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Pesquisadora do IOC assume vice-presidência de pesquisa da Fiocruz

Na primeira entrevista após a posse, Claude Pirmez apresenta perspectivas para a área
Por Raquel Aguiar27/01/2009 - Atualizado em 10/12/2019
Solenidade realizada em 15 de janeiro marcou a posse da nova presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Entre o grupo que comandará a fundação nos próximos quatro anos, liderado pelo presidente eleito, Paulo Gadelha, está a pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) Claude Pirmez, que assume a vice-presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência. Especialista em leishmanioses, ela espera contribuir para a nova gestão da Fiocruz equilibrando a experiência de quem vivenciou as mazelas de saúde do país na pele dos pacientes e na lente do microscópio.

Rodrigo Méxas  

 

Em 33 anos de carreira na Fiocruz, a nova vice-presidente desenvolveu projetos científicos em leishmanioses e agora atuará no desenvolvimento de políticas de pesquisa na fundação   

Em relação aos serviços de referência, a diversidade é certamente um dos principais desafios. São mais de 40 na Fiocruz, que vão do principal banco de leite da América Latina a um dos quatro centros colaboradores da Organização Mundial de Saúde (OMS) em leptospirose em todo o mundo, além de vigilância em intoxicações, saúde do trabalhador e dezenas de doenças virais, bacterianas, fúngicas e parasitárias. “Num contexto de emergência e re-emergência de doenças, ao mesmo tempo em que acompanhamos uma escalada de mudanças no clima do planeta, com impacto na ecologia de vetores e na dinâmica de doenças, a referência em saúde ganha caráter estratégico, sobretudo num país como o Brasil, que recebe visitantes de todos os continentes. A Fiocruz assume o papel de estar preparada para os desafios que este cenário coloca”, avalia.

Da monitoria em parasitologia ao MBA em gestão

Filha de belgas, como a sonoridade do nome denuncia, a carioca Claude Pirmez nasceu numa família cheia de artistas, mas assumiu uma trajetória acadêmica que lembra a do tataravô, um dos fundadores da faculdade de medicina em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O primeiro contato com a Fiocruz veio em 1975, no segundo ano do curso de graduação em medicina, como monitora da disciplina de Parasitologia, através do professor Sergio Coutinho, pesquisador do então Departamento de Protozoologia do IOC. Sob supervisão de Coutinho, que mais tarde seria diretor do IOC, deu início ao primeiro projeto na Fiocruz. O tema ainda tentava conciliar os interesses em parasitologia e o desejo de seguir carreira em pediatria: um estudo sobre malária experimental e desnutrição. A rotina de plantões em hospitais e internato – passou pelos hospitais Souza Aguiar, Jesus e Salgado Filho, no Rio de Janeiro –, consolidada pelos três anos de residência médica em Anatomia Patológica no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, logo perderia o encanto para o laboratório. “Por um tempo, me dividi entre a assistência e a pesquisa, mas a ciência prevaleceu. Foi uma escolha emocional mesmo”, admite.

Arquivo pessoal  

 

Além de vice-diretora do IOC, antes de assumir a vice-presidência de Laboratórios de Pesquisa e Serviço de Referência da Fiocruz, Claude (no centro) foi chefe do Laboratório de Imunopatologia no IOC e do antigo Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular do Instituto 



A partir daí, veio para a Fiocruz. Trabalhou durante anos no Pavilhão Carlos Chagas, onde desenvolveu os projetos de mestrado e doutorado, já focados em leishmanioses, seu principal interesse científico. Também naqueles corredores firmou a sólida parceria com o imunologista Bernardo Galvão, que anos mais tarde se tornaria notável no cenário científico por liderar a equipe que isolou o vírus da Aids no Brasil. “Galvão me trouxe efetivamente para a Fiocruz”, recorda.

Desde então, vieram o curso de imunologia da OMS em Lausanne (Suíça), o doutorado – em parte desenvolvido na University of Southern California, em Los Angeles (EUA), em parceria com o pesquisador Robert Modlin, que rendeu publicação na renomada revista Nature – e o pós-doutorado na Alemanha. O caminho como chefe do Laboratório de Imunopatologia no IOC e do antigo Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular e posteriormente como vice-diretora de Desenvolvimento Institucional e Gestão do IOC, cargo que deixa para assumir a vice-presidência, já anunciavam a recente guinada na carreira, mais focada em política científica e gestão. Em 2008, concluiu o MBA Executivo na Coppead, instituto de pós-graduação e pesquisa em Administração da UFRJ, que sentiu necessário nos anos que passou na diretoria do IOC.

Ao assumir a vice-presidência, Claude não esconde que lamenta deixar a rotina do laboratório. Mantém como compromisso, porém, acompanhar a finalização do trabalho de duas alunas de doutorado e uma aluna de mestrado de Angola. Por algum tempo, a ciência deixa uma cadeira vazia na bancada de laboratório, mas ganha uma aliada no desenvolvimento de políticas.

