Sete trabalhos desenvolvidos por pós-doutorandos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foram agraciados com o Prêmio Juliana de Meis 2023.
A premiação foi entregue durante o II Encontro Anual de Pós-doutorandos da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC, realizado no dia 30 de novembro.
O evento ocorreu no Auditório Emmanuel Dias, no Pavilhão Arthur Neiva, no campus Manguinhos da Fiocruz.
Ao todo, 19 trabalhos foram expostos nas sessões de apresentação oral e de pôsteres. Os vencedores foram selecionados por uma banca avaliadora.
A presença de mulheres no pós-doutorado se refletiu no perfil de participantes do evento, com mais 80% das inscrições de pesquisadoras. Entre os sete ganhadores de premiações e menções honrosas, seis foram mulheres, incluindo as vencedoras das categorias de apresentação oral e de pôster.
O primeiro lugar na categoria apresentação oral ficou com Ana Cristina de Souza Bombaça, pelo trabalho ‘A eliminação do simbionte em Strigomonas culicis induz a biossÃntese de novo de heme e a expressão de um transportador de ferro’. O estudo teve supervisão da pesquisadora do Laboratório de Doenças Parasitárias, Claudia Masini D’Avila Levy, e do pesquisador do Laboratório de Biologia Celular, Rubem Menna Barreto.
A coordenadora do Programa de Biologia Celular e Molecular, Patricia Cuervo Escobar, e Ana Cristina Bombaça, premiada pelo estudo sobre protozoário encontrado no intestino de mosquitos. Foto: Gutemberg BritoA pesquisa avaliou aspectos da biologia do protozoário S. culicis, um parasito encontrado no intestino de mosquitos e considerado um importante modelo para o estudo evolutivo de organelas celulares.
Usualmente, este microrganismo carrega uma bactéria simbiótica, que vive dentro da célula do protozoário. Esta bactéria está associada ao fornecimento de fatores essenciais para o crescimento de S. culicis, incluindo moléculas que participam da via bioquÃmica de sÃntese do composto heme.
Na pesquisa, foi observado que a eliminação da bactéria simbiótica leva à diminuição nos nÃveis intracelulares do composto heme em S. culicis. Ao mesmo tempo, desencadeia a ativação de uma via alternativa para a sÃntese do composto e aumenta a captação de ferro do ambiente extracelular pelo protozoário.
O segundo lugar na premiação ficou com Filipe Santos Pereira Dutra, pelo trabalho ‘Sepsis-induced lipid droplets contributed to resistance to bacterial infection and to liver dysfunction’, supervisionado pela chefe do Laboratório de Imunofarmacologia, PatrÃcia Torres Bozza.
A terceira colocação foi conquistada por Rafaella Ferreira Reis. Ela apresentou o estudo ‘Evaluation of GDF11 signaling in myogenesis in vitro’, que teve supervisão do pesquisador do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo, Ingo Riederer.
Poliana Capucho Sandre recebeu menção honrosa pela apresentação do trabalho ‘Influência dos linfócitos T CD4 durante o desenvolvimento e maturação do sistema nervoso central’, supervisionado pela pesquisadora do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo, Adriana Bonomo.
Na categoria pôster, a vencedora foi Ana Carolina Proença da Fonseca, que apresentou o trabalho ‘Cromossomo 16: o que os seus breakpoints têm a nos dizer?’.
PatrÃcia Cuervo e Ana Carolina da Fonseca, premiada por estudo sobre alteração genética associada com obesidade. Foto: Gutemberg BritoCom supervisão de PatrÃcia Torres Bozza, o estudo investigou alterações genéticas associadas com a obesidade monogênica não sindrômica - tipo raro de obesidade que está associado com alterações pontuais em um único gene ou variações no número de cópias gênicas.
Analisando o genoma de 200 pacientes, a pesquisa identificou deleções na região do genoma chamada de 16p11.2, descrevendo, pela primeira vez, essa alteração em brasileiros com obesidade grave.
O resultado da pesquisa reforça a utilidade clÃnica do teste genético para diagnosticar pacientes com obesidade monogênica e oferecer o acompanhamento mais adequado.
Duas pós-doutorandas receberam menção honrosa na categoria pôster.
Lilian Motta Cantanhede foi agraciada pelo estudo ‘Caracterização dos efeitos imunomoduladores de vesÃculas extracelulares de Leishmania (Viannia) e a relação com o status Leishmania RNA vÃrus 1’. O trabalho foi supervisionado pela chefe do Laboratório de Pesquisa em Leishmaniose, Elisa Cupollillo.
