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Saldo positivo

Diretora do Instituto destaca os avanços em pesquisa, ensino e responsabilidade social que marcaram 2010
Por Jornalismo IOC24/12/2010 - Atualizado em 10/12/2019

Em 2010, quando completou 110 anos a serviço da ciência brasileira, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) acumulou avanços em diversas áreas. Entre os destaques estão importantes novidades científicas, a criação de um novo programa de pós-graduação e a intensa participação no VI Congresso Interno da Fiocruz e na 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia. A revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz ultrapassou a barreira de dois pontos de Fator de Impacto (FI). Em entrevista, a diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge faz um balanço de 2010 e fala sobre essas e outras conquistas do Instituto.

Quais foram as principais novidades científicas do IOC em 2010?
A pesquisa desenvolvida nos laboratórios do Instituto, como sempre, trouxe contribuições científicas relevantes. Ainda estamos fechando os dados de 2010, mas tudo indica que vamos superar a marca dos 430 artigos científicos indexados, obtida em 2009. Além disso, os dados, ainda que parciais, já indicam que houve um avanço na qualidade das publicações, com aumento do número de inserções em periódicos de alto impacto na comunidade científica. Não podemos deixar de mencionar, também, que a revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz ultrapassou a barreira dos dois pontos de fator de impacto. Isso se deve a um trabalho determinado e persistente do seu editor, o pesquisador Ricardo Lourenço, e ao corpo de editores associados, que trabalham sem descanso pela melhoria contínua do periódico.

Outro destaque foi a realização do I Simpósio de Pesquisa e Inovação do IOC. Qual a importância dessa iniciativa?

Inovação é a vertente desafiadora do Brasil hoje. Esse evento permitiu que percebêssemos melhor nosso potencial e os caminhos para a articulação entre pesquisa e inovação. No portfólio de projetos de inovação da Fiocruz, lançado esse mês pela Vice-presidência de Produção e Inovação da Fundação, somos a segunda Unidade com maior numero de projetos inseridos. Isso já é um bom indicador, mas acredito que possamos crescer ainda mais nosso percentual de contribuição, dos atuais 17% para 25% ou 30% dos projetos. O Simpósio de Pesquisa e Inovação nos ajudou muito a identificar esse potencial. Muitos outros eventos científicos também ocorreram ao longo de todo o ano, organizados pelos pesquisadores de nossas áreas de pesquisa e por meio da colaboração com as sociedades cientificas tradicionais em que somos inseridos. O trabalho da Vice-direção de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC, de sua assessoria de pesquisa e inovação e do Núcleo de Inovação Tecnológica do IOC pretende profissionalizar essas ações e obter resultados cada vez mais consistentes.

Um dos destaques do ano que está acabando foi a participação do IOC no VI Congresso Interno da Fiocruz, fórum que define as linhas centrais de ação da Fundação para os próximos anos, expressas no Plano Quadrienal. Como foi este processo?

O IOC manteve um ritmo bom de debates no pré-congresso e preparou muitas propostas. Sete dos 13 valores institucionais assumidos pela Fiocruz foram sugestões colocadas pelo IOC e aprovadas em votação na plenária final do Congresso Interno. Entre eles estão o caráter público e estatal da Fundação, ciência e inovação como base do desenvolvimento, ética, cooperação, valorização da diversidade nas relações com pessoas e instituições e educação como valor na Fiocruz. Diversos macroprojetos no Plano Quadrienal foram propostos ou aperfeiçoados mediante nossas propostas e temos segurança de que poderemos, agora, preparar um Plano Quadrienal do IOC bem alinhado às definições da Fiocruz. Os delegados escolhidos por votação para representar o Instituto neste fórum fizeram muitos debates e atuaram com vigor nos grupos e na plenária do congresso, consolidando uma referência de Instituto ativo e propositivo no âmbito da Fiocruz.

A participação do Instituto na 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação (CNCTI), realizada entre os dias 26 e 28 de maio, em Brasília, também pode ser considerada um destaque?

O IOC foi a única Unidade da Fiocruz que esteve presente como delegação na Conferência. Nossos 20 representantes acompanharam os debates e inseriram propostas. Enviamos um documento institucional para a secretaria da Conferência e temos boa visão dos rumos da C&T no país para os próximos anos. As articulações de C&T com Educação, Saúde e a vertente de Inovação são claras e nos desafiam a uma atuação integrada. A presença do IOC na CNCTI certamente agrega informações e prepara o Instituto para que se posicione adequadamente nesses contextos, maximizando nossas contribuições para o país e aproveitando as oportunidades de crescimento.

