:: Confira a cobertura especial
O último dia da Semana da Pós-graduação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), nesta sexta-feira, 29/09, começou com um debate sobre a atuação dos indígenas na academia e os desafios de enfrentamento do racismo. A sessão foi integrada ao Centro de Estudos do IOC, tradicional espaço de discussões científicas da instituição.
O evento recebeu a professora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Diádiney Helene de Almeida, que apresentou a palestra ‘Vozes indígenas na produção do conhecimento: estratégias de luta contra o racismo no ambiente acadêmico’.
A moderação foi realizada pelo pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz), Felipe Rangel, e pelo representante discente da Pós-graduação do IOC, Deyvison Rhuan dos Santos.
Confira a sessão:
Na abertura da atividade, os coordenadores do Centro de Estudos, Marli Lima e Maurício da Luz, parabenizaram os discentes pela temática escolhida e pela organização da Semana da Pós de 2023.
“Quero cumprimentar, mais uma vez, Deyvison e todos os colegas dele pela organização desse Centro de Estudos e de todas as palestras da Semana da Pós-graduação”, disse Marli.
“É uma honra estar aqui e obrigada pela oportunidade de participar da Semana da Pós-Graduação”, agradeceu Maurício.
Ao introduzir o tema do debate, Deyvsson ressaltou a relevância do tema da Semana da Pós-graduação este ano: “Somos IOC, somos plurais: diálogos sobre diversidade na pós-graduação”.
“Esse tema é tão caro pra gente poder dar voz, vez e visibilidade a uma diversidade que, de fato, é grande. Nós não somos iguais”, afirmou o representante discente, lembrando que, ao longo da semana, palestras abordaram caminhos diversos na ciência, incluindo trajetórias negras, representatividade LGBTQIAPN+ e inclusão de pessoas surdas e cegas.
“Hoje trazemos nossos povos originários. Queria agradecer à equipe do Centro de Estudos, que abraçou essa temática, e à equipe da interpretação em Libras, que trouxe mais inclusão para o nosso evento”, completou.
Indígena de origem Pataxó e doutora pelo Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e pelo Programa de Governação, Conhecimento e Inovação da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, em Portugal, Diádiney discutiu a construção histórica do racismo contra indígenas.
Recordando cronistas da época da colonização e ‘homens de ciência’ do século XVIII, que defendiam a ideia da divisão da humanidade em raças, a professora discutiu como foram estabelecidos estereótipos racistas que ecoam na sociedade até hoje.
Diádiney também abordou questões atuais, desde projetos de lei que ameaçam os direitos dos povos originários até exemplos preconceito sofridos por pesquisadores e pesquisadoras indígenas. A professora citou diversos autores indígenas que vêm refletindo sobre o racismo e ressaltou a importância de dar visibilidade aos intelectuais indígenas na academia.
“É preciso perceber o quanto o racismo ainda é extremamente forte dentro do universo acadêmico. A gente precisa reforçar esse debate e pensar soluções e estratégias efetivas e não pontuais para combater o racismo contra os povos indígenas. Eu sempre pergunto aos meus colegas quantos indígenas tem nas ementas das suas disciplinas, porque a gente precisa trabalhar exatamente essa questão”, alertou Diádiney.
Ao final da palestra, a professora apresentou dois livros, escritos por autores indígenas e não indígenas, que trazem reflexões sobre o preconceito contra os povos originários e o lugar dos indígenas na ciência. As duas obras – ‘Desconstruindo o racismo contra os povos indígenas no Brasil’, organizado por Poliene Bicalho e publicado pela editora CRV, e ‘Vozes Indígenas na produção do conhecimento: para um diálogo com a saúde coletiva’, organizado pelo Coletivo Vozes Indígenas na Saúde Coletiva e publicado pela Hucitec Editora – estão disponíveis gratuitamente online.
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O último dia da Semana da Pós-graduação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), nesta sexta-feira, 29/09, começou com um debate sobre a atuação dos indígenas na academia e os desafios de enfrentamento do racismo. A sessão foi integrada ao Centro de Estudos do IOC, tradicional espaço de discussões científicas da instituição.
O evento recebeu a professora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Diádiney Helene de Almeida, que apresentou a palestra ‘Vozes indígenas na produção do conhecimento: estratégias de luta contra o racismo no ambiente acadêmico’.
A moderação foi realizada pelo pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz), Felipe Rangel, e pelo representante discente da Pós-graduação do IOC, Deyvison Rhuan dos Santos.
Confira a sessão:
Na abertura da atividade, os coordenadores do Centro de Estudos, Marli Lima e Maurício da Luz, parabenizaram os discentes pela temática escolhida e pela organização da Semana da Pós de 2023.
“Quero cumprimentar, mais uma vez, Deyvison e todos os colegas dele pela organização desse Centro de Estudos e de todas as palestras da Semana da Pós-graduação”, disse Marli.
“É uma honra estar aqui e obrigada pela oportunidade de participar da Semana da Pós-Graduação”, agradeceu Maurício.
Ao introduzir o tema do debate, Deyvsson ressaltou a relevância do tema da Semana da Pós-graduação este ano: “Somos IOC, somos plurais: diálogos sobre diversidade na pós-graduação”.
“Esse tema é tão caro pra gente poder dar voz, vez e visibilidade a uma diversidade que, de fato, é grande. Nós não somos iguais”, afirmou o representante discente, lembrando que, ao longo da semana, palestras abordaram caminhos diversos na ciência, incluindo trajetórias negras, representatividade LGBTQIAPN+ e inclusão de pessoas surdas e cegas.
“Hoje trazemos nossos povos originários. Queria agradecer à equipe do Centro de Estudos, que abraçou essa temática, e à equipe da interpretação em Libras, que trouxe mais inclusão para o nosso evento”, completou.
Indígena de origem Pataxó e doutora pelo Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e pelo Programa de Governação, Conhecimento e Inovação da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, em Portugal, Diádiney discutiu a construção histórica do racismo contra indígenas.
Recordando cronistas da época da colonização e ‘homens de ciência’ do século XVIII, que defendiam a ideia da divisão da humanidade em raças, a professora discutiu como foram estabelecidos estereótipos racistas que ecoam na sociedade até hoje.
Diádiney também abordou questões atuais, desde projetos de lei que ameaçam os direitos dos povos originários até exemplos preconceito sofridos por pesquisadores e pesquisadoras indígenas. A professora citou diversos autores indígenas que vêm refletindo sobre o racismo e ressaltou a importância de dar visibilidade aos intelectuais indígenas na academia.
“É preciso perceber o quanto o racismo ainda é extremamente forte dentro do universo acadêmico. A gente precisa reforçar esse debate e pensar soluções e estratégias efetivas e não pontuais para combater o racismo contra os povos indígenas. Eu sempre pergunto aos meus colegas quantos indígenas tem nas ementas das suas disciplinas, porque a gente precisa trabalhar exatamente essa questão”, alertou Diádiney.
Ao final da palestra, a professora apresentou dois livros, escritos por autores indígenas e não indígenas, que trazem reflexões sobre o preconceito contra os povos originários e o lugar dos indígenas na ciência. As duas obras – ‘Desconstruindo o racismo contra os povos indígenas no Brasil’, organizado por Poliene Bicalho e publicado pela editora CRV, e ‘Vozes Indígenas na produção do conhecimento: para um diálogo com a saúde coletiva’, organizado pelo Coletivo Vozes Indígenas na Saúde Coletiva e publicado pela Hucitec Editora – estão disponíveis gratuitamente online.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)