o posto de saúde mais próximo e relatar a situação, para que receba o tratamento adequado, explica Ilana. A leptospirose é tratável, principalmente se diagnosticada logo, mas pode evoluir, em casos específicos, para formas mais graves, comprometendo os pulmões e os rins e causando a morte do paciente. O tratamento da doença é feito com antibióticos específicos e em casos mais graves pode ser necessária internação hospitalar.



O Laboratório de Zoonoses Bacterianas do IOC atua como Referência Nacional para Leptospirose junto ao Ministério da Saúde, atuando, além da pesquisa, em diagnóstico e treinamento de profissionais de saúde. Em 2008, tornou-se o quarto laboratório do mundo a receber a designação de Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Leptospirose.



Marcelo Garcia



07/04/10



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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)