Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.

vw_cabecalho_novo

Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » Prêmio Oswaldo Cruz de Teses destaca pesquisas do IOC

Prêmio Oswaldo Cruz de Teses destaca pesquisas do IOC

Dois estudos defendidos nos Programas de Pós-graduação do Instituto foram ganhadores e um recebeu menção honrosa na premiação promovida pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz
Por Maíra Menezes16/10/2019 - Atualizado em 17/10/2019

Pelo terceiro ano consecutivo, pesquisas desenvolvidas nos Programas de Pós-graduação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foram reconhecidas com o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, promovido pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (VPEIC/Fiocruz). Concedida desde 2017, a premiação destaca estudos de elevado valor para o avanço do campo da saúde, nas áreas temáticas de atuação da Fiocruz. Ao todo, a edição 2019 selecionou quatro vencedores e seis ganhadores de menção honrosa, nas categorias ‘Medicina’; ‘Saúde coletiva’; ‘Ciências biológicas aplicadas à saúde e biomedicina’; e ‘Ciências humanas e sociais’ [confira o resultado].

A cerimônia de entrega do prêmio foi realizada no dia 15 de outubro, em atividade integrada à Semana da Educação na Fiocruz, promovida entre os dias 15 e 17/10.

Método diagnóstico

Premiada na categoria ‘Medicina’, Luana Lorena Silva Rodrigues, professora da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e aluna do Programa de Medicina Tropical do IOC, realizou um estudo que pode contribuir para o enfrentamento do câncer de colo de útero na Região Norte, onde o tumor é o mais frequente e letal para mulheres. O trabalho mostrou alta aceitabilidade do método de autocoleta cervicovaginal – no qual as próprias mulheres realizam a coleta das amostras – para diagnóstico de HPV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) entre mulheres da região do Tapajós, no Pará. Também foi verificada concordância significativa de resultados em comparação com o exame Papanicolau. Além disso, pesquisa indicou alta prevalência dos agravos na população considerada.

Luana Lorena Silva Rodrigues (ao centro, de preto) realizou um estudo que pode contribuir para o enfrentamento do câncer de colo de útero (Foto : Peter Ilicciev/CCS/Fiocruz)

“O HPV é o principal causador do câncer de colo de útero, mas o acesso aos serviços de saúde, onde é realizado o exame Papanicolau, é difícil em muitas localidades da Amazônia. A autocoleta pode facilitar o diagnóstico precoce da infecção em mulheres da região”, afirmou a autora.

Orientada pelo pesquisador José Henrique da Silva Pilotto, do Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do IOC, e co-orientada pela pesquisadora Alcina Frederica Nicol, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), a tese foi intitulada ‘Aceitabilidade da autocoleta cervicovaginal na determinação da prevalência de HPV e de outras ISTs em mulheres portadoras ou não do HIV-1 vivendo na região Tapajós, Amazônia, Brasil’. A pesquisa foi realizada no IOC e nas Universidades Johns Hopkins e Southern California, nos Estados Unidos, durante período de doutorado sanduíche.

Variações genéticas

Na categoria ‘Ciências biológicas aplicadas à saúde e biomedicina’, o prêmio foi para Andréa Marques Vieira da Silva, pela tese defendida na Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC. Biotecnologista do Instituto Nacional de Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), ela investigou variações genéticas que alteram o padrão de resposta imune, impactando na resposta ao tratamento da hepatite C. A análise de amostras de mais de 700 pacientes apontou três variações nos genes IFNL3 e IFNL4, que influenciam na chance de sucesso ou fracasso da terapia com o medicamento alfapeginterferona.

Andréa Marques Vieira da Silva (ao centro, com certificado) investigou variações genéticas que podem impactar na resposta ao tratamento da hepatite C (Foto : Peter Ilicciev/CCS/Fiocruz)

“Considerando a combinação dos três polimorfismos [variações genéticas] é possível predizer o resultado do tratamento em 86% dos pacientes. Essa informação é importante para orientar a escolha e o acompanhamento da terapia”, afirma Andréa, esclarecendo que o fármaco alfapeginterferona é indicado em casos específicos de hepatite C, especialmente quando os pacientes não podem utilizar os antivirais que constituem a primeira opção para combater a doença.