Oficinas de integração com outras unidades da Fiocruz foram realizadas. Qual a importância, para o IOC, dessas iniciativas?

É importante porque iniciamos uma conversa mais institucionalizada com Unidades parceiras, elaborando Planos de Trabalho conjuntos, especialmente de modo a articular as pesquisas e resultados obtidos no IOC com sua aplicação no Sistema Único de Saúde e no complexo produtivo da saúde. Os debates nos deixam muitos desafios para o próximo ano, quando essa aproximação com as outras Unidades da Fiocruz será perseguida e consolidada. Em 2010, realizamos oficinas com o Instituto Fernandes Figueiras, Bio-Manguinhos e o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz. Far-Manguinhos e a Escola Nacional de Saúde Pública já estão agendados para 2011.

Os programas de pós-graduação do IOC alcançaram boa avaliação pela Capes. Quais fatores contribuíram para isso?

Sem dúvida, a qualidade do trabalho dos orientadores e dos alunos dos nossos programas contribuiu fortemente, já que, de fato, são os requisitos avaliados pela Capes. Além disso, as condições infraestruturais adequadas e a dedicação de coordenadores e secretaria acadêmica também fizeram a diferença. Dos 19 Programas de Pós-Graduação da Fiocruz, quatro já são nota 6 na Capes, e três destes estão no IOC. Nossa contribuição para a excelência e qualidade da pesquisa na Fiocruz está refletida nesses indicadores, fruto de um trabalho harmonioso e coordenado entre pesquisa e ensino, seguindo a máxima de Carlos Chagas Filho: ‘aqui se ensina porque se pesquisa’. Pesquisa de qualidade gera ensino de qualidade. O trabalho da Vice-direção de Ensino, Informação e Comunicação do IOC tem sido decisivo para esses resultados. Sem contar o novo programa de pós-graduação em Biodiversidade e Saúde do IOC, aprovado pela Capes, que terá início em 2011. O IOC tem um potencial muito grande para desenvolver programas de ensino. Quando percebemos que muitos pesquisadores estavam orientando alunos em outras instituições e que esse nicho da biodiversidade poderia ser bom para a construção de um novo programa de pós-graduação, logo buscamos identificar as lideranças e orientadores que poderiam dar consequência a isso. O fruto do trabalho dedicado deste grupo, sob a coordenação competente do pesquisador Cleber Galvão, teve sucesso nessa construção coletiva.

Além disso, neste ano, tivemos muitos alunos premiados em eventos científicos...

O ensino do IOC nos dá sempre muito trabalho e muitas alegrias. As premiações são algumas delas. Impressionou muito, em 2010, o grande engajamento dos nossos alunos nos órgãos e instâncias colegiadas do Instituto. Realizamos o II Fórum de Integração de Alunos do IOC, uma invenção nossa para criar identidade institucional para os estudantes, e já temos alunos representantes e participantes do Conselho Deliberativo, das Comissões de Pós-Graduação, das Câmaras Técnicas e em muitos Grupos de Trabalho do Instituto. Acredito que em 2011 colheremos o fruto dessa renovação, das ideias e propostas dessa juventude que inova nosso Instituto centenário.

E este ano, para as Coleções Científicas e para os Serviços de Referência do IOC, também fechou com um saldo positivo?

Os serviços de referência do Instituto trabalham cada vez mais próximos dos gestores, direcionando as ações de vigilância e prevenção, numa ação fundamental e estratégica para o país, ainda mais no contexto de doenças emergentes e reemergentes. Além disso, avançamos nos processos de habilitações e credenciamentos: fomos aprovados em todas as nove auditorias que o Ministério da Saúde conduziu este ano para habilitar os laboratórios de referência. No âmbito das coleções biológicas, sem dúvida uma das conquistas mais significativas em 2010 foi o prêmio recebido pela Coleção de Leishmania do IOC, em evento organizado pela World Federation for Culture Collection. Isso é fruto do trabalho desenvolvido pela Vice-Direção de Serviços de Referência e Coleções Biológicas.

Com o grande número de editais contemplando projetos do IOC em 2010, ficou clara a capacidade do Instituto em captar recursos. Como você vê este avanço?

Vejo como um bom resultado, porém ainda tímido perto da nossa capacidade. Creio que em 2011 submeteremos ainda mais propostas e teremos melhores resultados em termos de captação de recursos para pesquisa, ensino e inovação. Sou e estou muito confiante em nossos pesquisadores.

Na área de gestão os avanços também foram visíveis em 2010. Qual a expectativa para 2011?

Trabalhamos, com a atuação da Vice-Direção de Desenvolvimento Institucional e Gestão, para que os laboratórios sejam fortalecidos e superem suas dificuldades de infraestrutura e suporte. Obtivemos melhorias na gestão, e o momento é de crescimento. A expectativa é grande.

