A qualidade da produção científica dos estudantes do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi destaque no terceiro dia da Semana da Pós-graduação Stricto sensu do IOC. Em sua 8ª edição, o Prêmio Anual IOC de Teses Alexandre Peixoto reconheceu cinco projetos desenvolvidos no âmbito do doutorado.

A cerimônia de premiação realizada online contou com as apresentações dos trabalhos vencedores e com a participação interativa da plateia virtual. A sessão foi conduzida pelo doutorando em Biologia Parasitária, Hugo Amorim dos Santos de Souza, com a participação dos representantes discentes João Paulo Sales Oliveira Correia (Biodiversidade e Saúde) e Samuel Iwao Maia Horita (Biologia Celular e Molecular).

Já a edição 2020 da Jornada Jovens Talentos concedeu menções honrosas para 17 estudantes de mestrado e doutorado, que mostraram seus trabalhos em apresentações orais e em vídeos. Todo o evento foi transmitido pelo Canal do IOC no YouTube.

Os estudos destacados pelo Prêmio Alexandre Peixoto apresentam avanços importantes em diferentes áreas do conhecimento e podem contribuir para a vigilância de doenças como gripe, febre amarela e malária, a formação de professores, a compreensão da obesidade e o controle da transmissão de bactérias resistentes. O vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Marcelo Alves Pinto, ressaltou a qualidade das pesquisas conduzidas no Instituto e a importância da prática científica no contexto da pandemia de Covid-19.

"Esse prêmio representa mais um incentivo para a manutenção da qualidade da nossa produção científica, principalmente nesse período de flutuações em termos de estabilidade das estruturas de suporte à pesquisa. Boa parte da ciência é feita por discentes, com a participação ativa dos coordenadores, pesquisadores e orientadores. A qualidade dos trabalhos representa também a qualidade da nossa produção científica", destacou Marcelo.

Selecionados pelas Coordenações dos Programas de Pós-graduação do IOC, os trabalhos vencedores do Prêmio Alexandre Peixoto são indicados ao Prêmio Capes de Tese. Excepcionalmente neste ano, não houve indicação da Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas. Conheça, abaixo, os estudos agraciados na 8ª edição do Prêmio Anual IOC de Teses Alexandre Peixoto:

Vigilância dos vírus da gripe
Estudo 'Evolução dos vírus influenza A sazonais no Brasil: mutações e rearranjos' foi realizado pela recém-doutora Priscila da Silva Born, da Pós-graduação em Medicina Tropical

Esclarecimento de surtos
O biólogo Filipe Vieira dos Santos Abreu, da Pós-graduação em Biologia Parasitária, conduziu o estudo 'Febre Amarela e Malária: Investigação de dois surtos zoonóticos no Sudeste brasileiro'

Educação sobre drogas
Francisco José Figueiredo Coelho, da Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde, é autor da tese 'Educação sobre Drogas e Formação de professores: uma proposta de ensino a distância centrada na redução de danos'

Fatores genéticos da obesidade
A tese 'Abordagem epidemiológica e molecular da obesidade em uma amostra do Rio de Janeiro' foi realizada pela bióloga Ana Carolina Proença da Fonseca, da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular

Disseminação de bactérias resistentes
Conheça a tese 'Dipteros muscoides como transmissores de bactérias resistentes aos antimicrobianos', da bióloga Isabel Nogueira Carramaschi, da Pós-graduação em Biodiversidade e Saúde

Jornada virtual

Dando continuidade às atividades do terceiro dia da Semana de Pós-graduação do IOC, a edição 2020 da Jornada Jovens Talentos concedeu menções honrosas para 17 estudantes. Como ocorre anualmente, o melhor resumo de cada programa de pós-graduação foi premiado e selecionado para apresentação oral. Além disso, onze estudantes que enviaram vídeos de divulgação científica para exibição durante o evento foram reconhecidos pela qualidade e criatividade das produções, que utilizaram recursos como encenação, animação e ilustração.

“Como não seria possível realizar a sessão de pôsteres da Jornada Jovens Talentos, pedimos aos autores dos resumos vídeos de três minutos, em linguagem lúdica e acessível para leigos. O resultado foi tão bom que recebemos sugestões para manter o formato nas próximas edições”, comentou Samuel Horita, integrante da comissão organizadora da Semana e moderador da sessão de apresentações orais da Jornada.

Sob diferentes enfoques, os estudos apresentados oralmente abordaram temas relevantes para o controle de vetores e o enfrentamento de doenças emergentes e negligenciadas. Aluna do doutorado em Biodiversidade e Saúde, Lorrane de Andrade Pereira mostrou resultados de análises de microscopia da bactéria Brevibacillus laterosporus, que apresenta atividade inseticida contra moscas. Uyla Ornellas Garcia, estudante de doutorado em Biologia Celular e Molecular, discutiu a co-infecção por parasitos da malária e da leishmaniose cutânea em camundongos – modelo experimental dos agravos.

Pesquisas sobre fármacos com potencial de ação contra o vírus SARS-CoV-2, agente da Covid-19, foram apresentadas pela doutoranda em Biologia Parasitária, Maria Eduarda Monteiro, e pela mestranda em Medicina Tropical, Michele de Oliveira. Já as características genéticas pouco conhecidas de parasitos tripanossomatídeos, incluindo espécies causadoras da leishmaniose cutânea e da doença de Chagas, foram discutidas por Mayla Abrahim, aluna de doutorado em Biologia Computacional e Sistemas. Estudante do mestrado em Ensino em Biociências e Saúde, Erik Costa apresentou o resultado de oficina educacionais sobre doença de Chagas baseadas em pinturas de Candido Portinari.