O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras
Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.

vw_cabecalho_novo

Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » A referência que impulsiona a pesquisa

A referência que impulsiona a pesquisa

Interface entre serviços de referência e pesquisa científica foi destaque no III Simpósio de Pesquisa e Inovação
Por Lucas Rocha29/03/2017 - Atualizado em 19/09/2024

Diante da possibilidade de surtos e epidemias de doenças emergentes e reemergentes, o papel dos serviços de referência para diagnóstico foi pauta das discussões no segundo dia do III Simpósio de Pesquisa e Inovação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), nesta terça-feira (28/03).

"Os recentes episódios de impacto para a saúde pública, como o avanço da microcefalia relacionada ao vírus Zika e o aumento de casos de febre amarela silvestre no Brasil, ensinam que o alinhamento entre a pesquisa e os serviços de referência é fundamental para gerar respostas para a sociedade em um curto prazo", destacou a vice-diretora de Referência e Coleções Biológicas do IOC, Eliane Veiga da Costa, mediadora da discussão.

Como Eliane destacou, os serviços de referência atuam de forma integrada e prestam suporte ao Ministério da Saúde, no âmbito da vigilância epidemiológica, prevenção e controle de doenças de interesse para a saúde pública.

Eliane Veiga da Costa, vice-diretora de Referência e Coleções Biológicas do IOC, destacou a importância da pesquisa vinculada aos serviços de referência diante de emergências em saúde pública. Foto: Gutemberg Brito


O chefe do Laboratório de Enterovírus do IOC, Edson Elias da Silva, lembrou as principais contribuições do Laboratório, referência nacional junto ao Ministério da Saúde para enteroviroses e referência em poliomielite para a região das Américas junto à Organização Mundial da Saúde (OMS).

"O Laboratório desempenhou papel de destaque no estudo de diversos surtos de poliomielite e no preparo dos primeiros lotes de vacina Sabin oral contra a doença no Brasil", afirmou.

Entre as atividades desenvolvidas, estão o desenvolvimento de métodos de diagnóstico e de diferenciação viral, a caracterização de genótipos e linhagens de vírus circulantes e o monitoramento das cadeias de transmissão.

O Brasil erradicou a doença em 1989. As ações do Laboratório neste processo incluíram a detecção de poliovírus selvagens e de poliovírus vacinais, além da caracterização molecular das amostras de poliovírus isoladas para avaliação de possíveis mutações.

A atuação do Laboratório de Enterovírus do IOC, referência para o Ministério da Saúde e para a OMS, na erradicação da poliomielite no Brasil foi tema da apresentação do pesquisador Edson Elias da Silva. Foto: Gutemberg Brito


Já a pesquisadora Monick Lindenmeyer Guimarães, chefe do Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular do IOC, a tendência é de uma interligação cada vez maior entre o serviço de referência e o desenvolvimento da pesquisa científica. Desde 1991, o Laboratório colabora com o Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde em ações de pesquisa e de referência.

"As atividades de referência refletem na participação de membros do Laboratório em comitês técnico-científicos, consultorias e principalmente na elaboração e no acompanhamento das redes de monitoramento de pacientes HIV positivos", pontuou Monick.

As atividades de referência implementadas pelo Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular do IOC permitiram o desenvolvimento de novos estudos e a participação em ensaios clínicos internacionais sobre o tema, apontou a pesquisadora Monick Lindenmeyer Guimarães. Foto: Gutemberg Brito


Segundo a pesquisadora, a realização de exames de contagens de células, de carga viral e de genotipagem para o acompanhamento clínico de pacientes permitiu o desenvolvimento de novos estudos e a participação em ensaios clínicos internacionais.

"A relação entre a pesquisa e a referência garantiu oportunidades importantes para o Laboratório, como a garantia da qualidade no monitoramento de pacientes, a geração de conhecimento científico e tecnológico, o desenvolvimento de novas metodologias, a atuação na formação de recursos humanos e a participação no cenário nacional e internacional da pesquisa em HIV/Aids", ressaltou.

Claudio Maierovitch, da Fiocruz Brasília, comparou o desenvolvimento de pesquisa em laboratórios de referência à atividade manutenção de serviços elétricos de alta tensão.

"Não é fácil produzir conhecimento em linha viva, que é um jargão utilizado por quem trabalha com alta tensão. E, quem atua em laboratórios de referência, trabalha em linha viva", ressaltou.

Maierovitch recordou a intensa mobilização em torno das redes de pesquisa sobre o vírus da Zika, em 2016 - na época, ele ocupava o cargo de director de vigilância das doenças transmissíveis do Ministério da Saúde.

"Houve uma disposição enorme do conjunto dos profissionais de saúde, particularmente dos pesquisadores, de trabalhar em união, o que, por mais óbvio que seja, não é comum", pontuou.

Segundo ele, há uma necessidade crescente de movimentar a área da pesquisa científica em ciência e saúde no Brasil o mais rapidamente possível para a direção da transparência, do compartilhamento de dados e da pesquisa cooperativa”.

Para Claudio Maierovitch, o diálogo, a colaboração e o compartilhamento são palavras-chave para melhorias nos serviços de referência e no desenvolvimento das pesquisas em ciência e saúde. Foto: Gutemberg Brito


Além das interfaces entre referência e pesquisa, a Política de Acesso Aberto à Informação também foi alvo das discussões no segundo dia de atividades do Simpósio. O tema foi introduzido pelo vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral Neto. 