O estudo ‘Influência dos polimorfismos nos genes IFNL3 e IFNL4 na resposta virológica sustentada e na produção de citocinas em pacientes brasileiros com hepatite C crônica tratados com alfapeginterferona’ foi orientado pelo pesquisador Milton Ozório Moraes, chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC, e co-orientado pela pesquisadora Denise Cristina de Souza Matos, de Bio-Manguinhos.

Obesidade

Também estudante do Programa de Biologia Celular e Molecular, Ana Carolina Proença da Fonseca recebeu menção honrosa na categoria saúde coletiva pela tese ‘Abordagem molecular e epidemiológica da obesidade no Rio de Janeiro’. Além de apontar diversas variações genéticas que podem contribuir para aumentar ou reduzir as chances de ganho de peso, o trabalho identificou, pela primeira vez na América Latina, dois genótipos ligados a um tipo de obesidade chamado de monogênica.

Ana Carolina Proença da Fonseca (ao centro, com certificado) realizou um estudo sobre a obesidade a partir de abordagens moleculares e epidemiológicas (Foto : Peter Ilicciev/CCS/Fiocruz)

“A maioria dos casos de obesidade é poligênico, resultando da combinação de diversos fatores genéticos e ambientais. Porém, alguns pacientes apresentam mutações específicas que prejudicam a percepção de saciedade, levando a um fenótipo grave de obesidade, que se manifesta desde a infância. Para estes casos, o prognóstico da cirurgia bariátrica é ruim e já há estudos em fase clínica para desenvolvimento de terapias”, explica a autora, que atualmente realiza pós-doutorado no IOC. A pesquisa foi orientada pelo pesquisador Pedro Hernan Cabello Acero, chefe do Laboratório de Genética Humana do IOC, e co-orientada pela pesquisadora Giselda Maria Kalil de Cabello, do mesmo Laboratório.

Teses desenvolvidas nos programas de pós-graduação da Fiocruz ou em cursos nos quais a Fundação participa de forma compartilhada podem ser inscritas no Prêmio Oswaldo Cruz. A seleção dos vencedores é realizada por uma comissão avaliadora de integrantes externos à instituição e pelos professores que orientam as pesquisas. Em 2019, os estudantes premiados receberão apoio de R$ 7.500 para participar de evento acadêmico ou científico nacional ou internacional. O apoio financeiro poderá ser utilizado para deslocamento, inscrição e estadia, até um ano após o recebimento.

Dois estudos defendidos nos Programas de Pós-graduação do Instituto foram ganhadores e um recebeu menção honrosa na premiação promovida pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz
Por: 
maira

Pelo terceiro ano consecutivo, pesquisas desenvolvidas nos Programas de Pós-graduação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foram reconhecidas com o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, promovido pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (VPEIC/Fiocruz). Concedida desde 2017, a premiação destaca estudos de elevado valor para o avanço do campo da saúde, nas áreas temáticas de atuação da Fiocruz. Ao todo, a edição 2019 selecionou quatro vencedores e seis ganhadores de menção honrosa, nas categorias ‘Medicina’; ‘Saúde coletiva’; ‘Ciências biológicas aplicadas à saúde e biomedicina’; e ‘Ciências humanas e sociais’ [confira o resultado].

A cerimônia de entrega do prêmio foi realizada no dia 15 de outubro, em atividade integrada à Semana da Educação na Fiocruz, promovida entre os dias 15 e 17/10.

Método diagnóstico

Premiada na categoria ‘Medicina’, Luana Lorena Silva Rodrigues, professora da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e aluna do Programa de Medicina Tropical do IOC, realizou um estudo que pode contribuir para o enfrentamento do câncer de colo de útero na Região Norte, onde o tumor é o mais frequente e letal para mulheres. O trabalho mostrou alta aceitabilidade do método de autocoleta cervicovaginal – no qual as próprias mulheres realizam a coleta das amostras – para diagnóstico de HPV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) entre mulheres da região do Tapajós, no Pará. Também foi verificada concordância significativa de resultados em comparação com o exame Papanicolau. Além disso, pesquisa indicou alta prevalência dos agravos na população considerada.

Luana Lorena Silva Rodrigues (ao centro, de preto) realizou um estudo que pode contribuir para o enfrentamento do câncer de colo de útero (Foto : Peter Ilicciev/CCS/Fiocruz)

“O HPV é o principal causador do câncer de colo de útero, mas o acesso aos serviços de saúde, onde é realizado o exame Papanicolau, é difícil em muitas localidades da Amazônia. A autocoleta pode facilitar o diagnóstico precoce da infecção em mulheres da região”, afirmou a autora.

