Com participação de três palestrantes e cinco debatedores, o Núcleo de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) discutiu o tema ‘Inteligência artificial, nova ordem global, saúde, mudanças climáticas e democracia’, no dia 9 de abril.
Considerando o impacto da IA para a sociedade, os especialistas chamaram atenção para a necessidade de investimentos e coordenação de ações do Brasil na área.
Assista à íntegra da sessão.
Na abertura do evento, o coordenador do Núcleo e pesquisador emérito da Fiocruz, Renato Cordeiro, lembrou o lançamento do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI), no ano passado.
“Temos caminhado lentamente no Brasil. O PBIA anunciou investimento de R$ 24 bilhões para o período de 2024 a 2028, mas, até agora, ainda não está claro o montante que será aplicado este ano. Enquanto isso, China, Estados Unidos e outros países têm investido pesadamente”, declarou Renato.
O professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Virgilio Almeida, analisou efeitos da inteligência artificial em áreas como o emprego, incluindo aumento de desigualdades, e a soberania nacional, que é ameaçada pelas ferramentas. Enfatizando a necessidade de estabelecer mecanismos de governança, ele avaliou que faltam coordenação e recursos para a área no Brasil.
“A IA está avançando exponencialmente, mas as leis, a governança e a política são lentas”, disse Virgilio.
A pesquisadora do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), Claudia Chamas, abordou a interface da IA com a saúde pública. Ela observou que o Brasil tem colaborações internacionais na área, mas pouca interação com a Ásia, incluindo a China, que lidera os depósitos de patentes.
Considerando que ferramentas de inteligência artificial já têm contribuído para a descoberta de terapias e apresentam grande potencial na preparação para pandemias, a pesquisadora defendeu a necessidade de uma agenda para a IA na saúde pública do Brasil.
“É uma agenda complexa e cara, mas incontornável”, avaliou Claudia.
O diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Propriedade Intelectual do Itamaraty, Eugênio Vargas Garcia, discutiu os caminhos para a construção de uma inteligência artificial sustentável, considerando as questões ambientais e as mudanças climáticas.
Ele afirmou que países emergentes, como Brasil, precisam ter um papel ativo nesse debate e apontou a necessidade de considerar as limitações da IA a partir de três pilares: infraestrutura, dados e arquitetura dos softwares.
“Não se pode escalar [a tecnologia de IA] ao infinito. Como tornar a IA mais acessível e sustentável, sem prejuízo à sua efetividade?”, questionou Eugênio.
Desinformação, letramento em IA, risco de desemprego em massa e transformações na academia foram alguns dos temas abordados no debate, que contou com a participação da professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Jonice de Oliveira Sampaio; do doutor em bioética pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e pós-doutorando da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Luiz Vianna Sobrinho; da professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Claudine Baduê; do professor da UFRJ, Marcus Oliveira; e da bacharel em IA pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Heloyse Pereira Rodrigues.
Com participação de três palestrantes e cinco debatedores, o Núcleo de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) discutiu o tema ‘Inteligência artificial, nova ordem global, saúde, mudanças climáticas e democracia’, no dia 9 de abril.
Considerando o impacto da IA para a sociedade, os especialistas chamaram atenção para a necessidade de investimentos e coordenação de ações do Brasil na área.
Assista à íntegra da sessão.
Na abertura do evento, o coordenador do Núcleo e pesquisador emérito da Fiocruz, Renato Cordeiro, lembrou o lançamento do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI), no ano passado.
“Temos caminhado lentamente no Brasil. O PBIA anunciou investimento de R$ 24 bilhões para o período de 2024 a 2028, mas, até agora, ainda não está claro o montante que será aplicado este ano. Enquanto isso, China, Estados Unidos e outros países têm investido pesadamente”, declarou Renato.
O professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Virgilio Almeida, analisou efeitos da inteligência artificial em áreas como o emprego, incluindo aumento de desigualdades, e a soberania nacional, que é ameaçada pelas ferramentas. Enfatizando a necessidade de estabelecer mecanismos de governança, ele avaliou que faltam coordenação e recursos para a área no Brasil.
“A IA está avançando exponencialmente, mas as leis, a governança e a política são lentas”, disse Virgilio.
A pesquisadora do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), Claudia Chamas, abordou a interface da IA com a saúde pública. Ela observou que o Brasil tem colaborações internacionais na área, mas pouca interação com a Ásia, incluindo a China, que lidera os depósitos de patentes.
Considerando que ferramentas de inteligência artificial já têm contribuído para a descoberta de terapias e apresentam grande potencial na preparação para pandemias, a pesquisadora defendeu a necessidade de uma agenda para a IA na saúde pública do Brasil.
“É uma agenda complexa e cara, mas incontornável”, avaliou Claudia.
O diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Propriedade Intelectual do Itamaraty, Eugênio Vargas Garcia, discutiu os caminhos para a construção de uma inteligência artificial sustentável, considerando as questões ambientais e as mudanças climáticas.
Ele afirmou que países emergentes, como Brasil, precisam ter um papel ativo nesse debate e apontou a necessidade de considerar as limitações da IA a partir de três pilares: infraestrutura, dados e arquitetura dos softwares.
“Não se pode escalar [a tecnologia de IA] ao infinito. Como tornar a IA mais acessível e sustentável, sem prejuízo à sua efetividade?”, questionou Eugênio.
Desinformação, letramento em IA, risco de desemprego em massa e transformações na academia foram alguns dos temas abordados no debate, que contou com a participação da professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Jonice de Oliveira Sampaio; do doutor em bioética pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e pós-doutorando da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Luiz Vianna Sobrinho; da professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Claudine Baduê; do professor da UFRJ, Marcus Oliveira; e da bacharel em IA pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Heloyse Pereira Rodrigues.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)