E dentre as ações de responsabilidade social do Instituto, o que se destaca?

O Curso de Saúde Comunitária foi uma iniciativa inovadora, que uniu a pesquisa científica com a comunidade que vive no entorno do Instituto, no bairro de Manguinhos [Rio de Janeiro]. Foram 77 moradores atendidos. Não posso deixar de citar as emoções do Simpósio de Ciência e Arte 2010, em que saúde e participação popular foram os eixos, em sintonia com o Curso de Saúde Comunitária oferecido pelo IOC. A política de promoção a saúde com alegria, transformada no projeto PalhaSUS que nosso Doutor Palhaço Matraca espalha atualmente na cidade e no país, está já sendo implementada no município do Rio de Janeiro, com diversas parcerias e com um ingresso de ideias e propostas do IOC no campo das ações da Estratégia de Saúde da Família. Outra atividade de destaque nesse campo foi o trabalho realizado no Ceará, envolvendo escolas, serviços de saúde e os pesquisadores do IOC, Marli Lima e Joseli Lannes-Vieira, entre outros colegas, que concluíram um documentário inédito em que as pessoas atingidas pela doença de Chagas ou expostas ao risco de contrair essa infecção foram abordados como os protagonistas centrais dessa historia. Essas iniciativas nos mostram que a vertente de Extensão, re-batizada de Cooperação Comunitária, é uma realidade no IOC, consolidando nosso diálogo direto com a população que é o foco de nossos esforços em pesquisa.

Há ainda alguma coisa que você gostaria de destacar nesse ano?

Muitas. Os eventos de integração da gestão, dos alunos e dos técnicos são alguns deles, todos com saldos positivos em termos de aproximação e participação dos profissionais do IOC. Nosso mote, ‘IOC para todos’, vai avançando. Mais um destaque excepcional foi a conclusão do curso de mestrado de mais de metade de nossa primeira turma de alunos em Maputo, Moçambique, com a previsão de conclusão dos demais ate março de 2011. Este programa é especial porque tem como objetivo formar pesquisadores locais capacitados para atuar diretamente na melhoria dos sistemas de saúde dos países africanos, em atividades de pesquisa e controle dos diferentes agravos que atingem a região.

16/12/10



Diretora do Instituto destaca os avanços em pesquisa, ensino e responsabilidade social que marcaram 2010
Por: 
jornalismo

Em 2010, quando completou 110 anos a serviço da ciência brasileira, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) acumulou avanços em diversas áreas. Entre os destaques estão importantes novidades científicas, a criação de um novo programa de pós-graduação e a intensa participação no VI Congresso Interno da Fiocruz e na 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia. A revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz ultrapassou a barreira de dois pontos de Fator de Impacto (FI). Em entrevista, a diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge faz um balanço de 2010 e fala sobre essas e outras conquistas do Instituto.

Quais foram as principais novidades científicas do IOC em 2010?

A pesquisa desenvolvida nos laboratórios do Instituto, como sempre, trouxe contribuições científicas relevantes. Ainda estamos fechando os dados de 2010, mas tudo indica que vamos superar a marca dos 430 artigos científicos indexados, obtida em 2009. Além disso, os dados, ainda que parciais, já indicam que houve um avanço na qualidade das publicações, com aumento do número de inserções em periódicos de alto impacto na comunidade científica. Não podemos deixar de mencionar, também, que a revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz ultrapassou a barreira dos dois pontos de fator de impacto. Isso se deve a um trabalho determinado e persistente do seu editor, o pesquisador Ricardo Lourenço, e ao corpo de editores associados, que trabalham sem descanso pela melhoria contínua do periódico.

Outro destaque foi a realização do I Simpósio de Pesquisa e Inovação do IOC. Qual a importância dessa iniciativa?

Inovação é a vertente desafiadora do Brasil hoje. Esse evento permitiu que percebêssemos melhor nosso potencial e os caminhos para a articulação entre pesquisa e inovação. No portfólio de projetos de inovação da Fiocruz, lançado esse mês pela Vice-presidência de Produção e Inovação da Fundação, somos a segunda Unidade com maior numero de projetos inseridos. Isso já é um bom indicador, mas acredito que possamos crescer ainda mais nosso percentual de contribuição, dos atuais 17% para 25% ou 30% dos projetos. O Simpósio de Pesquisa e Inovação nos ajudou muito a identificar esse potencial. Muitos outros eventos científicos também ocorreram ao longo de todo o ano, organizados pelos pesquisadores de nossas áreas de pesquisa e por meio da colaboração com as sociedades cientificas tradicionais em que somos inseridos. O trabalho da Vice-direção de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC, de sua assessoria de pesquisa e inovação e do Núcleo de Inovação Tecnológica do IOC pretende profissionalizar essas ações e obter resultados cada vez mais consistentes.

