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‘Somos Manguinhos’ celebra os Cursos de Aplicação do IOC

3ª edição do projeto de memória institucional recebeu os pesquisadores Delir Corrêa, Ernesto Hofer e Leon Rabinovitch
Por Maíra Menezes01/10/2024 - Atualizado em 09/10/2024
Em formato de bate-papo, evento resgatou memórias da primeira experiência de pós-graduação no Brasil. Foto: Gutemberg Brito

A 3ª edição do projeto ‘Somos Manguinhos’, realizada na última sexta-feira, 27 de setembro, homenageou a primeira experiência brasileira de pós-graduação: os Cursos de Aplicação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). 

Criada para atender aos anseios de Oswaldo Cruz e dos pioneiros de Manguinhos quanto à formação de pesquisadores, a iniciativa, oferecida de 1908 a 1970, formou cerca de 400 profissionais ao longo de mais de seis décadas. 

O evento recebeu como convidados três egressos que construíram carreiras de alto impacto no IOC: Ernesto Hofer e Leon Rabinovitch (turma de 1964-1965) e Delir Corrêa (turma de 1967).  

Assista à sessão:

A sessão ocorreu no Auditório Emmanuel Dias, no Pavilhão Arthur Neiva, no campus da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro, um local emblemático uma vez que o edifício foi construído como pavilhão de cursos e sediou as aulas a partir de 1950.  

A atividade foi integrada ao Centro de Estudos do IOC e ao Jubileu Secular de Prata dos 125 anos do IOC.

Iniciativa pioneira 

O caráter inovador dos Cursos de Aplicação e sua relevância para a ciência brasileira foram destacados na abertura do evento. 

“Essa é a raiz da pós-graduação no nosso país, mais um projeto visionário de Oswaldo Cruz, do qual até hoje vemos o impacto e o legado. Para lembrar essa história, recebemos pessoas muito especiais para a nossa casa: ex-alunos dos Cursos de Aplicação, que dedicaram suas jornadas ao IOC, formaram cientistas e se tornaram lideranças”, disse a coordenadora do Departamento de Jornalismo e Comunicação do IOC, Raquel Aguiar, idealizadora do ‘Somos Manguinhos’. 

“O Curso de Aplicação foi criado por Oswaldo Cruz a partir da experiência na especialização que ele fez no Instituto Pasteur, na França, e moldado também por influência de pesquisadores do Instituto que tinham conexão com outras escolas de microbiologia, como a alemã. Essa iniciativa permitiu formação de qualidade no país”, pontuou o pesquisador Ricardo Lourenço de Oliveira, anfitrião do projeto ‘Somos Manguinhos’. 

Leon Rabinovitch, Delir Corrêa e Ernesto Hofer diante de quadro histórico usado em aulas dos Cursos de Aplicação. Foto: Gutemberg Brito

A diretora do IOC, Tania Cremonini de Araujo-Jorge, lembrou o livro ‘Uma escola para a ciência e a saúde: 111 anos de ensino no Instituto Oswaldo Cruz’, publicado em 2011, que conta a trajetória do Ensino oferecido na Unidade.  

“Oswaldo Cruz criou uma escola no IOC. Paulo Freire disse que ‘a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda’. O Curso de Aplicação formou pessoas e essas pessoas mudaram a ciência e a saúde. Que a gente possa se inspirar nessas histórias e nesses legados”, declarou Tania. 

Em mensagem gravada em vídeo, a presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho, salientou a importância do evento e da preservação da memória institucional.  

“Eventos como este são cruciais para manter viva nossa história, que é referência para construção de um futuro melhor. O Curso de Aplicação foi pioneiro em tantos aspectos que seria impossível descrever tudo. Destaco, então, o caráter inovador e quase revolucionário do enfoque prático da formação, que não havia nas faculdades de medicina do Brasil”, disse Denise. 

Lembranças da sala de aula 

O evento ocorreu em formato de bate-papo. Os convidados recordaram a forma de ingresso no curso, o ambiente, a rotina de atividades e os momentos mais marcantes. 

Em destaque, Ernesto Hofer na foto da turma de 1964-1965 dos Cursos de Aplicação. Arte: João Veras

"Conhecemos toda a estrutura do IOC com os melhores especialistas”, contou Ernesto Hofer, que foi chefe do Departamento de Bacteriologia e do Laboratório de Zoonoses Bacterianas. 

Além da qualidade, a exigência na formação foi destacada, com realização de provas escritas, orais e prática, que poderiam resultar em eliminação caso o aluno fosse reprovado. 

Delir Corrêa, em destaque, na foto da turma de 1967 dos Cursos de Aplicação e com o grupo em aula prática. Arte: João Veras

“Nós, mulheres, tínhamos que lutar muito para chegar em algum lugar porque a competição era grande e as mulheres eram consideradas abaixo dos homens”, recordou Delir Corrêa, que foi chefe do Departamento de Helmintologia e do Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados, além de vice-diretora do Instituto e curadora da Coleção Helmintológica. 

“Incito essa geração que seja persistente nos seus estudos e na sua ânsia de buscar saber. Pensem sempre que isso é importante para o nosso país, para a saúde da nossa população", comentou Leon Rabinovitch em recado à geração atual e às futuras.

 
Leon Rabinovitch, em destaque, na foto da turma de 1974-1965 dos Cursos de Aplicação. Arte: João Veras

O pesquisador foi chefe do Departamento de Bacteriologia, do Laboratório de Fisiologia Bacteriana, vice-diretor do IOC, coordenador do Referência Nacional para Carbúnculo e curador da Coleção de Culturas do Gênero Bacillus e Gêneros Correlatos. 

