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Tire dúvidas sobre o vírus da dengue

Saiba como a manifestação clássica da doença pode evoluir para a forma hemorrágica e os motivos que exigem cuidados especiais com as crianças
Por Jornalismo IOC28/03/2008 - Atualizado em 10/12/2019

Com o objetivo de esclarecer as dúvidas da população sobre a dengue, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) disponibiliza as respostas de seus pesquisadores às perguntas mais freqüentes sobre o vírus. Entre os temas abordados, estão a suscetibilidade das crianças à doença, os perigos de uma segunda infecção pelo vírus e os diversos fatores relacionados ao aparecimento dos casos de dengue hemorrágica.  

Qual a diferença entre as formas clássica e hemorrágica de dengue?
A principal diferença é a apresentação clínica. Inicialmente, a dengue hemorrágica apresenta-se da mesma maneira que a forma clássica da doença, mas evolui rapidamente para um quadro mais grave, sem que possamos prever o agravamento do quadro do paciente. Os principais sintomas são dor abdominal, vômitos, agitação e pele seca, seguidos de queda de pressão. Se não receber tratamento imediato o paciente pode perder a consciência e chegar ao óbito por choque em poucas horas. Por isso, é fundamental realizar um diagnóstico correto e instituir rapidamente o tratamento.

 Monika Barth/IOC

 A imagem, produzida em laboratório por microscopia eletrônica, exibe células do mosquito A. aegypti infectadas pelo vírus da dengue (pontos pretos)

Quais fatores influenciam a evolução da dengue para sua forma hemorrágica?
As razões exatas são desconhecidas. Fatores genéticos individuais certamente estão envolvidos no processo de evolução da doença e há também a possibilidade de influência por uma infecção anterior, que pode intensificar uma segunda contaminação pelo vírus. No entanto, este não é um fator absoluto, pois muitas pessoas já contraíram infecções sucessivas por dengue sem desenvolver o quadro hemorrágico. A virulência das amostras também é um fator importante. Na epidemia do Rio de Janeiro de 2002/2003, a grande maioria dos casos fatais eram infecções primárias, ou seja, as pessoas nunca tinham contraído dengue, mas o vírus em questão, do tipo 3, era e continua a ser bastante virulento.
 
É correto afirmar que a segunda infecção será sempre mais grave que a primeira?
Não. A evolução da doença é um processo multifatorial e não há como prever com precisão.

Quantas vezes uma pessoa pode contrair dengue?
Não há limite para a infecção pelos vírus da dengue e as pessoas podem sofrer infecções sucessivas por todos os tipos de vírus circulantes na área.

 Monika Barth/IOC

   Outra imagem produzida em laboratório mostra células do mosquito Aedes aegypti infectadas pelo vírus da dengue (pontos pretos).


Qual a cepa mais virulenta e, portanto, perigosa?
O tipo 3, proveniente da Ásia e introduzido no Brasil e nas Américas em 1994. No entanto, todos os tipos virais podem levar eventualmente a óbito.
 
É verdade que crianças e jovens são hoje mais suscetíveis à doença?
Especula-se que a intensa circulação de diferentes tipos virais que infectam pessoas continuamente possa gerar imunidade na população adulta, em pessoas que já tenham sido contaminadas alguma vez. Dessa forma, crianças e jovens que nunca entraram em contato com o vírus circulante podem, sim, ser mais suscetíveis ao desenvolvimento da doença. Essa dinâmica foi registrada na Ásia nas décadas de 1970 e 1980 e é possível que a experiência se repita nas Américas.


Permitida a reprodução do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz). Para reprodução das imagens, favor encaminhar solicitação através do email jornalismo@ioc.fiocruz.br

Agradecimento especial à pesquisadora Monika Barth, pela cessão de imagens.

Saiba como a manifestação clássica da doença pode evoluir para a forma hemorrágica e os motivos que exigem cuidados especiais com as crianças
Por: 
jornalismo

Com o objetivo de esclarecer as dúvidas da população sobre a dengue, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) disponibiliza as respostas de seus pesquisadores às perguntas mais freqüentes sobre o vírus. Entre os temas abordados, estão a suscetibilidade das crianças à doença, os perigos de uma segunda infecção pelo vírus e os diversos fatores relacionados ao aparecimento dos casos de dengue hemorrágica.  

Qual a diferença entre as formas clássica e hemorrágica de dengue?

A principal diferença é a apresentação clínica. Inicialmente, a dengue hemorrágica apresenta-se da mesma maneira que a forma clássica da doença, mas evolui rapidamente para um quadro mais grave, sem que possamos prever o agravamento do quadro do paciente. Os principais sintomas são dor abdominal, vômitos, agitação e pele seca, seguidos de queda de pressão. Se não receber tratamento imediato o paciente pode perder a consciência e chegar ao óbito por choque em poucas horas. Por isso, é fundamental realizar um diagnóstico correto e instituir rapidamente o tratamento.

 Monika Barth/IOC

 A imagem, produzida em laboratório por microscopia eletrônica, exibe células do mosquito A. aegypti infectadas pelo vírus da dengue (pontos pretos)

Quais fatores influenciam a evolução da dengue para sua forma hemorrágica?

As razões exatas são desconhecidas. Fatores genéticos individuais certamente estão envolvidos no processo de evolução da doença e há também a possibilidade de influência por uma infecção anterior, que pode intensificar uma segunda contaminação pelo vírus. No entanto, este não é um fator absoluto, pois muitas pessoas já contraíram infecções sucessivas por dengue sem desenvolver o quadro hemorrágico. A virulência das amostras também é um fator importante. Na epidemia do Rio de Janeiro de 2002/2003, a grande maioria dos casos fatais eram infecções primárias, ou seja, as pessoas nunca tinham contraído dengue, mas o vírus em questão, do tipo 3, era e continua a ser bastante virulento.

 

É correto afirmar que a segunda infecção será sempre mais grave que a primeira?

Não. A evolução da doença é um processo multifatorial e não há como prever com precisão.

Quantas vezes uma pessoa pode contrair dengue?

Não há limite para a infecção pelos vírus da dengue e as pessoas podem sofrer infecções sucessivas por todos os tipos de vírus circulantes na área.

 Monika Barth/IOC

 

 Outra imagem produzida em laboratório mostra células do mosquito Aedes aegypti infectadas pelo vírus da dengue (pontos pretos).



Qual a cepa mais virulenta e, portanto, perigosa?

O tipo 3, proveniente da Ásia e introduzido no Brasil e nas Américas em 1994. No entanto, todos os tipos virais podem levar eventualmente a óbito.

 

É verdade que crianças e jovens são hoje mais suscetíveis à doença?

Especula-se que a intensa circulação de diferentes tipos virais que infectam pessoas continuamente possa gerar imunidade na população adulta, em pessoas que já tenham sido contaminadas alguma vez. Dessa forma, crianças e jovens que nunca entraram em contato com o vírus circulante podem, sim, ser mais suscetíveis ao desenvolvimento da doença. Essa dinâmica foi registrada na Ásia nas décadas de 1970 e 1980 e é possível que a experiência se repita nas Américas.


Permitida a reprodução do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz). Para reprodução das imagens, favor encaminhar solicitação através do email jornalismo@ioc.fiocruz.br

Agradecimento especial à pesquisadora Monika Barth, pela cessão de imagens.

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)