Um dos destaques do ano que está acabando foi a participação do IOC no VI Congresso Interno da Fiocruz, fórum que define as linhas centrais de ação da Fundação para os próximos anos, expressas no Plano Quadrienal. Como foi este processo?

O IOC manteve um ritmo bom de debates no pré-congresso e preparou muitas propostas. Sete dos 13 valores institucionais assumidos pela Fiocruz foram sugestões colocadas pelo IOC e aprovadas em votação na plenária final do Congresso Interno. Entre eles estão o caráter público e estatal da Fundação, ciência e inovação como base do desenvolvimento, ética, cooperação, valorização da diversidade nas relações com pessoas e instituições e educação como valor na Fiocruz. Diversos macroprojetos no Plano Quadrienal foram propostos ou aperfeiçoados mediante nossas propostas e temos segurança de que poderemos, agora, preparar um Plano Quadrienal do IOC bem alinhado às definições da Fiocruz. Os delegados escolhidos por votação para representar o Instituto neste fórum fizeram muitos debates e atuaram com vigor nos grupos e na plenária do congresso, consolidando uma referência de Instituto ativo e propositivo no âmbito da Fiocruz.

A participação do Instituto na 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação (CNCTI), realizada entre os dias 26 e 28 de maio, em Brasília, também pode ser considerada um destaque?

O IOC foi a única Unidade da Fiocruz que esteve presente como delegação na Conferência. Nossos 20 representantes acompanharam os debates e inseriram propostas. Enviamos um documento institucional para a secretaria da Conferência e temos boa visão dos rumos da C&T no país para os próximos anos. As articulações de C&T com Educação, Saúde e a vertente de Inovação são claras e nos desafiam a uma atuação integrada. A presença do IOC na CNCTI certamente agrega informações e prepara o Instituto para que se posicione adequadamente nesses contextos, maximizando nossas contribuições para o país e aproveitando as oportunidades de crescimento.



Oficinas de integração com outras unidades da Fiocruz foram realizadas. Qual a importância, para o IOC, dessas iniciativas?



É importante porque iniciamos uma conversa mais institucionalizada com Unidades parceiras, elaborando Planos de Trabalho conjuntos, especialmente de modo a articular as pesquisas e resultados obtidos no IOC com sua aplicação no Sistema Único de Saúde e no complexo produtivo da saúde. Os debates nos deixam muitos desafios para o próximo ano, quando essa aproximação com as outras Unidades da Fiocruz será perseguida e consolidada. Em 2010, realizamos oficinas com o Instituto Fernandes Figueiras, Bio-Manguinhos e o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz. Far-Manguinhos e a Escola Nacional de Saúde Pública já estão agendados para 2011.



Os programas de pós-graduação do IOC alcançaram boa avaliação pela Capes. Quais fatores contribuíram para isso?



Sem dúvida, a qualidade do trabalho dos orientadores e dos alunos dos nossos programas contribuiu fortemente, já que, de fato, são os requisitos avaliados pela Capes. Além disso, as condições infraestruturais adequadas e a dedicação de coordenadores e secretaria acadêmica também fizeram a diferença. Dos 19 Programas de Pós-Graduação da Fiocruz, quatro já são nota 6 na Capes, e três destes estão no IOC. Nossa contribuição para a excelência e qualidade da pesquisa na Fiocruz está refletida nesses indicadores, fruto de um trabalho harmonioso e coordenado entre pesquisa e ensino, seguindo a máxima de Carlos Chagas Filho: ‘aqui se ensina porque se pesquisa’. Pesquisa de qualidade gera ensino de qualidade. O trabalho da Vice-direção de Ensino, Informação e Comunicação do IOC tem sido decisivo para esses resultados. Sem contar o novo programa de pós-graduação em Biodiversidade e Saúde do IOC, aprovado pela Capes, que terá início em 2011. O IOC tem um potencial muito grande para desenvolver programas de ensino. Quando percebemos que muitos pesquisadores estavam orientando alunos em outras instituições e que esse nicho da biodiversidade poderia ser bom para a construção de um novo programa de pós-graduação, logo buscamos identificar as lideranças e orientadores que poderiam dar consequência a isso. O fruto do trabalho dedicado deste grupo, sob a coordenação competente do pesquisador Cleber Galvão, teve sucesso nessa construção coletiva.

