O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) teve seu ensino reconhecido em mais uma edição da Semana da Educação Fiocruz.
Enquanto estudos desenvolvidos nos Programas de Pós-graduação do IOC foram reconhecidos com o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, a dedicação na formação de recursos humanos qualificados para a saúde e a ciência renderem a Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional a pesquisador do Instituto.
A entrega das honrarias foi realizada na última sexta-feira (14). Compondo a mesa da cerimônia, estavam representantes da presidência da Fiocruz: Nísia Trindade Lima, presidente; Cristiani Vieira Machado, vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação; e Eduarda Ângela Pessoa Cesse, coordenadora adjunta de Educação.
Assista à integra do evento:
Participaram também Mychelle Alves Monteiro, presidente do Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc-SN); e Gabriela Aguiar de Souza Soares, coordenadora geral da Associação dos Pós-graduandos da Fiocruz.
Membros da Diretoria do IOC prestigiaram a cerimônia: Paulo Sérgio D’Andrea, vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação (VDEIC/IOC); e Norma Brandão, assessora da VDEIC e chefe da Secretaria Acadêmica da unidade.
Realizado na véspera do Dia dos Professores, o evento simboliza uma homenagem a todos os educadores da Fiocruz.
Concedida pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (VPEIC/Fiocruz), a Medalha Virginia Schall reconhece e valoriza os esforços educacionais de servidores com atuações transformadoras e contribuições significativas às carreiras dos seus orientandos.
Nesta edição, o homenageado foi Wilson Savino, pesquisador do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo do IOC. Savino se destacou por sua notoriedade internacional e pela forma como mescla pesquisa, educação e arte.
Wilson Savino exibe Medalha em foto com integrantes da mesa da cerimônia (da esquerda para direita: Cristiani Vieira Machado, Mychelle Alves Monteiro, Nísia Trindade Lima, Eduarda Ângela Pessoa Cesse e Gabriela Aguiar de Souza Soares). Foto: Peter Ilicciev“Vejo Savino como um cientista humanista, algo que se perdeu nos últimos anos, mas persiste como esse ‘canto na noite escura’. E quero saudar essa sua característica: seu compromisso com a ciência, com a arte, com a poesia e com as várias gerações de estudantes formadas”, declarou Nísia Trindade, presidente da Fiocruz.
A trajetória do pesquisador foi relembrada em uma homenagem conduzida por Daniella Arêas Mendes da Cruz. Integrante do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo e docente da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular (PGBCM/IOC), Daniela foi orientada por Savino no mestrado e no doutorado e atualmente trabalha com o seu mentor.
“É uma grande honra e privilégio falar do Savino. Uma pessoa inspiradora que ajudou a despertar em mim a curiosidade e a vontade de fazer ciência. Ele recebe hoje essa medalha em reconhecimento a uma vida dedicada a ciência, educação e – como ele gosta de dizer – formação de cabeças pensantes”, afirmou Daniella.
Savino e Daniella atuam no Laboratório de Pesquisa do Timo. Foto: Peter IliccievEntre os grandes feitos da carreira do pesquisador, foram destacadas as participações na organização de diferentes programas de pós-graduação no Brasil e no exterior. Responsável pela criação do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo, Savino contribuiu na criação da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC em 1989 e no consórcio que fundou o Programa de Pós-graduação na Fiocruz Ceará em 2016.
No contexto internacional, viabilizou formações de pós-graduandos em Moçambique (África)e na América do Sul, além de possuir uma vasta contribuição na formação de pesquisadores na França. Sua longa parceria com instituições francesas, entre elas a Universidade de Sorbonne, favorece até hoje o intercâmbio de estudantes e pesquisadores.
Como orientador, Savino foi mentor de 50 estudantes de doutorado e 42 de mestrado em diferentes instituições nacionais e internacionais (sendo desse total, 28 teses e 21 dissertações desenvolvidas na PGBCM/IOC).
“Sei que um dos seus maiores orgulhos é olhar para as pessoas que você formou, ou ajudou a formar, e vê-las espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, formando novas pessoas e lutando pelo binômio ciência-educação. A grande maioria dos seus alunos ocupa hoje laboratórios da Fiocruz, universidades brasileiras e estrangeiras e institutos de pesquisas”, contou Daniella.