Natália Maria Lanzarini foi reconhecida pelo trabalho ‘Viral genetic diversity of municipal solid waste: comparison between truck and landfill leachate’, que teve supervisão da chefe do Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental, Marize Pereira Miagostovich, e do pesquisador do mesmo Laboratório, José Paulo Gagliardi Leite.
A premiação homenageia a cientista Juliana de Meis. Bióloga formada pela Universidade Santa Úrsula, Juliana cursou mestrado no Programa de Biologia Celular e Molecular e doutorado na Pós-graduação em Biologia Parasitária do IOC.
Foi pesquisadora do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo do IOC e docente dos Programas Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular e Lato sensu em Ensino em Biociências e Saúde do Instituto.
Coordenou ainda o Programa de Pesquisa Translacional em Doenças de Chagas da Fiocruz (Fio-Chagas).
A pesquisadora publicou mais de 30 artigos e ajudou a formar mais de uma dezena de mestres e doutores, além de acompanhar estudantes de iniciação cientÃfica.
VÃtima da Covid-19, a cientista faleceu em 16 de julho de 2021, na véspera de completar 49 anos.
O Encontro Anual de Pós-doutorandos da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular busca promover o debate e divulgar os trabalhos em desenvolvimento pelos bolsistas, potencializando colaborações cientÃficas.
Além das apresentações de pesquisas de pós-doutorado, a edição de 2023 contou com duas palestras. A chefe do Laboratório de HansenÃase do IOC, Roberta Olmo, homenageou o pesquisador Milton Ozório Moraes, ex-chefe do Laboratório de HansenÃase, egresso da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular e coordenador do Programa de 2006 a 2010, que faleceu em novembro de 2022.
Docente permanente e membro da Comissão de Pós-Graduação do Programa, a pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular de Parasitos e Vetores Yara Traub Cseko abordou a descoberta do DNA e a invenção da metodologia de PCR que completam, respectivamente, 70 e 40 anos este ano.
Sete trabalhos desenvolvidos por pós-doutorandos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foram agraciados com o Prêmio Juliana de Meis 2023.Â
A premiação foi entregue durante o II Encontro Anual de Pós-doutorandos da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC, realizado no dia 30 de novembro.Â
O evento ocorreu no Auditório Emmanuel Dias, no Pavilhão Arthur Neiva, no campus Manguinhos da Fiocruz.Â
Ao todo, 19 trabalhos foram expostos nas sessões de apresentação oral e de pôsteres. Os vencedores foram selecionados por uma banca avaliadora.Â
A presença de mulheres no pós-doutorado se refletiu no perfil de participantes do evento, com mais 80% das inscrições de pesquisadoras. Entre os sete ganhadores de premiações e menções honrosas, seis foram mulheres, incluindo as vencedoras das categorias de apresentação oral e de pôster.Â
O primeiro lugar na categoria apresentação oral ficou com Ana Cristina de Souza Bombaça, pelo trabalho ‘A eliminação do simbionte em Strigomonas culicis induz a biossÃntese de novo de heme e a expressão de um transportador de ferro’. O estudo teve supervisão da pesquisadora do Laboratório de Doenças Parasitárias, Claudia Masini D’Avila Levy, e do pesquisador do Laboratório de Biologia Celular, Rubem Menna Barreto.Â
A coordenadora do Programa de Biologia Celular e Molecular, Patricia Cuervo Escobar, e Ana Cristina Bombaça, premiada pelo estudo sobre protozoário encontrado no intestino de mosquitos. Foto: Gutemberg BritoA pesquisa avaliou aspectos da biologia do protozoário S. culicis, um parasito encontrado no intestino de mosquitos e considerado um importante modelo para o estudo evolutivo de organelas celulares.
Usualmente, este microrganismo carrega uma bactéria simbiótica, que vive dentro da célula do protozoário. Esta bactéria está associada ao fornecimento de fatores essenciais para o crescimento de S. culicis, incluindo moléculas que participam da via bioquÃmica de sÃntese do composto heme.
Na pesquisa, foi observado que a eliminação da bactéria simbiótica leva à diminuição nos nÃveis intracelulares do composto heme em S. culicis. Ao mesmo tempo, desencadeia a ativação de uma via alternativa para a sÃntese do composto e aumenta a captação de ferro do ambiente extracelular pelo protozoário.
