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Prevenção e controle em debate

Convidados apresentam experiências bem sucedidas e apontam os principais desafios na área nas primeiras conferências  e mesas-redondas do evento
Por Jornalismo IOC06/10/2010 - Atualizado em 10/12/2019

Mini-cursos e mesas-redondas abriram a programação do 12º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose na manhã desta quarta-feira, 06/10. Atualização em métodos diagnósticos, prevenção e vigilância foram alguns dos temas abordados. Além disso, as estratégias de controle da doença no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) foram debatidas em uma mesa-redonda que reuniu especialistas e representantes da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério Saúde. No final da manhã, a conferência com o tema Estratégias bioecossociais para o controle da esquistossomose foi o destaque.

Horácio Manuel Santana Teles, membro da Superintendência de Controle de Endemias (SP), debateu sobre as novas estratégias para vigilância e controle da esquistossomose em São Paulo. O palestrante apresentou o histórico do Programa de Controle de Esquistossomose, criado em 1960 que destacava a eliminação do caramujo como estratégia principal para o controle da doença e a criação da Campanha de Combate à Esquistossomose, lançada em 1969, ressaltando seus objetivos e estratégias. Entre as ações adotadas para eliminação da esquistossomose nos municípios de São Paulo estão a prática da suspeita clínica e endêmica adotada por médicos na busca de novos casos de esquistossomose e a Semana de Combate à Esquistossomose. Com as duas iniciativas, houve a sensibilização de especialistas e da população sobre o problema, destacou. Em São Paulo, serão implantadas 200 mil unidades de referência em saúde. A expectativa é atender 20 mil pessoas por ano no estado, finalizou.

Gutemberg Brito

As estratégias bioecossociais para o controle da esquistossomose foram tema de uma das mesas-redondas da programção

'Aspectos ambientais e socioculturais da transmissão da esquistossomose: Litoral de Pernambuco' foi o tema da palestra ministrada pela pesquisadora da Fiocruz-Pernambuco, Constança Simões Barbosa. A convidada apresentou resultados de estudos que comprovam a relação entre o ambiente costeiro do estado de Pernambuco e a esquistossomose. A investigação foi realizada em Porto de Galinhas, Itamaracá, Lagoa de Apipucos, Praia do Mangue Seco, Praia de Tamandaré e Praia de Carne de Vaca. Identificamos a relação da doença com as localidades, habitadas por população carente, ressaltou. Na avaliação da conferencista, a falta de infraestrutura e de saneamento básico na periferia contribuem para a transmissão da doença. Aspectos sociopolíticos, somados à ausência de legislação e gestão ambiental são fatores favoráveis para a transmissão da doença. Entre os anos de 2000 e 2007, apenas sete focos haviam sido identificados no litoral de Pernambuco. Já em 2008, esse número aumentou para 12, disparou Constança.

O controle da transmissão da doença por meio da associação do tratamento clínico e do saneamento foi o tema abordado pelo pesquisador Naftale Katz, da Fiocruz-Minas. Utilizando como base estudos realizados nas cidades de Comercinho e Capitão Andrade, em Minas Gerais, o conferencista ressaltou a melhora no abastecimento de água e esgotamento sanitário como fatores fundamentais para o controle da esquistossomose. O controle da doença só é possível a partir do desenvolvimento de um trabalho de educação e conscientização da população, aliados a boas condições de saneamento e tratamento adequado, declarou Katz. A proposta que temos para o Brasil é controlar a morbidade por esquistossomose, por meio de tratamento e do controle de transmissão, completou.

O pesquisador norte-americano Helmut Kloss, da Universidade de São Francisco, abordou o tema 'A eletrificação rural do Brasil, implicações para a transmissão da esquistossomose: estudo em uma comunidade rural de Minas Gerais'. O conferencista apresentou estudo realizado em Virgem das Graças, em Minas Gerais, que comprovou a relação entre a chegada da eletricidade e o aumento dos casos da doença. A utilização de tampas nos poços construídos para gerar energia e uso crescente da água da chuva aumentaram a exposição da população à doença. Os focos passaram a se localizar dentro das casas, explicou Kloss.

Os avanços recentes no diagnóstico da esquistossomose e o desenvolvimento tecnológico no combate à doença foram alguns dos temas incluídos na programação que encerrou atividades da quarta-feira. Além das mesas-redondas e conferências, mais de 80 trabalhos foram expostos em forma de pôsteres no segundo dia de evento.