Após os tributos, Wilson Savino agradeceu as homenagens e dedicou a Medalha recebida a todos aqueles que participaram da sua trajetória científica.
Wilson Savino emociona presentes com discurso sobre sua carreira. Foto: Peter Ilicciev“Inicio essa saudação agradecendo à Fiocruz como instituição, em particular ao Laboratório de Pesquisa sobre o Timo no Instituto Oswaldo Cruz, criado em 1985, e que até hoje me acolhe e me permite continuar contribuindo para a educação de jovens promissores que decidiram abraçar a ciência e a educação como atividades profissionais – uma atitude verdadeiramente maiúscula perante a vida e a sociedade em que vivemos”, anunciou Savino.
“Agradeço particularmente a todos os alunos e alunas que tive, com os quais muito aprendi e sigo aprendendo. Aliás, sem alunos não existe orientador”, completou.
O pesquisador leu um trecho do discurso que fez para a Conferência Internacional pela Paz, realizada em 1º de outubro de 2020, e falou sobre os seus 70 anos de vida, garantindo se considerar uma pessoa feliz e com a vontade de viver semelhante à de um jovem que está descobrindo a beleza da vida adulta.
“Se fosse possível começar de novo, repetiria a mesma escolha profissional. Talvez me voltasse para a astrofísica, ou permanecesse na biologia e no campo da saúde. De um jeito, ou de outro, faria mais uma vez um trajeto completamente imerso no binômio ciência-educação, mantendo-me fiel ao mestre Paulo Freire, tendo a educação como prática da liberdade”, afirmou.
Savino terminou seu discurso lendo um dos poemas de sua autoria, que reflete o que pensa sobre o papel do educador no campo da ciência, cultura e saúde.
Também promovido pela Vice-Presidência da Fiocruz, o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses colocou em evidência trabalhos de elevado valor para o avanço nas áreas de atuação da instituição. Os alunos e seus respectivos orientadores receberam certificados da presidência da Fundação.
Priscila Silva Grijó Farani, recém-doutora pelo Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC, foi premiada na categoria “Ciências Biológicas aplicadas e Biomedicina”, com sua pesquisa focada na ação de fármacos contra a doença de Chagas crônica.
A jovem, que atualmente reside nos Estados Unidos para a realização de pós-doutorado, agradeceu o prêmio e afirmou que o sucesso da construção de sua tese adveio do trabalho em grupo, do apoio emocional de pessoas próximas e das bolsas de estudo.
“Utilizei muito o sistema governamental ao longo da carreira. Vivi das bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado. E via a importância que elas tinham porque permitiram que eu me dedicasse inteiramente à ciência e à minha carreira. É essencial que o governo continue dando esse incentivo aos alunos. Inclusive, um reajuste [no valor] é bem-vindo”, declarou.
Priscila atualmente cursa pós-doutorado na University of Texas at El Paso (EUA), onde trabalha com doença de Chagas. Foto: ReproduçãoA tese de Priscila foi orientada pelo pesquisador do Laboratório de Virologia Molecular, Otacílio Moreira, e pela chefe do Laboratório de Biologia das Interações, Joseli Lannes.
Presencialmente no auditório do CDHS, Otacílio agradeceu à Fiocruz pela oportunidade de executar o projeto com sua orientanda e lembrou que o trabalho de Priscila teve dois artigos publicados, com um terceiro já submetido. O pesquisador usou a trajetória científica da jovem como exemplo da necessidade de investir em novos pesquisadores.
“Ela é fruto do sistema funcionando. Ela é a prova de que usou sempre o sistema e conseguiu [avançar na carreira]”, disse o pesquisador. “Este é o momento para dizermos aos alunos que não desistam, mesmo com a tamanha dificuldade que estamos vivenciando. Nós vamos ter dias melhores”, acrescentou.
Joseli, em participação remota, elogiou o esforço de Priscila e reforçou a importância das bolsas de estudo. A pesquisadora destacou ainda o trabalho em grupo que contribuiu para a elaboração da tese da recém-doutora.
“Esse projeto é fruto de um longo tempo e teve a participação de [pessoas que começaram como] estudantes e que hoje são doutores e professores em universidades”, comentou.
