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Suspeita de poliomielite: alerta para vacinação

Especialista reforça a importância da imunização de todas as crianças menores de cinco anos. Cobertura vacinal do Brasil está abaixo do recomendado
Por Raquel Aguiar19/06/2018 - Atualizado em 10/12/2019
Especialista reforça a importância da imunização de todas as crianças menores de cinco anos. Cobertura vacinal do Brasil está abaixo do recomendado

Nos últimos dias, o noticiário nacional e internacional destacou a suspeita de um caso de poliomielite em uma criança na Venezuela. A situação chamou a atenção de especialistas de todo o mundo: poderia ser a primeira ocorrência confirmada no país no intervalo de quase 30 anos desde o último registro, em 1989. Questionamentos sobre a reemergência da doença e os perigos do alastramento do vírus para além das fronteiras venezuelanas ganharam espaço. Recentemente, no entanto, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um boletim descartando a suspeita. No comunicado, a entidade informa que os testes realizados no laboratório global especializado excluíram a presença do poliovírus selvagem e do poliovírus derivado da vacina (VDPV). O órgão explica que um VDPV é um vírus Sabin com mutações genéticas que lhe conferem a capacidade de produzir a doença. Além disso, ressalta que, até o momento, não há risco de disseminação para a comunidade ou surtos de pólio neste caso. O virologista Edson Elias, chefe do Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que atua como referência nacional no tema junto ao Ministério da Saúde e como referência para a região das Américas junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), enfatiza que não há motivo para alarme. "As Américas não estão diante da reintrodução da linhagem selvagem do vírus. O último caso deste tipo foi detectado no continente em 1991, no Peru”, diz. O especialista reforça, contudo, que é fundamental que todos os países, não somente os do continente americano, permaneçam empenhados em manter a cobertura vacinal de suas populações acima dos 95%, seguindo o protocolo estabelecido pela OMS. “Se a cobertura vacinal for deficitária, as linhagens selvagens podem ser reintroduzidas em países que já haviam eliminado o vírus”, explica o virologista. Países da África e da Ásia, por exemplo, ainda não conseguiram eliminar a poliomielite de seus territórios e podem exportar o poliovírus selvagem para outras regiões antes considerados livres da doença, como é o caso das Américas. No Brasil, apesar de a vacina para poliomielite estar disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), um dado preocupa: a cobertura vacinal está abaixo do recomendado, com taxa que alcança somente 77% da população – índice 18% inferior ao protocolado pela OMS. “As vacinas contra a poliomielite são seguras e é altamente recomendável manter a vacinação das crianças”, destaca. “É fundamental que o governo desenvolva estratégias eficazes de vacinação e que os pais continuem levando os filhos menores de 5 anos para vacinar. Com a cobertura vacinal ampla, não existe o risco de alastramento do vírus”, completa.
Sobre a poliomielite
Desde 1990, o Brasil não registra casos de pólio, como resultado do sucesso das campanhas realizadas desde 1980 no país, que se via assombrado por um longo e triste histórico da doença conhecida como paralisia infantil, que vitimou cerca de 27 mil crianças entre 1968 e 1989. A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa aguda. Não existe cura e o vírus causador da doença se multiplica no intestino. A transmissão ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados com fezes (contato fecal-oral) e, por isso, crianças pequenas, que ainda não estabeleceram hábitos de higiene, correm mais risco de infecção. Apenas 1% dos infectados desenvolve a forma paralítica, decorrente da migração do vírus para o sistema nervoso central. As sequelas podem ser permanentes e, quando há comprometimento do bulbo cerebral, o paciente pode morrer por insuficiência respiratória.


Imagem: Agência Brasil - Creative Commons - CC BY 3.0

Reportagem: Vinicius Ferreira Edição: Raquel Aguiar 19/06/2018

Especialista reforça a importância da imunização de todas as crianças menores de cinco anos. Cobertura vacinal do Brasil está abaixo do recomendado
Por: 
raquel

Especialista reforça a importância da imunização de todas as crianças menores de cinco anos. Cobertura vacinal do Brasil está abaixo do recomendado

Nos últimos dias, o noticiário nacional e internacional destacou a suspeita de um caso de poliomielite em uma criança na Venezuela. A situação chamou a atenção de especialistas de todo o mundo: poderia ser a primeira ocorrência confirmada no país no intervalo de quase 30 anos desde o último registro, em 1989. Questionamentos sobre a reemergência da doença e os perigos do alastramento do vírus para além das fronteiras venezuelanas ganharam espaço. Recentemente, no entanto, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um boletim descartando a suspeita. No comunicado, a entidade informa que os testes realizados no laboratório global especializado excluíram a presença do poliovírus selvagem e do poliovírus derivado da vacina (VDPV). O órgão explica que um VDPV é um vírus Sabin com mutações genéticas que lhe conferem a capacidade de produzir a doença. Além disso, ressalta que, até o momento, não há risco de disseminação para a comunidade ou surtos de pólio neste caso.

O virologista Edson Elias, chefe do Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que atua como referência nacional no tema junto ao Ministério da Saúde e como referência para a região das Américas junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), enfatiza que não há motivo para alarme. "As Américas não estão diante da reintrodução da linhagem selvagem do vírus. O último caso deste tipo foi detectado no continente em 1991, no Peru”, diz.

O especialista reforça, contudo, que é fundamental que todos os países, não somente os do continente americano, permaneçam empenhados em manter a cobertura vacinal de suas populações acima dos 95%, seguindo o protocolo estabelecido pela OMS. “Se a cobertura vacinal for deficitária, as linhagens selvagens podem ser reintroduzidas em países que já haviam eliminado o vírus”, explica o virologista. Países da África e da Ásia, por exemplo, ainda não conseguiram eliminar a poliomielite de seus territórios e podem exportar o poliovírus selvagem para outras regiões antes considerados livres da doença, como é o caso das Américas.

No Brasil, apesar de a vacina para poliomielite estar disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), um dado preocupa: a cobertura vacinal está abaixo do recomendado, com taxa que alcança somente 77% da população – índice 18% inferior ao protocolado pela OMS. “As vacinas contra a poliomielite são seguras e é altamente recomendável manter a vacinação das crianças”, destaca. “É fundamental que o governo desenvolva estratégias eficazes de vacinação e que os pais continuem levando os filhos menores de 5 anos para vacinar. Com a cobertura vacinal ampla, não existe o risco de alastramento do vírus”, completa.


Sobre a poliomielite


Desde 1990, o Brasil não registra casos de pólio, como resultado do sucesso das campanhas realizadas desde 1980 no país, que se via assombrado por um longo e triste histórico da doença conhecida como paralisia infantil, que vitimou cerca de 27 mil crianças entre 1968 e 1989. A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa aguda. Não existe cura e o vírus causador da doença se multiplica no intestino. A transmissão ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados com fezes (contato fecal-oral) e, por isso, crianças pequenas, que ainda não estabeleceram hábitos de higiene, correm mais risco de infecção. Apenas 1% dos infectados desenvolve a forma paralítica, decorrente da migração do vírus para o sistema nervoso central. As sequelas podem ser permanentes e, quando há comprometimento do bulbo cerebral, o paciente pode morrer por insuficiência respiratória.



Imagem: Agência Brasil - Creative Commons - CC BY 3.0

Reportagem: Vinicius Ferreira
Edição: Raquel Aguiar
19/06/2018

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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