3ª edição do projeto de memória institucional recebeu os pesquisadores Delir Corrêa, Ernesto Hofer e Leon Rabinovitch
Por: 
maira
Em formato de bate-papo, evento resgatou memórias da primeira experiência de pós-graduação no Brasil. Foto: Gutemberg Brito

A 3ª edição do projeto ‘Somos Manguinhos’, realizada na última sexta-feira, 27 de setembro, homenageou a primeira experiência brasileira de pós-graduação: os Cursos de Aplicação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). 

Criada para atender aos anseios de Oswaldo Cruz e dos pioneiros de Manguinhos quanto à formação de pesquisadores, a iniciativa, oferecida de 1908 a 1970, formou cerca de 400 profissionais ao longo de mais de seis décadas. 

O evento recebeu como convidados três egressos que construíram carreiras de alto impacto no IOC: Ernesto Hofer e Leon Rabinovitch (turma de 1964-1965) e Delir Corrêa (turma de 1967).  

Assista à sessão:

A sessão ocorreu no Auditório Emmanuel Dias, no Pavilhão Arthur Neiva, no campus da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro, um local emblemático uma vez que o edifício foi construído como pavilhão de cursos e sediou as aulas a partir de 1950.  

A atividade foi integrada ao Centro de Estudos do IOC e ao Jubileu Secular de Prata dos 125 anos do IOC.

Iniciativa pioneira 

O caráter inovador dos Cursos de Aplicação e sua relevância para a ciência brasileira foram destacados na abertura do evento. 

“Essa é a raiz da pós-graduação no nosso país, mais um projeto visionário de Oswaldo Cruz, do qual até hoje vemos o impacto e o legado. Para lembrar essa história, recebemos pessoas muito especiais para a nossa casa: ex-alunos dos Cursos de Aplicação, que dedicaram suas jornadas ao IOC, formaram cientistas e se tornaram lideranças”, disse a coordenadora do Departamento de Jornalismo e Comunicação do IOC, Raquel Aguiar, idealizadora do ‘Somos Manguinhos’. 

“O Curso de Aplicação foi criado por Oswaldo Cruz a partir da experiência na especialização que ele fez no Instituto Pasteur, na França, e moldado também por influência de pesquisadores do Instituto que tinham conexão com outras escolas de microbiologia, como a alemã. Essa iniciativa permitiu formação de qualidade no país”, pontuou o pesquisador Ricardo Lourenço de Oliveira, anfitrião do projeto ‘Somos Manguinhos’. 

Leon Rabinovitch, Delir Corrêa e Ernesto Hofer diante de quadro histórico usado em aulas dos Cursos de Aplicação. Foto: Gutemberg Brito

A diretora do IOC, Tania Cremonini de Araujo-Jorge, lembrou o livro ‘Uma escola para a ciência e a saúde: 111 anos de ensino no Instituto Oswaldo Cruz’, publicado em 2011, que conta a trajetória do Ensino oferecido na Unidade.  

“Oswaldo Cruz criou uma escola no IOC. Paulo Freire disse que ‘a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda’. O Curso de Aplicação formou pessoas e essas pessoas mudaram a ciência e a saúde. Que a gente possa se inspirar nessas histórias e nesses legados”, declarou Tania. 

Em mensagem gravada em vídeo, a presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho, salientou a importância do evento e da preservação da memória institucional.  

“Eventos como este são cruciais para manter viva nossa história, que é referência para construção de um futuro melhor. O Curso de Aplicação foi pioneiro em tantos aspectos que seria impossível descrever tudo. Destaco, então, o caráter inovador e quase revolucionário do enfoque prático da formação, que não havia nas faculdades de medicina do Brasil”, disse Denise. 

Lembranças da sala de aula 

O evento ocorreu em formato de bate-papo. Os convidados recordaram a forma de ingresso no curso, o ambiente, a rotina de atividades e os momentos mais marcantes. 

Em destaque, Ernesto Hofer na foto da turma de 1964-1965 dos Cursos de Aplicação. Arte: João Veras

"Conhecemos toda a estrutura do IOC com os melhores especialistas”, contou Ernesto Hofer, que foi chefe do Departamento de Bacteriologia e do Laboratório de Zoonoses Bacterianas. 

Além da qualidade, a exigência na formação foi destacada, com realização de provas escritas, orais e prática, que poderiam resultar em eliminação caso o aluno fosse reprovado. 

Delir Corrêa, em destaque, na foto da turma de 1967 dos Cursos de Aplicação e com o grupo em aula prática. Arte: João Veras

“Nós, mulheres, tínhamos que lutar muito para chegar em algum lugar porque a competição era grande e as mulheres eram consideradas abaixo dos homens”, recordou Delir Corrêa, que foi chefe do Departamento de Helmintologia e do Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados, além de vice-diretora do Instituto e curadora da Coleção Helmintológica. 

“Incito essa geração que seja persistente nos seus estudos e na sua ânsia de buscar saber. Pensem sempre que isso é importante para o nosso país, para a saúde da nossa população", comentou Leon Rabinovitch em recado à geração atual e às futuras.

 
Leon Rabinovitch, em destaque, na foto da turma de 1974-1965 dos Cursos de Aplicação. Arte: João Veras

O pesquisador foi chefe do Departamento de Bacteriologia, do Laboratório de Fisiologia Bacteriana, vice-diretor do IOC, coordenador do Referência Nacional para Carbúnculo e curador da Coleção de Culturas do Gênero Bacillus e Gêneros Correlatos. 

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)