Joseli Lannes (à esquerda) e Otacílio Moreira (à direita, ao lado de Nísia Trindade) foram reconhecidos pela orientação da tese de Priscila. Fotos: Peter Ilicciev/ReproduçãoNa categoria “Medicina”, Jéssica Vasques Raposo Vedovi recebeu menção honrosa pela tese desenvolvida na Pós-graduação em Biologia Parasitária do IOC. O estudo investigou infecções por herpesvírus em pacientes transplantados, bem como analisou a aplicação de um método de edição do genoma para inibir a replicação viral em cultura de células.
Ao receber o certificado, Jéssica revelou que a construção da sua pesquisa foi dificultada por questões financeiras e políticas, e agradeceu o apoio que recebeu ao longo da sua carreira científica, dando destaque para a sua orientadora, Vanessa de Paula, chefe adjunta do Laboratório de Virologia Molecular.
“É muito difícil fazer ciência no Brasil. Temos que realmente querer. Estar aqui hoje é muito emocionante, porque, mesmo com pensamentos de desistência, olhar a história do Dr. Savino e ver essa mesa repleta de mulheres na ciência me incentiva e me inspira mais ainda a continuar. Agradeço muito ao Instituto Oswaldo Cruz por sempre me incentivar a realizar meus sonhos”, declarou.
Jéssica e Vanessa seguram os diplomas que receberam da mesa da cerimônia. Foto: Peter IliccievVanessa de Paula completou o discurso da sua orientanda realçando o caráter inovador do seu projeto. A pesquisadora comentou sobre a imprevisibilidade na pesquisa e lembrou a persistência da recém-doutora.
“Muito obrigada por não ter desistido, ter trazido ideias novas, persistido, lido muito e trazido muitos desafios. O orientador só orienta. São os alunos que nos dão motivos e que nos puxam pelas mãos, trazendo novidades para que essas teses estejam conquistando esses prêmios”, concluiu.
Ao todo, o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses reconheceu 11 trabalhos em quatro categorias, sendo 4 teses premiadas e 7 menções honrosas.
Diretoria do IOC e representantes dos Programas de Pós-graduação da unidade prestigiaram os premiados. Foto: Peter IliccievO Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) teve seu ensino reconhecido em mais uma edição da Semana da Educação Fiocruz.
Enquanto estudos desenvolvidos nos Programas de Pós-graduação do IOC foram reconhecidos com o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, a dedicação na formação de recursos humanos qualificados para a saúde e a ciência renderem a Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional a pesquisador do Instituto.
A entrega das honrarias foi realizada na última sexta-feira (14). Compondo a mesa da cerimônia, estavam representantes da presidência da Fiocruz: Nísia Trindade Lima, presidente; Cristiani Vieira Machado, vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação; e Eduarda Ângela Pessoa Cesse, coordenadora adjunta de Educação.
Assista à integra do evento:
Participaram também Mychelle Alves Monteiro, presidente do Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc-SN); e Gabriela Aguiar de Souza Soares, coordenadora geral da Associação dos Pós-graduandos da Fiocruz.
Membros da Diretoria do IOC prestigiaram a cerimônia: Paulo Sérgio D’Andrea, vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação (VDEIC/IOC); e Norma Brandão, assessora da VDEIC e chefe da Secretaria Acadêmica da unidade.
Realizado na véspera do Dia dos Professores, o evento simboliza uma homenagem a todos os educadores da Fiocruz.
Concedida pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (VPEIC/Fiocruz), a Medalha Virginia Schall reconhece e valoriza os esforços educacionais de servidores com atuações transformadoras e contribuições significativas às carreiras dos seus orientandos.
Nesta edição, o homenageado foi Wilson Savino, pesquisador do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo do IOC. Savino se destacou por sua notoriedade internacional e pela forma como mescla pesquisa, educação e arte.
Wilson Savino exibe Medalha em foto com integrantes da mesa da cerimônia (da esquerda para direita: Cristiani Vieira Machado, Mychelle Alves Monteiro, Nísia Trindade Lima, Eduarda Ângela Pessoa Cesse e Gabriela Aguiar de Souza Soares). Foto: Peter Ilicciev“Vejo Savino como um cientista humanista, algo que se perdeu nos últimos anos, mas persiste como esse ‘canto na noite escura’. E quero saudar essa sua característica: seu compromisso com a ciência, com a arte, com a poesia e com as várias gerações de estudantes formadas”, declarou Nísia Trindade, presidente da Fiocruz.
