O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras
Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.

vw_cabecalho_novo

Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » Linhagem africana do vírus HTLV-1 é identificada no Brasil

Linhagem africana do vírus HTLV-1 é identificada no Brasil

Pesquisadores do Instituto revelaram o genoma do subtipo 1b, até então restrito à África Central. Infecção pelo vírus pode causar leucemia e mielopatia
Por Jornalismo IOC14/01/2013 - Atualizado em 10/12/2019

Pesquisadores do Instituto revelaram o genoma do subtipo 1b, até então restrito à África Central. Infecção pelo vírus pode causar leucemia e mielopatia

Ainda não há tratamento específico para as doenças associadas ao vírus linfotrópico da célula humana tipo 1 (HTLV-1), virose que pode ser transmitida sexualmente, de mãe para filho ou pelo sangue. Estima-se que, no mundo, entre 15 e 20 milhões de pessoas sejam portadoras – calcula-se que até três milhões delas estejam no Brasil. Em estudo inédito publicado no ‘Journal of Virology’, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) fazem um alerta: o subtipo 1b, uma linhagem até então restrita a países da África Central, acaba de ser identificada em nosso país.

Arquivo IOC

Parte do genoma sequenciado pela equipe do IOC: até este momento, linhagem só havia sido encontrada em países da África Central

O vírus foi encontrado no Rio de Janeiro pela equipe do Laboratório de Genética Molecular de Microorganismos do IOC, liderada pela pesquisadora Ana Carolina Paulo Vicente, e em parceria com o laboratório Sérgio Franco Medicina Diagnóstica. O estudo também revelou, pela primeira vez, o genoma completo desta linhagem.

“O fato de termos identificado uma linhagem da África Central mostra que a disseminção do vírus está em progresso e a nível global”, explica Ana Carolina. O Brasil tem motivos para se preocupar. Ainda de acordo com a especialista, desde 1992 estima-se que o país tenha o maior número absoluto de infectados do mundo. Apesar de apenas 5% dos pacientes desenvolverem doenças, ainda não há tratamento específico para estes agravos – - ao contrário do que acontece com o HIV-1, que também é um retrovírus. Dentre os quadros clínicos mais graves, estão a leucemia de células T e a mielopatia associada ao HTLV-1, também conhecida como paraparesia espástica tropical.

Ainda de acordo com Ana Carolina, a maioria dos portadores costuma descobrir a infecção quando doa sangue, pois desde 1990 é obrigatória a realização de triagem sorológica para HTLV nos voluntários. No entanto, a especialista defende que a vigilância epidemiológica do vírus ainda precisa ser aperfeiçoada. “A comunidade científica vem lutando para que o teste seja incorporado no protocolo de atendimento a gestantes, pois uma das principais formas de transmissão do vírus é de mãe para filho e, principalmente, pela amamentação, o que poderia ser facilmente controlado”, conta.

A sequência completa do HTLV-1b SF26 foi depositada no banco de dados mundial GenBank. São conhecidos sete subtipos genéticos do HTLV-1 (a-g), mas apenas o 1a, mais recorrente e conhecido como Cosmopolita, e o 1c, chamado de Melanésio, já haviam sido revelados. O mapeamento do genoma teve financiamento do edital ‘SUS/Faperj para o diagnóstico molecular de doenças infecciosas’, que também envolve pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). O Centro Nacional de Referência para Paraparesia Espástica Tropical do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz) também é parceiro em projetos sobre HTLV desenvolvidos pela equipe liderada por Ana Carolina.

Isadora Marinho
14/01/2013

Pesquisadores do Instituto revelaram o genoma do subtipo 1b, até então restrito à África Central. Infecção pelo vírus pode causar leucemia e mielopatia
Por: 
jornalismo

Pesquisadores do Instituto revelaram o genoma do subtipo 1b, até então restrito à África Central. Infecção pelo vírus pode causar leucemia e mielopatia



Ainda não há tratamento específico para as doenças associadas ao vírus linfotrópico da célula humana tipo 1 (HTLV-1), virose que pode ser transmitida sexualmente, de mãe para filho ou pelo sangue. Estima-se que, no mundo, entre 15 e 20 milhões de pessoas sejam portadoras – calcula-se que até três milhões delas estejam no Brasil. Em estudo inédito publicado no ‘Journal of Virology’, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) fazem um alerta: o subtipo 1b, uma linhagem até então restrita a países da África Central, acaba de ser identificada em nosso país.

Arquivo IOC

Parte do genoma sequenciado pela equipe do IOC: até este momento, linhagem só havia sido encontrada em países da África Central

O vírus foi encontrado no Rio de Janeiro pela equipe do Laboratório de Genética Molecular de Microorganismos do IOC, liderada pela pesquisadora Ana Carolina Paulo Vicente, e em parceria com o laboratório Sérgio Franco Medicina Diagnóstica. O estudo também revelou, pela primeira vez, o genoma completo desta linhagem.

“O fato de termos identificado uma linhagem da África Central mostra que a disseminção do vírus está em progresso e a nível global”, explica Ana Carolina. O Brasil tem motivos para se preocupar. Ainda de acordo com a especialista, desde 1992 estima-se que o país tenha o maior número absoluto de infectados do mundo. Apesar de apenas 5% dos pacientes desenvolverem doenças, ainda não há tratamento específico para estes agravos – - ao contrário do que acontece com o HIV-1, que também é um retrovírus. Dentre os quadros clínicos mais graves, estão a leucemia de células T e a mielopatia associada ao HTLV-1, também conhecida como paraparesia espástica tropical.

Ainda de acordo com Ana Carolina, a maioria dos portadores costuma descobrir a infecção quando doa sangue, pois desde 1990 é obrigatória a realização de triagem sorológica para HTLV nos voluntários. No entanto, a especialista defende que a vigilância epidemiológica do vírus ainda precisa ser aperfeiçoada. “A comunidade científica vem lutando para que o teste seja incorporado no protocolo de atendimento a gestantes, pois uma das principais formas de transmissão do vírus é de mãe para filho e, principalmente, pela amamentação, o que poderia ser facilmente controlado”, conta.

A sequência completa do HTLV-1b SF26 foi depositada no banco de dados mundial GenBank. São conhecidos sete subtipos genéticos do HTLV-1 (a-g), mas apenas o 1a, mais recorrente e conhecido como Cosmopolita, e o 1c, chamado de Melanésio, já haviam sido revelados. O mapeamento do genoma teve financiamento do edital ‘SUS/Faperj para o diagnóstico molecular de doenças infecciosas’, que também envolve pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). O Centro Nacional de Referência para Paraparesia Espástica Tropical do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz) também é parceiro em projetos sobre HTLV desenvolvidos pela equipe liderada por Ana Carolina.

Isadora Marinho

14/01/2013

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.