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Transmissão da dengue: fluxo de pessoas pode ser importante

Estudo relaciona concentração e movimentação da população a maiores taxas de transmissão da doença
Por Jornalismo IOC17/12/2009 - Atualizado em 06/12/2024

A movimentação humana é um fator chave para entender a transmissão do vírus da dengue no Rio de Janeiro, de acordo com resultados obtidos por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz),que acabam de ser publicados na revista  PLoS Neglected Tropical Diseases. O estudo contribui para um novo entendimento da dinâmica da dengue na segunda maior cidade do país. O trabalho, realizado em parceria com o Programa de Computação Científica (PROCC/Fiocruz), do Instituto de Comunicação e Informação Tecnológica em Saúde e da União Defensora do Meio Ambiente (UADEMA), analisou dados coletados antes e durante a epidemia de 2007-2008.

 

Os pesquisadores distribuíram armadilhas para o A. aegypti adulto e para seus ovos, em diversos pontos dos bairros pesquisados, com o objetivo de entender a dinâmica populacional do mosquito e identificar as áreas com maior risco de transmissão da dengue. 

 

A pesquisa traçou uma espécie de mapa de risco de transmissão da doença, com base em informações sorológicas e da análise da densidade populacional do vetor. O levantamento foi realizado em três regiões do Rio de Janeiro, com diferentes densidades populacionais, cobertura vegetal e histórico de dengue: Higienópolis (caracterizada como região urbana) Tubiacanga (com características suburbanas) e Palmares (uma área de favela). Foram analisadas amostras de sangue de moradores antes e durante a epidemia, para identificar, por exemplo, a presença de anticorpos indicativos da infecção recente pelo vírus. Com o auxílio de armadilhas específicas para a captura de ovos e de espécimes adultos do Aedes aegypti, foi realizada a coleta e análise semanal da população do mosquito.  

Os resultados apontaram a correlação entre um maior risco de transmissão da dengue e áreas com circulação mais intensa de pessoas. “Os dados que obtivemos mostram que a transmissão da doença está mais concentrada em áreas onde o fluxo de pessoas é mais intenso, em especial em regiões mais isoladas”, revela Nildimar. “Por exemplo, em Tubiacanga, encontramos taxas de transmissão maiores na área que concentra maior atividade comercial, escolas, e os principais pontos de ônibus. Em Palmares, a única entrada da comunidade é também o local de maior risco pela grande circulação de moradores e pela concentração das atividades comerciais da região.”
 
A pesquisadora chama atenção, ainda, para as altas taxas de transmissão silenciosa da doença, mesmo durante a epidemia, reveladas pelo estudo. “Analisamos amostras de sangue de 337 pessoas e registramos 30 casos de infecção recente pelo vírus. No entanto, mesmo com o grande número de casos ocorrido em 2007-2008, quase 80% dessas infecções eram assintomáticas, o que evidencia a dificuldade do controle da dengue e da elaboração de estimativas mais aproximadas da real dispersão do vírus”, acrescenta Nildimar.

Os resultados podem ser importantes para um melhor entendimento dos hábitos do mosquito Ae. aegypti e da dinâmica da transmissão da doença. “A pesquisa evidenciou, nos casos estudados, a relevância dos espaços públicos de maior circulação como áreas de maior oportunidade de ação do vetor, assim como os espaços domésticos”, explica Nildimar. “Com base nos dados apresentados, a análise dos padrões de movimentação humana pode trazer novas informações sobre a dinâmica de transmissão da doença, eventualmente contribuindo para a elaboração de possíveis novos modelos de controle e de alerta para surtos de dengue.” 

A dengue é um problema de saúde pública em muitas regiões tropicais do mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a prevalência da doença é maior em áreas tropicais da Ásia e das Américas. A doença causa, por ano, entre 50 e 100 milhões de casos de febre de dengue, sua manifestação mais branda, e de 250 a 500 mil casos de dengue hemorrágica em todo o mundo. No Brasil existem três sorotipos circulantes, responsáveis por epidemias severas nos verões de 2001-2002 e 2007-2008. No último surto, a cidade do Rio de Janeiro registrou milhares de casos da doença, com um total de 240 mortes. 