A trajetória do pesquisador foi relembrada em uma homenagem conduzida por Daniella Arêas Mendes da Cruz. Integrante do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo e docente da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular (PGBCM/IOC), Daniela foi orientada por Savino no mestrado e no doutorado e atualmente trabalha com o seu mentor.
“É uma grande honra e privilégio falar do Savino. Uma pessoa inspiradora que ajudou a despertar em mim a curiosidade e a vontade de fazer ciência. Ele recebe hoje essa medalha em reconhecimento a uma vida dedicada a ciência, educação e – como ele gosta de dizer – formação de cabeças pensantes”, afirmou Daniella.
Savino e Daniella atuam no Laboratório de Pesquisa do Timo. Foto: Peter IliccievEntre os grandes feitos da carreira do pesquisador, foram destacadas as participações na organização de diferentes programas de pós-graduação no Brasil e no exterior. Responsável pela criação do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo, Savino contribuiu na criação da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC em 1989 e no consórcio que fundou o Programa de Pós-graduação na Fiocruz Ceará em 2016.
No contexto internacional, viabilizou formações de pós-graduandos em Moçambique (África)e na América do Sul, além de possuir uma vasta contribuição na formação de pesquisadores na França. Sua longa parceria com instituições francesas, entre elas a Universidade de Sorbonne, favorece até hoje o intercâmbio de estudantes e pesquisadores.
Como orientador, Savino foi mentor de 50 estudantes de doutorado e 42 de mestrado em diferentes instituições nacionais e internacionais (sendo desse total, 28 teses e 21 dissertações desenvolvidas na PGBCM/IOC).
“Sei que um dos seus maiores orgulhos é olhar para as pessoas que você formou, ou ajudou a formar, e vê-las espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, formando novas pessoas e lutando pelo binômio ciência-educação. A grande maioria dos seus alunos ocupa hoje laboratórios da Fiocruz, universidades brasileiras e estrangeiras e institutos de pesquisas”, contou Daniella.
Após os tributos, Wilson Savino agradeceu as homenagens e dedicou a Medalha recebida a todos aqueles que participaram da sua trajetória científica.
Wilson Savino emociona presentes com discurso sobre sua carreira. Foto: Peter Ilicciev“Inicio essa saudação agradecendo à Fiocruz como instituição, em particular ao Laboratório de Pesquisa sobre o Timo no Instituto Oswaldo Cruz, criado em 1985, e que até hoje me acolhe e me permite continuar contribuindo para a educação de jovens promissores que decidiram abraçar a ciência e a educação como atividades profissionais – uma atitude verdadeiramente maiúscula perante a vida e a sociedade em que vivemos”, anunciou Savino.
“Agradeço particularmente a todos os alunos e alunas que tive, com os quais muito aprendi e sigo aprendendo. Aliás, sem alunos não existe orientador”, completou.
O pesquisador leu um trecho do discurso que fez para a Conferência Internacional pela Paz, realizada em 1º de outubro de 2020, e falou sobre os seus 70 anos de vida, garantindo se considerar uma pessoa feliz e com a vontade de viver semelhante à de um jovem que está descobrindo a beleza da vida adulta.
“Se fosse possível começar de novo, repetiria a mesma escolha profissional. Talvez me voltasse para a astrofísica, ou permanecesse na biologia e no campo da saúde. De um jeito, ou de outro, faria mais uma vez um trajeto completamente imerso no binômio ciência-educação, mantendo-me fiel ao mestre Paulo Freire, tendo a educação como prática da liberdade”, afirmou.
Savino terminou seu discurso lendo um dos poemas de sua autoria, que reflete o que pensa sobre o papel do educador no campo da ciência, cultura e saúde.
Também promovido pela Vice-Presidência da Fiocruz, o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses colocou em evidência trabalhos de elevado valor para o avanço nas áreas de atuação da instituição. Os alunos e seus respectivos orientadores receberam certificados da presidência da Fundação.
Priscila Silva Grijó Farani, recém-doutora pelo Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC, foi premiada na categoria “Ciências Biológicas aplicadas e Biomedicina”, com sua pesquisa focada na ação de fármacos contra a doença de Chagas crônica.
