Uma tese desenvolvida no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi vencedora do III Prêmio da Sociedade Brasileira de Parasitologia de Dissertações e Teses.
O estudo realizado pela bióloga Jucicleide Ramos de Souza analisou, pela primeira vez, a genética de populações do molusco Achatina fulica, popularmente conhecido como caracol gigante africano, em todos os 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, além de amostras da Indonésia, provável local de origem de uma das introduções do Brasil.
A pesquisa também investigou a presença de parasitos nos moluscos, incluindo o verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica.
Na entrega da premiação, Jucicleide de Souza (à direita) ressaltou a importância do reconhecimento de pesquisas ligadas a doenças negligenciadas. Foto: Acervo pessoalO trabalho foi realizado no Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária, sob orientação da chefe do Laboratório de Malacologia, Silvana Thiengo, e do chefe do Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios, Arnaldo Maldonado Júnior.
Intitulada ‘Achatina fulica Bowdich, 1822 (Gastropoda) no Brasil: genética de populações e importância para a saúde pública’, a tese foi reconhecida na categoria ‘entomologia e malacologia’.
A entrega do prêmio foi realizada no encerramento do ‘V Simpósio Brasileiro de Doenças Negligenciadas (SBDN) e I World Symposium on Neglected Diseases (I WSND)’, no dia 25 de maio, na Universidade Federal de Lavras (UFLA), às 17h10. A cerimônia foi transmitida pelo canal da SBP no Youtube.
Ao agradecer o reconhecimento concedido pela SBP, Jucicleide chamou atenção para o papel do caracol gigante africano como vetor da meningite eosinofílica, doença que vem se expandindo no país.
“Trabalhar com pesquisa básica e ter reconhecimento é de grande importância, principalmente em doenças negligenciadas. Meu trabalho aborda o hospedeiro do Angiostrongylus cantonensis, que é o agente etiológico da meningite eosinofílica, uma doença emergente e negligenciada, que precisa de visibilidade”, declarou Jucicleide.
O caracol gigante africano é uma espécie exótica e invasora no Brasil. Provavelmente trazido da Indonésia, o animal se espalhou por todas as unidades da federação.
Um dos objetivos da pesquisa foi investigar a dispersão dessa espécie no país. Para isso, o trabalho analisou características genéticas de mais de 330 moluscos procedentes de 37 localidades, contemplando os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal.
Autora da pesquisa em trabalho de campo para coleta de moluscos em Manaus. Foto: Acervo pessoalPara comparação, foram obtidas sequências genéticas de caracóis de três localidades da Indonésia.
Por meio da análise genética, o estudo identificou duas possíveis introduções do caracol africano no Brasil, em Minas Gerais e no Paraná, com compartilhamento de características genéticas entre os animais do Brasil e da Indonésia.
Durante o estudo, o verme causador da meningite eosinofílica foi encontrado, pela primeira vez, na cidade de Manaus, em espécimes do caracol gigante africano.
O trabalho identificou ainda o parasito Cruzia tentaculata, que infecta gambás, em diferentes espécies de moluscos, incluindo o caracol invasor A. fulica. De forma inédita, o estudo obteve sequências genéticas deste parasito e levou à descoberta da participação de moluscos em seu ciclo de vida.
Os resultados obtidos podem subsidiar estratégias de vigilância e controle do caracol gigante africano no Brasil, visando à promoção da saúde humana, animal e ambiental.
Uma tese desenvolvida no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi vencedora do III Prêmio da Sociedade Brasileira de Parasitologia de Dissertações e Teses.
O estudo realizado pela bióloga Jucicleide Ramos de Souza analisou, pela primeira vez, a genética de populações do molusco Achatina fulica, popularmente conhecido como caracol gigante africano, em todos os 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, além de amostras da Indonésia, provável local de origem de uma das introduções do Brasil.
A pesquisa também investigou a presença de parasitos nos moluscos, incluindo o verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica.
Na entrega da premiação, Jucicleide de Souza (à direita) ressaltou a importância do reconhecimento de pesquisas ligadas a doenças negligenciadas. Foto: Acervo pessoalO trabalho foi realizado no Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária, sob orientação da chefe do Laboratório de Malacologia, Silvana Thiengo, e do chefe do Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios, Arnaldo Maldonado Júnior.
Intitulada ‘Achatina fulica Bowdich, 1822 (Gastropoda) no Brasil: genética de populações e importância para a saúde pública’, a tese foi reconhecida na categoria ‘entomologia e malacologia’.
A entrega do prêmio foi realizada no encerramento do ‘V Simpósio Brasileiro de Doenças Negligenciadas (SBDN) e I World Symposium on Neglected Diseases (I WSND)’, no dia 25 de maio, na Universidade Federal de Lavras (UFLA), às 17h10. A cerimônia foi transmitida pelo canal da SBP no Youtube.
Ao agradecer o reconhecimento concedido pela SBP, Jucicleide chamou atenção para o papel do caracol gigante africano como vetor da meningite eosinofílica, doença que vem se expandindo no país.
“Trabalhar com pesquisa básica e ter reconhecimento é de grande importância, principalmente em doenças negligenciadas. Meu trabalho aborda o hospedeiro do Angiostrongylus cantonensis, que é o agente etiológico da meningite eosinofílica, uma doença emergente e negligenciada, que precisa de visibilidade”, declarou Jucicleide.
O caracol gigante africano é uma espécie exótica e invasora no Brasil. Provavelmente trazido da Indonésia, o animal se espalhou por todas as unidades da federação.
Um dos objetivos da pesquisa foi investigar a dispersão dessa espécie no país. Para isso, o trabalho analisou características genéticas de mais de 330 moluscos procedentes de 37 localidades, contemplando os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal.
Autora da pesquisa em trabalho de campo para coleta de moluscos em Manaus. Foto: Acervo pessoalPara comparação, foram obtidas sequências genéticas de caracóis de três localidades da Indonésia.
Por meio da análise genética, o estudo identificou duas possíveis introduções do caracol africano no Brasil, em Minas Gerais e no Paraná, com compartilhamento de características genéticas entre os animais do Brasil e da Indonésia.
Durante o estudo, o verme causador da meningite eosinofílica foi encontrado, pela primeira vez, na cidade de Manaus, em espécimes do caracol gigante africano.
O trabalho identificou ainda o parasito Cruzia tentaculata, que infecta gambás, em diferentes espécies de moluscos, incluindo o caracol invasor A. fulica. De forma inédita, o estudo obteve sequências genéticas deste parasito e levou à descoberta da participação de moluscos em seu ciclo de vida.
Os resultados obtidos podem subsidiar estratégias de vigilância e controle do caracol gigante africano no Brasil, visando à promoção da saúde humana, animal e ambiental.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)