Orientada pelo pesquisador José Henrique da Silva Pilotto, do Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do IOC, e co-orientada pela pesquisadora Alcina Frederica Nicol, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), a tese foi intitulada ‘Aceitabilidade da autocoleta cervicovaginal na determinação da prevalência de HPV e de outras ISTs em mulheres portadoras ou não do HIV-1 vivendo na região Tapajós, Amazônia, Brasil’. A pesquisa foi realizada no IOC e nas Universidades Johns Hopkins e Southern California, nos Estados Unidos, durante período de doutorado sanduíche.

Variações genéticas

Na categoria ‘Ciências biológicas aplicadas à saúde e biomedicina’, o prêmio foi para Andréa Marques Vieira da Silva, pela tese defendida na Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC. Biotecnologista do Instituto Nacional de Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), ela investigou variações genéticas que alteram o padrão de resposta imune, impactando na resposta ao tratamento da hepatite C. A análise de amostras de mais de 700 pacientes apontou três variações nos genes IFNL3 e IFNL4, que influenciam na chance de sucesso ou fracasso da terapia com o medicamento alfapeginterferona.

Andréa Marques Vieira da Silva (ao centro, com certificado) investigou variações genéticas que podem impactar na resposta ao tratamento da hepatite C (Foto : Peter Ilicciev/CCS/Fiocruz)

“Considerando a combinação dos três polimorfismos [variações genéticas] é possível predizer o resultado do tratamento em 86% dos pacientes. Essa informação é importante para orientar a escolha e o acompanhamento da terapia”, afirma Andréa, esclarecendo que o fármaco alfapeginterferona é indicado em casos específicos de hepatite C, especialmente quando os pacientes não podem utilizar os antivirais que constituem a primeira opção para combater a doença.

O estudo ‘Influência dos polimorfismos nos genes IFNL3 e IFNL4 na resposta virológica sustentada e na produção de citocinas em pacientes brasileiros com hepatite C crônica tratados com alfapeginterferona’ foi orientado pelo pesquisador Milton Ozório Moraes, chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC, e co-orientado pela pesquisadora Denise Cristina de Souza Matos, de Bio-Manguinhos.

Obesidade

Também estudante do Programa de Biologia Celular e Molecular, Ana Carolina Proença da Fonseca recebeu menção honrosa na categoria saúde coletiva pela tese ‘Abordagem molecular e epidemiológica da obesidade no Rio de Janeiro’. Além de apontar diversas variações genéticas que podem contribuir para aumentar ou reduzir as chances de ganho de peso, o trabalho identificou, pela primeira vez na América Latina, dois genótipos ligados a um tipo de obesidade chamado de monogênica.

Ana Carolina Proença da Fonseca (ao centro, com certificado) realizou um estudo sobre a obesidade a partir de abordagens moleculares e epidemiológicas (Foto : Peter Ilicciev/CCS/Fiocruz)

“A maioria dos casos de obesidade é poligênico, resultando da combinação de diversos fatores genéticos e ambientais. Porém, alguns pacientes apresentam mutações específicas que prejudicam a percepção de saciedade, levando a um fenótipo grave de obesidade, que se manifesta desde a infância. Para estes casos, o prognóstico da cirurgia bariátrica é ruim e já há estudos em fase clínica para desenvolvimento de terapias”, explica a autora, que atualmente realiza pós-doutorado no IOC. A pesquisa foi orientada pelo pesquisador Pedro Hernan Cabello Acero, chefe do Laboratório de Genética Humana do IOC, e co-orientada pela pesquisadora Giselda Maria Kalil de Cabello, do mesmo Laboratório.

Teses desenvolvidas nos programas de pós-graduação da Fiocruz ou em cursos nos quais a Fundação participa de forma compartilhada podem ser inscritas no Prêmio Oswaldo Cruz. A seleção dos vencedores é realizada por uma comissão avaliadora de integrantes externos à instituição e pelos professores que orientam as pesquisas. Em 2019, os estudantes premiados receberão apoio de R$ 7.500 para participar de evento acadêmico ou científico nacional ou internacional. O apoio financeiro poderá ser utilizado para deslocamento, inscrição e estadia, até um ano após o recebimento.

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)