A jovem, que atualmente reside nos Estados Unidos para a realização de pós-doutorado, agradeceu o prêmio e afirmou que o sucesso da construção de sua tese adveio do trabalho em grupo, do apoio emocional de pessoas próximas e das bolsas de estudo.
“Utilizei muito o sistema governamental ao longo da carreira. Vivi das bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado. E via a importância que elas tinham porque permitiram que eu me dedicasse inteiramente à ciência e à minha carreira. É essencial que o governo continue dando esse incentivo aos alunos. Inclusive, um reajuste [no valor] é bem-vindo”, declarou.
Priscila atualmente cursa pós-doutorado na University of Texas at El Paso (EUA), onde trabalha com doença de Chagas. Foto: ReproduçãoA tese de Priscila foi orientada pelo pesquisador do Laboratório de Virologia Molecular, Otacílio Moreira, e pela chefe do Laboratório de Biologia das Interações, Joseli Lannes.
Presencialmente no auditório do CDHS, Otacílio agradeceu à Fiocruz pela oportunidade de executar o projeto com sua orientanda e lembrou que o trabalho de Priscila teve dois artigos publicados, com um terceiro já submetido. O pesquisador usou a trajetória científica da jovem como exemplo da necessidade de investir em novos pesquisadores.
“Ela é fruto do sistema funcionando. Ela é a prova de que usou sempre o sistema e conseguiu [avançar na carreira]”, disse o pesquisador. “Este é o momento para dizermos aos alunos que não desistam, mesmo com a tamanha dificuldade que estamos vivenciando. Nós vamos ter dias melhores”, acrescentou.
Joseli, em participação remota, elogiou o esforço de Priscila e reforçou a importância das bolsas de estudo. A pesquisadora destacou ainda o trabalho em grupo que contribuiu para a elaboração da tese da recém-doutora.
“Esse projeto é fruto de um longo tempo e teve a participação de [pessoas que começaram como] estudantes e que hoje são doutores e professores em universidades”, comentou.
Joseli Lannes (à esquerda) e Otacílio Moreira (à direita, ao lado de Nísia Trindade) foram reconhecidos pela orientação da tese de Priscila. Fotos: Peter Ilicciev/ReproduçãoNa categoria “Medicina”, Jéssica Vasques Raposo Vedovi recebeu menção honrosa pela tese desenvolvida na Pós-graduação em Biologia Parasitária do IOC. O estudo investigou infecções por herpesvírus em pacientes transplantados, bem como analisou a aplicação de um método de edição do genoma para inibir a replicação viral em cultura de células.
Ao receber o certificado, Jéssica revelou que a construção da sua pesquisa foi dificultada por questões financeiras e políticas, e agradeceu o apoio que recebeu ao longo da sua carreira científica, dando destaque para a sua orientadora, Vanessa de Paula, chefe adjunta do Laboratório de Virologia Molecular.
“É muito difícil fazer ciência no Brasil. Temos que realmente querer. Estar aqui hoje é muito emocionante, porque, mesmo com pensamentos de desistência, olhar a história do Dr. Savino e ver essa mesa repleta de mulheres na ciência me incentiva e me inspira mais ainda a continuar. Agradeço muito ao Instituto Oswaldo Cruz por sempre me incentivar a realizar meus sonhos”, declarou.
Jéssica e Vanessa seguram os diplomas que receberam da mesa da cerimônia. Foto: Peter IliccievVanessa de Paula completou o discurso da sua orientanda realçando o caráter inovador do seu projeto. A pesquisadora comentou sobre a imprevisibilidade na pesquisa e lembrou a persistência da recém-doutora.
“Muito obrigada por não ter desistido, ter trazido ideias novas, persistido, lido muito e trazido muitos desafios. O orientador só orienta. São os alunos que nos dão motivos e que nos puxam pelas mãos, trazendo novidades para que essas teses estejam conquistando esses prêmios”, concluiu.
Ao todo, o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses reconheceu 11 trabalhos em quatro categorias, sendo 4 teses premiadas e 7 menções honrosas.
Diretoria do IOC e representantes dos Programas de Pós-graduação da unidade prestigiaram os premiados. Foto: Peter IliccievPermitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)