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No terceiro dia de discussões da Semana de Pós-graduação Stricto sensu do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), realizada no dia 02/09, o olhar se voltou para a divulgação da saúde e para a atual situação da Pós-graduação no Brasil. Com a presença de dezenas de estudantes, pesquisadores e docentes, a palestra ‘Divulgação CientÃfica’, apresentada pelo professor do Instituto de FÃsica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ildeu de Castro Moreira destacou o panorama atual, as principais dificuldades e os desafios da popularização da ciência.
Segundo Ildeu, o Brasil apresenta diversas experiências bem sucedidas no âmbito da educação e divulgação da ciência, seja por meio dos espaços cientÃfico-culturais, como museus, planetários, jardins botânicos e zoológicos, ou de atividades educativas, com destaque para a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), as OlimpÃadas de Matemática e feiras de ciência espalhadas pelo paÃs. "Os recursos de mÃdia, a internet e as redes sociais são importantes aliados na divulgação do fazer cientÃfico, assim como os espaços itinerantes, ações mobilizadoras que reforçam esta discussão indo até os locais onde população se encontra", destacou.
Ildeu destacou a importância dos espaços cientifico-culturais e de ações como a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e a OlimpÃada de Matemática. Foto: IOC/Fiocruz
Ainda de acordo com o professor, a produção cientÃfica tem aumentado desde a década de 1980, tanto em número de artigos publicados como o de teses e dissertações defendidas - são formados cerca de 47 mil mestres e 14 mil doutores a cada ano. "O conhecimento não pode ficar restrito à s bancadas dos laboratórios. Além de investir na busca pela inovação tecnológica, é preciso ampliar a reflexão sobre a inovação social e pensar no modo como os indivÃduos podem ser beneficiados. Temos o desafio de ampliar a nossa capacidade de atingir diferentes setores brasileiros", ressaltou Ildeu.
O atual situação da Pós-graduação no paÃs, o contexto do estudante e os desafios para os próximos anos foram os principais temas discutidos na mesa-redonda 'A (des)valorização do pós-graduando no Brasil' que contou com a presença do presidente do Fórum de Pró-reitores de Pós-graduação e Pesquisa (FOPROP), Isac Medeiros, e da presidente da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), Tamara Naiz. O encontro foi mediado pelo representante discente do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC Hermano Albuquerque.
Com um tÃtulo provocativo, a mesa redonda gerou um debate em torno de importantes temas que envolvem a formação de mestres e doutores. De acordo com Isac, os dados da Pós-graduação no Brasil têm apresentado uma evolução ao longo dos anos. O paÃs conta, atualmente, com mais de 3.800 programas, cerca de 5.600 cursos com mais de 260 mil alunos matriculados e 77 mil docentes. No entanto, o presidente destaca a desigualdade como um dos principais desafios a serem enfrentados neste quadro. "Precisamos reduzir as assimetrias existentes no panorama da Pós-graduação no Brasil. Existem diferenças gritantes em relação à quantidade e qualidade de cursos e programas oferecidos entre as regiões do paÃs, e até mesmo de um estado para outro", destacou Isac. Segundo o pesquisador, 24,1% das mesorregiões brasileiras possuem nenhum ou apenas um doutor, enquanto 45,3% das mesorregiões não contam programas de pós-graduação. "Além de investir no diálogo entre Ministérios, Fundações e agências de fomento envolvidos, é preciso discutir ações indutivas na busca pela redução desse quadro", complementou.
Partindo da perspectiva do estudante, a presidente da ANPG ressaltou que a educação, a ciência e a tecnologia deveriam ser consideradas como eixos estruturantes de desenvolvimento do paÃs. "O estudante de Pós-graduação está diante de uma luta que é muito maior que o aumento da bolsa, queremos melhores condições para a pesquisa cientÃfica como um todo. Quando não se tem investimento não tem expansão", destacou Tamara.
A produção cientÃfica e os critérios de avaliação da pós-graduação foram destaques do debate com a participação da plateia. "Tem sido cobrado um volume cada vez maior de publicações, o que dificulta mensurar o pensamento crÃtico inserido nesse contexto. Pressionado a atender a essa demanda, o estudante acaba deixando de privilegiar áreas como a educação e a divulgação cientÃfica, que não possuem a devida relevância de acordo com o sistema atual de avaliação", explicou Tamara. Ainda de acordo com a presidente da ANPG, a avaliação do nÃvel superior deve acompanhar a conscientização da população. "A discussão gira em torno da inserção em revistas e do fator de impacto de cada publicação. O aumento da capacidade reflexiva ou criativa, infelizmente, não tem sido considerado", concluiu.