Cristiane Albuquerque e Renata Fontoura

06/10/2010


Convidados apresentam experiências bem sucedidas e apontam os principais desafios na área nas primeiras conferências  e mesas-redondas do evento
Por: 
jornalismo

Mini-cursos e mesas-redondas abriram a programação do 12º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose na manhã desta quarta-feira, 06/10. Atualização em métodos diagnósticos, prevenção e vigilância foram alguns dos temas abordados. Além disso, as estratégias de controle da doença no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) foram debatidas em uma mesa-redonda que reuniu especialistas e representantes da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério Saúde. No final da manhã, a conferência com o tema Estratégias bioecossociais para o controle da esquistossomose foi o destaque.

Horácio Manuel Santana Teles, membro da Superintendência de Controle de Endemias (SP), debateu sobre as novas estratégias para vigilância e controle da esquistossomose em São Paulo. O palestrante apresentou o histórico do Programa de Controle de Esquistossomose, criado em 1960 que destacava a eliminação do caramujo como estratégia principal para o controle da doença e a criação da Campanha de Combate à Esquistossomose, lançada em 1969, ressaltando seus objetivos e estratégias. Entre as ações adotadas para eliminação da esquistossomose nos municípios de São Paulo estão a prática da suspeita clínica e endêmica adotada por médicos na busca de novos casos de esquistossomose e a Semana de Combate à Esquistossomose. Com as duas iniciativas, houve a sensibilização de especialistas e da população sobre o problema, destacou. Em São Paulo, serão implantadas 200 mil unidades de referência em saúde. A expectativa é atender 20 mil pessoas por ano no estado, finalizou.

Gutemberg Brito

As estratégias bioecossociais para o controle da esquistossomose foram tema de uma das mesas-redondas da programção

'Aspectos ambientais e socioculturais da transmissão da esquistossomose: Litoral de Pernambuco' foi o tema da palestra ministrada pela pesquisadora da Fiocruz-Pernambuco, Constança Simões Barbosa. A convidada apresentou resultados de estudos que comprovam a relação entre o ambiente costeiro do estado de Pernambuco e a esquistossomose. A investigação foi realizada em Porto de Galinhas, Itamaracá, Lagoa de Apipucos, Praia do Mangue Seco, Praia de Tamandaré e Praia de Carne de Vaca. Identificamos a relação da doença com as localidades, habitadas por população carente, ressaltou. Na avaliação da conferencista, a falta de infraestrutura e de saneamento básico na periferia contribuem para a transmissão da doença. Aspectos sociopolíticos, somados à ausência de legislação e gestão ambiental são fatores favoráveis para a transmissão da doença. Entre os anos de 2000 e 2007, apenas sete focos haviam sido identificados no litoral de Pernambuco. Já em 2008, esse número aumentou para 12, disparou Constança.

O controle da transmissão da doença por meio da associação do tratamento clínico e do saneamento foi o tema abordado pelo pesquisador Naftale Katz, da Fiocruz-Minas. Utilizando como base estudos realizados nas cidades de Comercinho e Capitão Andrade, em Minas Gerais, o conferencista ressaltou a melhora no abastecimento de água e esgotamento sanitário como fatores fundamentais para o controle da esquistossomose. O controle da doença só é possível a partir do desenvolvimento de um trabalho de educação e conscientização da população, aliados a boas condições de saneamento e tratamento adequado, declarou Katz. A proposta que temos para o Brasil é controlar a morbidade por esquistossomose, por meio de tratamento e do controle de transmissão, completou.

O pesquisador norte-americano Helmut Kloss, da Universidade de São Francisco, abordou o tema 'A eletrificação rural do Brasil, implicações para a transmissão da esquistossomose: estudo em uma comunidade rural de Minas Gerais'. O conferencista apresentou estudo realizado em Virgem das Graças, em Minas Gerais, que comprovou a relação entre a chegada da eletricidade e o aumento dos casos da doença. A utilização de tampas nos poços construídos para gerar energia e uso crescente da água da chuva aumentaram a exposição da população à doença. Os focos passaram a se localizar dentro das casas, explicou Kloss.

Os avanços recentes no diagnóstico da esquistossomose e o desenvolvimento tecnológico no combate à doença foram alguns dos temas incluídos na programação que encerrou atividades da quarta-feira. Além das mesas-redondas e conferências, mais de 80 trabalhos foram expostos em forma de pôsteres no segundo dia de evento.

Cristiane Albuquerque e Renata Fontoura

06/10/2010


Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)