O segundo lugar na premiação ficou com Filipe Santos Pereira Dutra, pelo trabalho ‘Sepsis-induced lipid droplets contributed to resistance to bacterial infection and to liver dysfunction’, supervisionado pela chefe do Laboratório de Imunofarmacologia, PatrÃcia Torres Bozza.Â
A terceira colocação foi conquistada por Rafaella Ferreira Reis. Ela apresentou o estudo ‘Evaluation of GDF11 signaling in myogenesis in vitro’, que teve supervisão do pesquisador do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo, Ingo Riederer.Â
Poliana Capucho Sandre recebeu menção honrosa pela apresentação do trabalho ‘Influência dos linfócitos T CD4 durante o desenvolvimento e maturação do sistema nervoso central’, supervisionado pela pesquisadora do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo, Adriana Bonomo.Â
Na categoria pôster, a vencedora foi Ana Carolina Proença da Fonseca, que apresentou o trabalho ‘Cromossomo 16: o que os seus breakpoints têm a nos dizer?’.Â
PatrÃcia Cuervo e Ana Carolina da Fonseca, premiada por estudo sobre alteração genética associada com obesidade. Foto: Gutemberg BritoCom supervisão de PatrÃcia Torres Bozza, o estudo investigou alterações genéticas associadas com a obesidade monogênica não sindrômica - tipo raro de obesidade que está associado com alterações pontuais em um único gene ou variações no número de cópias gênicas.Â
Analisando o genoma de 200 pacientes, a pesquisa identificou deleções na região do genoma chamada de 16p11.2, descrevendo, pela primeira vez, essa alteração em brasileiros com obesidade grave. Â
O resultado da pesquisa reforça a utilidade clÃnica do teste genético para diagnosticar pacientes com obesidade monogênica e oferecer o acompanhamento mais adequado.Â
Duas pós-doutorandas receberam menção honrosa na categoria pôster. Â
Lilian Motta Cantanhede foi agraciada pelo estudo ‘Caracterização dos efeitos imunomoduladores de vesÃculas extracelulares de Leishmania (Viannia) e a relação com o status Leishmania RNA vÃrus 1’. O trabalho foi supervisionado pela chefe do Laboratório de Pesquisa em Leishmaniose, Elisa Cupollillo.Â
Natália Maria Lanzarini foi reconhecida pelo trabalho ‘Viral genetic diversity of municipal solid waste: comparison between truck and landfill leachate’, que teve supervisão da chefe do Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental, Marize Pereira Miagostovich, e do pesquisador do mesmo Laboratório, José Paulo Gagliardi Leite.Â
A premiação homenageia a cientista Juliana de Meis. Bióloga formada pela Universidade Santa Úrsula, Juliana cursou mestrado no Programa de Biologia Celular e Molecular e doutorado na Pós-graduação em Biologia Parasitária do IOC.Â
Foi pesquisadora do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo do IOC e docente dos Programas Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular e Lato sensu em Ensino em Biociências e Saúde do Instituto.Â
Coordenou ainda o Programa de Pesquisa Translacional em Doenças de Chagas da Fiocruz (Fio-Chagas).Â
A pesquisadora publicou mais de 30 artigos e ajudou a formar mais de uma dezena de mestres e doutores, além de acompanhar estudantes de iniciação cientÃfica. Â
VÃtima da Covid-19, a cientista faleceu em 16 de julho de 2021, na véspera de completar 49 anos.Â
O Encontro Anual de Pós-doutorandos da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular busca promover o debate e divulgar os trabalhos em desenvolvimento pelos bolsistas, potencializando colaborações cientÃficas.Â
Além das apresentações de pesquisas de pós-doutorado, a edição de 2023 contou com duas palestras. A chefe do Laboratório de HansenÃase do IOC, Roberta Olmo, homenageou o pesquisador Milton Ozório Moraes, ex-chefe do Laboratório de HansenÃase, egresso da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular e coordenador do Programa de 2006 a 2010, que faleceu em novembro de 2022.
Docente permanente e membro da Comissão de Pós-Graduação do Programa, a pesquisadora do  Laboratório de Biologia Molecular de Parasitos e Vetores Yara Traub Cseko abordou a descoberta do DNA e a invenção da metodologia de PCR que completam, respectivamente, 70 e 40 anos este ano.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)