Marcelo Garcia

17/12/09

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Estudo relaciona concentração e movimentação da população a maiores taxas de transmissão da doença
Por: 
jornalismo

A movimentação humana é um fator chave para entender a transmissão do vírus da dengue no Rio de Janeiro, de acordo com resultados obtidos por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz),que acabam de ser publicados na revista  PLoS Neglected Tropical Diseases. O estudo contribui para um novo entendimento da dinâmica da dengue na segunda maior cidade do país. O trabalho, realizado em parceria com o Programa de Computação Científica (PROCC/Fiocruz), do Instituto de Comunicação e Informação Tecnológica em Saúde e da União Defensora do Meio Ambiente (UADEMA), analisou dados coletados antes e durante a epidemia de 2007-2008.

 

Os pesquisadores distribuíram armadilhas para o A. aegypti adulto e para seus ovos, em diversos pontos dos bairros pesquisados, com o objetivo de entender a dinâmica populacional do mosquito e identificar as áreas com maior risco de transmissão da dengue. 

 

A pesquisa traçou uma espécie de mapa de risco de transmissão da doença, com base em informações sorológicas e da análise da densidade populacional do vetor. O levantamento foi realizado em três regiões do Rio de Janeiro, com diferentes densidades populacionais, cobertura vegetal e histórico de dengue: Higienópolis (caracterizada como região urbana) Tubiacanga (com características suburbanas) e Palmares (uma área de favela). Foram analisadas amostras de sangue de moradores antes e durante a epidemia, para identificar, por exemplo, a presença de anticorpos indicativos da infecção recente pelo vírus. Com o auxílio de armadilhas específicas para a captura de ovos e de espécimes adultos do Aedes aegypti, foi realizada a coleta e análise semanal da população do mosquito.  

Os resultados apontaram a correlação entre um maior risco de transmissão da dengue e áreas com circulação mais intensa de pessoas. “Os dados que obtivemos mostram que a transmissão da doença está mais concentrada em áreas onde o fluxo de pessoas é mais intenso, em especial em regiões mais isoladas”, revela Nildimar. “Por exemplo, em Tubiacanga, encontramos taxas de transmissão maiores na área que concentra maior atividade comercial, escolas, e os principais pontos de ônibus. Em Palmares, a única entrada da comunidade é também o local de maior risco pela grande circulação de moradores e pela concentração das atividades comerciais da região.”
 
A pesquisadora chama atenção, ainda, para as altas taxas de transmissão silenciosa da doença, mesmo durante a epidemia, reveladas pelo estudo. “Analisamos amostras de sangue de 337 pessoas e registramos 30 casos de infecção recente pelo vírus. No entanto, mesmo com o grande número de casos ocorrido em 2007-2008, quase 80% dessas infecções eram assintomáticas, o que evidencia a dificuldade do controle da dengue e da elaboração de estimativas mais aproximadas da real dispersão do vírus”, acrescenta Nildimar.

Os resultados podem ser importantes para um melhor entendimento dos hábitos do mosquito Ae. aegypti e da dinâmica da transmissão da doença. “A pesquisa evidenciou, nos casos estudados, a relevância dos espaços públicos de maior circulação como áreas de maior oportunidade de ação do vetor, assim como os espaços domésticos”, explica Nildimar. “Com base nos dados apresentados, a análise dos padrões de movimentação humana pode trazer novas informações sobre a dinâmica de transmissão da doença, eventualmente contribuindo para a elaboração de possíveis novos modelos de controle e de alerta para surtos de dengue.” 

A dengue é um problema de saúde pública em muitas regiões tropicais do mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a prevalência da doença é maior em áreas tropicais da Ásia e das Américas. A doença causa, por ano, entre 50 e 100 milhões de casos de febre de dengue, sua manifestação mais branda, e de 250 a 500 mil casos de dengue hemorrágica em todo o mundo. No Brasil existem três sorotipos circulantes, responsáveis por epidemias severas nos verões de 2001-2002 e 2007-2008. No último surto, a cidade do Rio de Janeiro registrou milhares de casos da doença, com um total de 240 mortes. 

Marcelo Garcia

17/12/09

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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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