Uma mesa redonda que debateu os mecanismos envolvidos na infecção da doença de Chagas abriu o último dia de programação do Simpósio Internacional do Centenário da Descoberta da Doença de Chagas, que acontece de 08 a 10 de julho, no Hotel Sofitel, em Copacabana.
A pesquisadora Maria de Lourdes Higuchi, do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, apresentou resultados de uma pesquisa que evidenciou a possibilidade de que outros micro-organismos infectantes, além do Trypanossoma cruzi – parasito causador da doença -, possam estar envolvidos no desenvolvimento das diferentes formas clínicas da doença de Chagas.
Segundo Maria de Lourdes Higuchi, outros micro-organismos infectantes, além do T. cruzi, podem estar envolvidos na infecção. Foto: Gutemberg Brito“Cerca de 30% dos indivíduos infectados evoluem para uma cardiopatia congestiva, acompanhada por inflamação que agride fibras cardíacas não infectadas”, pontua a pesquisadora.
“Recentemente, em biópsias endomiocárdicas de pacientes chagásicos, observamos organelas envolvidas por dupla membrana compatíveis com arqueas, que são os micro-organismos mais primitivos da natureza e que ainda não são reconhecidos como causadores de doenças”, explica.
A palestra seguinte foi proferida pelo pesquisador Herbert Tanowitz, Albert Einstein College of Medicine, dos Estados Unidos, que fez uma alerta em sua participação sobre a pouca atenção dispensada ao papel do tecido adiposo na infecção pelo T. cruzi.
Durante a apresentação, o especialista destacou recentes descobertas que relacionam a hiperglicemia ao aumento da parasitemia e da mortalidade associada à doença, e revelou as possibilidade de relações entre as células de gordura e as alterações metabólicas causadas pela infecção pelo parasito.
Herbert Tanowitz relacionou as células de gordura às alterações metabólicas causadas pela infecção pelo parasito. Foto: Gutemberg BritoSegundo o especialista, o tecido adiposo é um importante alvo do T. cruzi e sua infecção está associada a um profundo impacto no metabolismo dos pacientes.
Seu trabalho tem relacionado diversos aspectos da doença de Chagas e da atuação do parasito no hospedeiro com os níveis de gordura do organismo e com a presença de diabetes tipo 2 - que pode aparecer associada a altas taxas de gordura.
Dependendo do nível de obesidade, o tecido adiposo pode corresponder a cerca de 40% a 60% do peso total do corpo. Fenômenos relacionados a esse tecido podem, portanto, ter grande impacto sistêmico no organismo.
Os estudos de Tanowitz indicam que a infecção do T. cruzi no tecido adiposo pode, por exemplo, disparar a expressão de mediadores inflamatórios locais e produzir alterações que aumentam a tendência ao desenvolvimento das complicações cardíacas associadas à doença de Chagas.
"As células adiposas infectadas apresentam, ainda, alterações na expressão de diversas proteínas, além de podem servir de reservatório para o parasito na fase crônica", finalizou o pesquisador.
Uma mesa redonda que debateu os mecanismos envolvidos na infecção da doença de Chagas abriu o último dia de programação do Simpósio Internacional do Centenário da Descoberta da Doença de Chagas, que acontece de 08 a 10 de julho, no Hotel Sofitel, em Copacabana.
A pesquisadora Maria de Lourdes Higuchi, do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, apresentou resultados de uma pesquisa que evidenciou a possibilidade de que outros micro-organismos infectantes, além do Trypanossoma cruzi – parasito causador da doença -, possam estar envolvidos no desenvolvimento das diferentes formas clínicas da doença de Chagas.
Segundo Maria de Lourdes Higuchi, outros micro-organismos infectantes, além do T. cruzi, podem estar envolvidos na infecção. Foto: Gutemberg Brito“Cerca de 30% dos indivíduos infectados evoluem para uma cardiopatia congestiva, acompanhada por inflamação que agride fibras cardíacas não infectadas”, pontua a pesquisadora.
“Recentemente, em biópsias endomiocárdicas de pacientes chagásicos, observamos organelas envolvidas por dupla membrana compatíveis com arqueas, que são os micro-organismos mais primitivos da natureza e que ainda não são reconhecidos como causadores de doenças”, explica.
A palestra seguinte foi proferida pelo pesquisador Herbert Tanowitz, Albert Einstein College of Medicine, dos Estados Unidos, que fez uma alerta em sua participação sobre a pouca atenção dispensada ao papel do tecido adiposo na infecção pelo T. cruzi.
Durante a apresentação, o especialista destacou recentes descobertas que relacionam a hiperglicemia ao aumento da parasitemia e da mortalidade associada à doença, e revelou as possibilidade de relações entre as células de gordura e as alterações metabólicas causadas pela infecção pelo parasito.
Herbert Tanowitz relacionou as células de gordura às alterações metabólicas causadas pela infecção pelo parasito. Foto: Gutemberg BritoSegundo o especialista, o tecido adiposo é um importante alvo do T. cruzi e sua infecção está associada a um profundo impacto no metabolismo dos pacientes.
Seu trabalho tem relacionado diversos aspectos da doença de Chagas e da atuação do parasito no hospedeiro com os níveis de gordura do organismo e com a presença de diabetes tipo 2 - que pode aparecer associada a altas taxas de gordura.
Dependendo do nível de obesidade, o tecido adiposo pode corresponder a cerca de 40% a 60% do peso total do corpo. Fenômenos relacionados a esse tecido podem, portanto, ter grande impacto sistêmico no organismo.
Os estudos de Tanowitz indicam que a infecção do T. cruzi no tecido adiposo pode, por exemplo, disparar a expressão de mediadores inflamatórios locais e produzir alterações que aumentam a tendência ao desenvolvimento das complicações cardíacas associadas à doença de Chagas.
"As células adiposas infectadas apresentam, ainda, alterações na expressão de diversas proteínas, além de podem servir de reservatório para o parasito na fase crônica", finalizou o pesquisador.
Matéria de Renata Fontoura
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