Interface entre serviços de referência e pesquisa científica foi destaque no III Simpósio de Pesquisa e Inovação
Por: 
lucas

Diante da possibilidade de surtos e epidemias de doenças emergentes e reemergentes, o papel dos serviços de referência para diagnóstico foi pauta das discussões no segundo dia do III Simpósio de Pesquisa e Inovação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), nesta terça-feira (28/03).

"Os recentes episódios de impacto para a saúde pública, como o avanço da microcefalia relacionada ao vírus Zika e o aumento de casos de febre amarela silvestre no Brasil, ensinam que o alinhamento entre a pesquisa e os serviços de referência é fundamental para gerar respostas para a sociedade em um curto prazo", destacou a vice-diretora de Referência e Coleções Biológicas do IOC, Eliane Veiga da Costa, mediadora da discussão.

Como Eliane destacou, os serviços de referência atuam de forma integrada e prestam suporte ao Ministério da Saúde, no âmbito da vigilância epidemiológica, prevenção e controle de doenças de interesse para a saúde pública.

Eliane Veiga da Costa, vice-diretora de Referência e Coleções Biológicas do IOC, destacou a importância da pesquisa vinculada aos serviços de referência diante de emergências em saúde pública. Foto: Gutemberg Brito

O chefe do Laboratório de Enterovírus do IOC, Edson Elias da Silva, lembrou as principais contribuições do Laboratório, referência nacional junto ao Ministério da Saúde para enteroviroses e referência em poliomielite para a região das Américas junto à Organização Mundial da Saúde (OMS).

"O Laboratório desempenhou papel de destaque no estudo de diversos surtos de poliomielite e no preparo dos primeiros lotes de vacina Sabin oral contra a doença no Brasil", afirmou.

Entre as atividades desenvolvidas, estão o desenvolvimento de métodos de diagnóstico e de diferenciação viral, a caracterização de genótipos e linhagens de vírus circulantes e o monitoramento das cadeias de transmissão.

O Brasil erradicou a doença em 1989. As ações do Laboratório neste processo incluíram a detecção de poliovírus selvagens e de poliovírus vacinais, além da caracterização molecular das amostras de poliovírus isoladas para avaliação de possíveis mutações.

A atuação do Laboratório de Enterovírus do IOC, referência para o Ministério da Saúde e para a OMS, na erradicação da poliomielite no Brasil foi tema da apresentação do pesquisador Edson Elias da Silva. Foto: Gutemberg Brito

Já a pesquisadora Monick Lindenmeyer Guimarães, chefe do Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular do IOC, a tendência é de uma interligação cada vez maior entre o serviço de referência e o desenvolvimento da pesquisa científica. Desde 1991, o Laboratório colabora com o Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde em ações de pesquisa e de referência.

"As atividades de referência refletem na participação de membros do Laboratório em comitês técnico-científicos, consultorias e principalmente na elaboração e no acompanhamento das redes de monitoramento de pacientes HIV positivos", pontuou Monick.

As atividades de referência implementadas pelo Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular do IOC permitiram o desenvolvimento de novos estudos e a participação em ensaios clínicos internacionais sobre o tema, apontou a pesquisadora Monick Lindenmeyer Guimarães. Foto: Gutemberg Brito

Segundo a pesquisadora, a realização de exames de contagens de células, de carga viral e de genotipagem para o acompanhamento clínico de pacientes permitiu o desenvolvimento de novos estudos e a participação em ensaios clínicos internacionais.

"A relação entre a pesquisa e a referência garantiu oportunidades importantes para o Laboratório, como a garantia da qualidade no monitoramento de pacientes, a geração de conhecimento científico e tecnológico, o desenvolvimento de novas metodologias, a atuação na formação de recursos humanos e a participação no cenário nacional e internacional da pesquisa em HIV/Aids", ressaltou.

Claudio Maierovitch, da Fiocruz Brasília, comparou o desenvolvimento de pesquisa em laboratórios de referência à atividade manutenção de serviços elétricos de alta tensão.

"Não é fácil produzir conhecimento em linha viva, que é um jargão utilizado por quem trabalha com alta tensão. E, quem atua em laboratórios de referência, trabalha em linha viva", ressaltou.

Maierovitch recordou a intensa mobilização em torno das redes de pesquisa sobre o vírus da Zika, em 2016 - na época, ele ocupava o cargo de director de vigilância das doenças transmissíveis do Ministério da Saúde.

"Houve uma disposição enorme do conjunto dos profissionais de saúde, particularmente dos pesquisadores, de trabalhar em união, o que, por mais óbvio que seja, não é comum", pontuou.

Segundo ele, há uma necessidade crescente de movimentar a área da pesquisa científica em ciência e saúde no Brasil o mais rapidamente possível para a direção da transparência, do compartilhamento de dados e da pesquisa cooperativa”.

Para Claudio Maierovitch, o diálogo, a colaboração e o compartilhamento são palavras-chave para melhorias nos serviços de referência e no desenvolvimento das pesquisas em ciência e saúde. Foto: Gutemberg Brito

Além das interfaces entre referência e pesquisa, a Política de Acesso Aberto à Informação também foi alvo das discussões no segundo dia de atividades do Simpósio. O tema foi introduzido pelo vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral Neto. 

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.