Teve início nesta quarta-feira, 04/11, a XIX Conferência Interamericana sobre Oncocercose. Promovido anualmente pelo Programa de Eliminação da Oncocercose nas Américas (OEPA), o encontro reúne até a próxima sexta-feira, 06/11, no Rio de Janeiro, mais de 80 especialistas dos seis países signatários da OEPA – Brasil, Colômbia, Equador, Guatemala, México e Venezuela – para debater e apresentar os avanços no combate à doença parasitária.
Por meio de acordo definido pela OPAS, os países signatários assumiram o compromisso de eliminar a doença nas Américas até 2012. No Brasil, a oncocercose ameaça a saúde dos mais de 13 mil índios Yanomami que vivem na região amazônica. Referência nacional para o tema junto ao Ministério da Saúde, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) é o anfitrião oficial da IACO em 2009, que também recebe autoridades das várias instituições ligadas a saúde pública nas Américas como CDC, Organização Panamericana de Saúde (OPAS), Lion’s Cub International Foundation e representantes dos clubes Lion’s dos seis países endêmicos, do Comitê de Doação de Mectizan da Merck e do Carter Center.
Marcelo Cortez
Encontro promovido pelo IOC reúne especialistas e representantes de diversos países da América Central e do Sul para debater estratégias de eliminação da oncocercose
Gutemberg Brito
O resultado dos debates e as recomendações finais da IACO 2009 serão apresentados na sexta-feira, data de conclusão do encontro
Teve início nesta quarta-feira, 04/11, a XIX Conferência Interamericana sobre Oncocercose. Promovido anualmente pelo Programa de Eliminação da Oncocercose nas Américas (OEPA), o encontro reúne até a próxima sexta-feira, 06/11, no Rio de Janeiro, mais de 80 especialistas dos seis países signatários da OEPA – Brasil, Colômbia, Equador, Guatemala, México e Venezuela – para debater e apresentar os avanços no combate à doença parasitária.
Por meio de acordo definido pela OPAS, os países signatários assumiram o compromisso de eliminar a doença nas Américas até 2012. No Brasil, a oncocercose ameaça a saúde dos mais de 13 mil índios Yanomami que vivem na região amazônica. Referência nacional para o tema junto ao Ministério da Saúde, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) é o anfitrião oficial da IACO em 2009, que também recebe autoridades das várias instituições ligadas a saúde pública nas Américas como CDC, Organização Panamericana de Saúde (OPAS), Lion’s Cub International Foundation e representantes dos clubes Lion’s dos seis países endêmicos, do Comitê de Doação de Mectizan da Merck e do Carter Center.
Marcelo Cortez
Encontro promovido pelo IOC reúne especialistas e representantes de diversos países da América Central e do Sul para debater estratégias de eliminação da oncocercose
Na cerimônia de abertura, a diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, ressaltou a importância do evento. “Esse encontro no Rio de Janeiro evidencia o compromisso de nosso país com as ações de eliminação da doença nas Américas”. A relevância do trabalho desenvolvido pelo Instituto também foi reforçado pela diretora. “Com a descoberta da oncocercose entre o povo Yanomami no Brasil, foi criado, em 1976, o Laboratório de Símulideos e Oncocercose do IOC. Cumprindo nossa missão institucional dentro do Ministério da Saúde, participamos ativamente da elucidação da epidemiologia da oncocercose no país. Investimos há exatamente 33 anos na manutenção de linhas de pesquisa estratégicas que propiciam o desenvolvimento de serviços para beneficiar a população afetada”, finalizou Tania.
“Nosso maior desafio é o fato de que o foco da doença na Amazônia é binacional, na fronteira entre o Brasil e a Venezuela. Os índios Yanomami são nômades, transitam em uma área de aproximadamente 192 mil Km2 entre os dois países. Além disso, a região é de difícil acesso, o que compromete o tratamento”, explica Marilza Herzog, chefe do Laboratório de Simulídeos e Oncocercose do Instituto Oswaldo Cruz (LSO/IOC) e coordenadora do serviço de referência nacional sobre o tema, que atua no suporte ao diagnóstico, desenvolve pesquisas relacionadas ao vetor e promove ações educativas no combate à doença.
Gutemberg Brito
O resultado dos debates e as recomendações finais da IACO 2009 serão apresentados na sexta-feira, data de conclusão do encontro
O diretor da OEPA, Mauricio Sauerbrey foi o primeiro conferencista do evento. Com o tema “Eliminação regional da Oncocercose: a necessidade de atender a agenda inconclusa”, o convidado apresentou um panorama geral da situação da doença nas Américas e as principais dificuldades enfrentadas para sua eliminação. “A cobertura mínima de tratamento em todas as comunidades endêmicas, o fortalecimento e implementação de medidas alternativas para o tratamento e a conclusão do acordo entre Brasil e Venezuela de forma coordenada nas regiões de difícil acesso são fatores fundamentais para que possamos alcançar nossa meta”, conclui o diretor.
Até sexta-feira, os temas das conferências incluem debates sobre os focos e o tratamento da doença no Brasil, México, Guatemala, Venezuela, Equador e Colômbia. No último dia de programação, serão apresentadas as conclusões e as recomendações finais da IACO 2009.
Sobre a Oncocercose
Descoberta primeiramente na África, em 1875, aonde tomou uma proporção de doença endêmica, e seu primeiro caso no Novo Mundo foi descoberto por Rodolfo Robles, em 1915, na Guatemala. A transmissão foi descrita pela primeira vez nas Américas em 1926. Foram detectados casos no México, Colômbia e Venezuela antes do primeiro diagnóstico no Brasil, em 1967. Atualmente, dos 18 milhões de infectados no mundo, 99% localizam-se na África, segundo dados da Organização Mundial de Saúde.
A oncocercose é uma doença parasitária causada pela filária Onchocerca volvulus que se desenvolve por até 15 anos e gera fêmeas de até 80 cm no corpo do hospedeiro humano. Transmitida por meio da picada de mosquitos do gênero Simulium, popularmente conhecidos como borrachudos, essa parasitose é raramente letal. É considerada porém um flagelo social na África. A doença apresenta como sintoma mais grave a cegueira irreversível, causada inicialmente por uma reação inflamatória contra o parasito no olho. A oncocercose passou a ser conhecida como “cegueira dos rios” e segue como a segunda causadora de cegueira no mundo.
Renata Fontoura
04/11/09
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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)