Sempre que há mudança de governo uma coisa preocupa os cientistas e os professores: o investimento do futuro gestor em ciência, tecnologia, inovação e educação. Ainda não ouvimos os candidatos explicitar com maiores detalhes o que farão nessas áreas. Existem muitas sombras, mas também algumas luzes. Reconhecemos que nos últimos anos o orçamento dessas áreas tem aumentado substancialmente. Isto se reflete no aumento da produção de técnicos em diversas áreas, na formação de nossos pós-graduandos e da produção cientÃfica tanto em quantidade (este é um fato já bem conhecido da comunidade) como em qualidade (este é menos reconhecido, mas já visto por inúmeros pesquisadores que se preocupam com a publicação em revistas de impacto e o número de citações).
No entanto o nosso sistema de ciência, tecnologia, inovação e educação ainda é muito frágil e, por isto, necessita de preocupação constante de nossos futuros governantes. A única maneira de o paÃs continuar crescendo é investir em ciência, tecnologia, inovação e educação e desenvolver uma grande tradição nestas áreas.
Se retrocedermos, o esforço realizado poderá levar a uma grande perda de recursos financeiros. Se continuar esta polÃtica de investimento poderemos chegar a uma posição de destaque no mundo cientÃfico e educacional.
Este é o momento de consolidar o nosso sistema de formação de novos talentos e nossos projetos, assegurando o financiamento educacional e da pesquisa, mantendo a viabilidade, cada vez maior, dos pesquisadores e professores criativos e produtivos e dos novos grupos emergentes.
Sabe-se que conhecimento e cultura de um paÃs estão diretamente relacionados com o grau educacional da população e investimento de recursos financeiros públicos e das empresas nas áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação. Isto leva ao fortalecimento das instituições cientÃficas, universidades, escolas técnicas e do parque industrial.
Esses recursos aplicados em pesquisa básica colocam o paÃs na linha de frente na geração do conhecimento.
As verbas alocadas na ciência aplicada refletem no aumento industrial e comercial. É um equÃvoco seguir a noção simplista e obsoleta de que um paÃs pode viver somente de transferir tecnologia, se ao mesmo tempo dificulta a geração de conhecimento novo.
Finalmente, o apoio à s ciências sociais e humanas projeta a cultura e a história, tão importantes ao paÃs. É o momento de os novos governantes acreditarem que colocar recursos financeiros na pesquisa e educação é o melhor investimento para o futuro do paÃs.
Eloi Garcia é pesquisador do IOC e ex-presidente da Fiocruz.
Artigo originalmente publicado em O Globo, 03/10/10
04/10/10
Sempre que há mudança de governo uma coisa preocupa os cientistas e os professores: o investimento do futuro gestor em ciência, tecnologia, inovação e educação. Ainda não ouvimos os candidatos explicitar com maiores detalhes o que farão nessas áreas. Existem muitas sombras, mas também algumas luzes. Reconhecemos que nos últimos anos o orçamento dessas áreas tem aumentado substancialmente. Isto se reflete no aumento da produção de técnicos em diversas áreas, na formação de nossos pós-graduandos e da produção cientÃfica tanto em quantidade (este é um fato já bem conhecido da comunidade) como em qualidade (este é menos reconhecido, mas já visto por inúmeros pesquisadores que se preocupam com a publicação em revistas de impacto e o número de citações).
No entanto o nosso sistema de ciência, tecnologia, inovação e educação ainda é muito frágil e, por isto, necessita de preocupação constante de nossos futuros governantes. A única maneira de o paÃs continuar crescendo é investir em ciência, tecnologia, inovação e educação e desenvolver uma grande tradição nestas áreas.
Se retrocedermos, o esforço realizado poderá levar a uma grande perda de recursos financeiros. Se continuar esta polÃtica de investimento poderemos chegar a uma posição de destaque no mundo cientÃfico e educacional.
Este é o momento de consolidar o nosso sistema de formação de novos talentos e nossos projetos, assegurando o financiamento educacional e da pesquisa, mantendo a viabilidade, cada vez maior, dos pesquisadores e professores criativos e produtivos e dos novos grupos emergentes.
Sabe-se que conhecimento e cultura de um paÃs estão diretamente relacionados com o grau educacional da população e investimento de recursos financeiros públicos e das empresas nas áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação. Isto leva ao fortalecimento das instituições cientÃficas, universidades, escolas técnicas e do parque industrial.
Esses recursos aplicados em pesquisa básica colocam o paÃs na linha de frente na geração do conhecimento.
As verbas alocadas na ciência aplicada refletem no aumento industrial e comercial. É um equÃvoco seguir a noção simplista e obsoleta de que um paÃs pode viver somente de transferir tecnologia, se ao mesmo tempo dificulta a geração de conhecimento novo.
Finalmente, o apoio à s ciências sociais e humanas projeta a cultura e a história, tão importantes ao paÃs. É o momento de os novos governantes acreditarem que colocar recursos financeiros na pesquisa e educação é o melhor investimento para o futuro do paÃs.
Eloi Garcia é pesquisador do IOC e ex-presidente da Fiocruz.
Artigo originalmente publicado em O Globo, 03/10/10
04/10/10
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)