Raquel Aguiar

22/01/09

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Na primeira entrevista após a posse, Claude Pirmez apresenta perspectivas para a área
Por: 
raquel

Solenidade realizada em 15 de janeiro marcou a posse da nova presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Entre o grupo que comandará a fundação nos próximos quatro anos, liderado pelo presidente eleito, Paulo Gadelha, está a pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) Claude Pirmez, que assume a vice-presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência. Especialista em leishmanioses, ela espera contribuir para a nova gestão da Fiocruz equilibrando a experiência de quem vivenciou as mazelas de saúde do país na pele dos pacientes e na lente do microscópio.


Rodrigo Méxas  

 

Em 33 anos de carreira na Fiocruz, a nova vice-presidente desenvolveu projetos científicos em leishmanioses e agora atuará no desenvolvimento de políticas de pesquisa na fundação   

Em relação aos serviços de referência, a diversidade é certamente um dos principais desafios. São mais de 40 na Fiocruz, que vão do principal banco de leite da América Latina a um dos quatro centros colaboradores da Organização Mundial de Saúde (OMS) em leptospirose em todo o mundo, além de vigilância em intoxicações, saúde do trabalhador e dezenas de doenças virais, bacterianas, fúngicas e parasitárias. “Num contexto de emergência e re-emergência de doenças, ao mesmo tempo em que acompanhamos uma escalada de mudanças no clima do planeta, com impacto na ecologia de vetores e na dinâmica de doenças, a referência em saúde ganha caráter estratégico, sobretudo num país como o Brasil, que recebe visitantes de todos os continentes. A Fiocruz assume o papel de estar preparada para os desafios que este cenário coloca”, avalia.

Da monitoria em parasitologia ao MBA em gestão



Filha de belgas, como a sonoridade do nome denuncia, a carioca Claude Pirmez nasceu numa família cheia de artistas, mas assumiu uma trajetória acadêmica que lembra a do tataravô, um dos fundadores da faculdade de medicina em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O primeiro contato com a Fiocruz veio em 1975, no segundo ano do curso de graduação em medicina, como monitora da disciplina de Parasitologia, através do professor Sergio Coutinho, pesquisador do então Departamento de Protozoologia do IOC. Sob supervisão de Coutinho, que mais tarde seria diretor do IOC, deu início ao primeiro projeto na Fiocruz. O tema ainda tentava conciliar os interesses em parasitologia e o desejo de seguir carreira em pediatria: um estudo sobre malária experimental e desnutrição. A rotina de plantões em hospitais e internato – passou pelos hospitais Souza Aguiar, Jesus e Salgado Filho, no Rio de Janeiro –, consolidada pelos três anos de residência médica em Anatomia Patológica no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, logo perderia o encanto para o laboratório. “Por um tempo, me dividi entre a assistência e a pesquisa, mas a ciência prevaleceu. Foi uma escolha emocional mesmo”, admite.


Arquivo pessoal  

 

Além de vice-diretora do IOC, antes de assumir a vice-presidência de Laboratórios de Pesquisa e Serviço de Referência da Fiocruz, Claude (no centro) foi chefe do Laboratório de Imunopatologia no IOC e do antigo Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular do Instituto 





A partir daí, veio para a Fiocruz. Trabalhou durante anos no Pavilhão Carlos Chagas, onde desenvolveu os projetos de mestrado e doutorado, já focados em leishmanioses, seu principal interesse científico. Também naqueles corredores firmou a sólida parceria com o imunologista Bernardo Galvão, que anos mais tarde se tornaria notável no cenário científico por liderar a equipe que isolou o vírus da Aids no Brasil. “Galvão me trouxe efetivamente para a Fiocruz”, recorda.

Desde então, vieram o curso de imunologia da OMS em Lausanne (Suíça), o doutorado – em parte desenvolvido na University of Southern California, em Los Angeles (EUA), em parceria com o pesquisador Robert Modlin, que rendeu publicação na renomada revista Nature – e o pós-doutorado na Alemanha. O caminho como chefe do Laboratório de Imunopatologia no IOC e do antigo Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular e posteriormente como vice-diretora de Desenvolvimento Institucional e Gestão do IOC, cargo que deixa para assumir a vice-presidência, já anunciavam a recente guinada na carreira, mais focada em política científica e gestão. Em 2008, concluiu o MBA Executivo na Coppead, instituto de pós-graduação e pesquisa em Administração da UFRJ, que sentiu necessário nos anos que passou na diretoria do IOC.

Ao assumir a vice-presidência, Claude não esconde que lamenta deixar a rotina do laboratório. Mantém como compromisso, porém, acompanhar a finalização do trabalho de duas alunas de doutorado e uma aluna de mestrado de Angola. Por algum tempo, a ciência deixa uma cadeira vazia na bancada de laboratório, mas ganha uma aliada no desenvolvimento de políticas.



Raquel Aguiar



22/01/09



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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)