Além disso, neste ano, tivemos muitos alunos premiados em eventos científicos...



O ensino do IOC nos dá sempre muito trabalho e muitas alegrias. As premiações são algumas delas. Impressionou muito, em 2010, o grande engajamento dos nossos alunos nos órgãos e instâncias colegiadas do Instituto. Realizamos o II Fórum de Integração de Alunos do IOC, uma invenção nossa para criar identidade institucional para os estudantes, e já temos alunos representantes e participantes do Conselho Deliberativo, das Comissões de Pós-Graduação, das Câmaras Técnicas e em muitos Grupos de Trabalho do Instituto. Acredito que em 2011 colheremos o fruto dessa renovação, das ideias e propostas dessa juventude que inova nosso Instituto centenário.

E este ano, para as Coleções Científicas e para os Serviços de Referência do IOC, também fechou com um saldo positivo?



Os serviços de referência do Instituto trabalham cada vez mais próximos dos gestores, direcionando as ações de vigilância e prevenção, numa ação fundamental e estratégica para o país, ainda mais no contexto de doenças emergentes e reemergentes. Além disso, avançamos nos processos de habilitações e credenciamentos: fomos aprovados em todas as nove auditorias que o Ministério da Saúde conduziu este ano para habilitar os laboratórios de referência. No âmbito das coleções biológicas, sem dúvida uma das conquistas mais significativas em 2010 foi o prêmio recebido pela Coleção de Leishmania do IOC, em evento organizado pela World Federation for Culture Collection. Isso é fruto do trabalho desenvolvido pela Vice-Direção de Serviços de Referência e Coleções Biológicas.

Com o grande número de editais contemplando projetos do IOC em 2010, ficou clara a capacidade do Instituto em captar recursos. Como você vê este avanço?



Vejo como um bom resultado, porém ainda tímido perto da nossa capacidade. Creio que em 2011 submeteremos ainda mais propostas e teremos melhores resultados em termos de captação de recursos para pesquisa, ensino e inovação. Sou e estou muito confiante em nossos pesquisadores.

Na área de gestão os avanços também foram visíveis em 2010. Qual a expectativa para 2011?

Trabalhamos, com a atuação da Vice-Direção de Desenvolvimento Institucional e Gestão, para que os laboratórios sejam fortalecidos e superem suas dificuldades de infraestrutura e suporte. Obtivemos melhorias na gestão, e o momento é de crescimento. A expectativa é grande.

E dentre as ações de responsabilidade social do Instituto, o que se destaca?

O Curso de Saúde Comunitária foi uma iniciativa inovadora, que uniu a pesquisa científica com a comunidade que vive no entorno do Instituto, no bairro de Manguinhos [Rio de Janeiro]. Foram 77 moradores atendidos. Não posso deixar de citar as emoções do Simpósio de Ciência e Arte 2010, em que saúde e participação popular foram os eixos, em sintonia com o Curso de Saúde Comunitária oferecido pelo IOC. A política de promoção a saúde com alegria, transformada no projeto PalhaSUS que nosso Doutor Palhaço Matraca espalha atualmente na cidade e no país, está já sendo implementada no município do Rio de Janeiro, com diversas parcerias e com um ingresso de ideias e propostas do IOC no campo das ações da Estratégia de Saúde da Família. Outra atividade de destaque nesse campo foi o trabalho realizado no Ceará, envolvendo escolas, serviços de saúde e os pesquisadores do IOC, Marli Lima e Joseli Lannes-Vieira, entre outros colegas, que concluíram um documentário inédito em que as pessoas atingidas pela doença de Chagas ou expostas ao risco de contrair essa infecção foram abordados como os protagonistas centrais dessa historia. Essas iniciativas nos mostram que a vertente de Extensão, re-batizada de Cooperação Comunitária, é uma realidade no IOC, consolidando nosso diálogo direto com a população que é o foco de nossos esforços em pesquisa.

Há ainda alguma coisa que você gostaria de destacar nesse ano?



Muitas. Os eventos de integração da gestão, dos alunos e dos técnicos são alguns deles, todos com saldos positivos em termos de aproximação e participação dos profissionais do IOC. Nosso mote, ‘IOC para todos’, vai avançando. Mais um destaque excepcional foi a conclusão do curso de mestrado de mais de metade de nossa primeira turma de alunos em Maputo, Moçambique, com a previsão de conclusão dos demais ate março de 2011. Este programa é especial porque tem como objetivo formar pesquisadores locais capacitados para atuar diretamente na melhoria dos sistemas de saúde dos países africanos, em atividades de pesquisa e controle dos diferentes agravos que atingem a região.

16/12/10






Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)