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No terceiro dia de discussões da Semana de Pós-graduação Stricto sensu do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), realizada no dia 02/09, o olhar se voltou para a divulgação da saúde e para a atual situação da Pós-graduação no Brasil. Com a presença de dezenas de estudantes, pesquisadores e docentes, a palestra ‘Divulgação CientÃfica’, apresentada pelo professor do Instituto de FÃsica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ildeu de Castro Moreira destacou o panorama atual, as principais dificuldades e os desafios da popularização da ciência.
Segundo Ildeu, o Brasil apresenta diversas experiências bem sucedidas no âmbito da educação e divulgação da ciência, seja por meio dos espaços cientÃfico-culturais, como museus, planetários, jardins botânicos e zoológicos, ou de atividades educativas, com destaque para a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), as OlimpÃadas de Matemática e feiras de ciência espalhadas pelo paÃs. "Os recursos de mÃdia, a internet e as redes sociais são importantes aliados na divulgação do fazer cientÃfico, assim como os espaços itinerantes, ações mobilizadoras que reforçam esta discussão indo até os locais onde população se encontra", destacou.Â
Ildeu destacou a importância dos espaços cientifico-culturais e de ações como a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e a OlimpÃada de Matemática. Foto: IOC/FiocruzAinda de acordo com o professor, a produção cientÃfica tem aumentado desde a década de 1980, tanto em número de artigos publicados como o de teses e dissertações defendidas - são formados cerca de 47 mil mestres e 14 mil doutores a cada ano. "O conhecimento não pode ficar restrito à s bancadas dos laboratórios. Além de investir na busca pela inovação tecnológica, é preciso ampliar a reflexão sobre a inovação social e pensar no modo como os indivÃduos podem ser beneficiados. Temos o desafio de ampliar a nossa capacidade de atingir diferentes setores brasileiros", ressaltou Ildeu.
O atual situação da Pós-graduação no paÃs, o contexto do estudante e os desafios para os próximos anos foram os principais temas discutidos na mesa-redonda 'A (des)valorização do pós-graduando no Brasil' que contou com a presença do presidente do Fórum de Pró-reitores de Pós-graduação e Pesquisa (FOPROP), Isac Medeiros, e da presidente da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), Tamara Naiz. O encontro foi mediado pelo representante discente do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC Hermano Albuquerque.
Com um tÃtulo provocativo, a mesa redonda gerou um debate em torno de importantes temas que envolvem a formação de mestres e doutores. De acordo com Isac, os dados da Pós-graduação no Brasil têm apresentado uma evolução ao longo dos anos. O paÃs conta, atualmente, com mais de 3.800 programas, cerca de 5.600 cursos com mais de 260 mil alunos matriculados e 77 mil docentes. No entanto, o presidente destaca a desigualdade como um dos principais desafios a serem enfrentados neste quadro. "Precisamos reduzir as assimetrias existentes no panorama da Pós-graduação no Brasil. Existem diferenças gritantes em relação à quantidade e qualidade de cursos e programas oferecidos entre as regiões do paÃs, e até mesmo de um estado para outro", destacou Isac. Segundo o pesquisador, 24,1% das mesorregiões brasileiras possuem nenhum ou apenas um doutor, enquanto 45,3% das mesorregiões não contam programas de pós-graduação. "Além de investir no diálogo entre Ministérios, Fundações e agências de fomento envolvidos, é preciso discutir ações indutivas na busca pela redução desse quadro", complementou.
Partindo da perspectiva do estudante, a presidente da ANPG ressaltou que a educação, a ciência e a tecnologia deveriam ser consideradas como eixos estruturantes de desenvolvimento do paÃs. "O estudante de Pós-graduação está diante de uma luta que é muito maior que o aumento da bolsa, queremos melhores condições para a pesquisa cientÃfica como um todo. Quando não se tem investimento não tem expansão", destacou Tamara.Â
A produção cientÃfica e os critérios de avaliação da pós-graduação foram destaques do debate com a participação da plateia. "Tem sido cobrado um volume cada vez maior de publicações, o que dificulta mensurar o pensamento crÃtico inserido nesse contexto. Pressionado a atender a essa demanda, o estudante acaba deixando de privilegiar áreas como a educação e a divulgação cientÃfica, que não possuem a devida relevância de acordo com o sistema atual de avaliação", explicou Tamara. Ainda de acordo com a presidente da ANPG, a avaliação do nÃvel superior deve acompanhar a conscientização da população. "A discussão gira em torno da inserção em revistas e do fator de impacto de cada publicação. O aumento da capacidade reflexiva ou criativa, infelizmente, não tem sido considerado", concluiu.
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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)