A vigilância em saúde no Brasil foi alvo de debate durante a edição desta sexta-feira, dia 28, do Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Durante a sessão, que oficializou a posição do IOC como referência nacional em saúde pública para problemas já existentes e para agravos emergentes, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Penna, apresentou um retrospecto da área no país, do século 18 à contemporaneidade.
Gutemberg Brito
Durante a palestra, Gerson Penna sinalizou prioridades para vigilância em saúde no Brasil
“Uma evolução importante é a perspectiva a partir da qual opera a vigilância em saúde. Primeiramente, as ações eram pautadas nas pessoas, sendo freqüente a imposição de hábitos e medidas preventivas. Depois, o foco recaiu sobre as doenças: de que forma combatê-las, como evitá-las. Hoje, nos esforçamos para prever riscos e antecipar soluções – dinâmica fundamental para o enfrentamento de problemas futuros, que não configuram ainda desafios à saúde pública nacional”, Penna apontou.
“Um problema que persiste, porém, é o comportamento ante a ignorância científica sobre certos temas. Se tivermos que enfrentar a gripe aviária, por exemplo, a medida emergencial será a mesma adotada em séculos anteriores para pacientes de doenças hoje controladas, como a hanseníase: isolamento, quarentena. Como escapar dessa dinâmica? Antecipando riscos e soluções. Esse é o papel, hoje, da vigilância em saúde”, reconheceu.
Gutemberg Brito
O secretario de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde comentou a dificuldade de definir prioridades na área
Entre os desafios atuais para a saúde pública brasileira, Penna destacou a leptospirose – área em que o IOC é centro colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS). “A leptospirose é a segunda maior causa de óbitos do Brasil, atrás somente da esquistossomose, e registra letalidade média de 11,3% no país. Ainda assim, não recebe a mesma atenção que outras infecções, como a dengue”, ponderou, indicando estimativa da OMS de que 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo vivem sob o risco de contrair a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Para Penna, doenças negligenciadas como hanseníase, tuberculose e leishmanioses devem ser enfrentadas por uma rede multidisciplinar, que associe pesquisa, serviços de referência e atenção.
O palestrante ressaltou ainda a necessidade de fóruns multidisciplinares para a definição de temas prioritários em saúde pública. “Responder a questões de saúde pública exige um esforço integrado. É preciso trabalhar em redes, com plataformas tecnológicas de alta performance”, destacou.
Bel Levy
28/11/08
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A vigilância em saúde no Brasil foi alvo de debate durante a edição desta sexta-feira, dia 28, do Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Durante a sessão, que oficializou a posição do IOC como referência nacional em saúde pública para problemas já existentes e para agravos emergentes, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Penna, apresentou um retrospecto da área no país, do século 18 à contemporaneidade.
Gutemberg Brito
Durante a palestra, Gerson Penna sinalizou prioridades para vigilância em saúde no Brasil
“Uma evolução importante é a perspectiva a partir da qual opera a vigilância em saúde. Primeiramente, as ações eram pautadas nas pessoas, sendo freqüente a imposição de hábitos e medidas preventivas. Depois, o foco recaiu sobre as doenças: de que forma combatê-las, como evitá-las. Hoje, nos esforçamos para prever riscos e antecipar soluções – dinâmica fundamental para o enfrentamento de problemas futuros, que não configuram ainda desafios à saúde pública nacional”, Penna apontou.
“Um problema que persiste, porém, é o comportamento ante a ignorância científica sobre certos temas. Se tivermos que enfrentar a gripe aviária, por exemplo, a medida emergencial será a mesma adotada em séculos anteriores para pacientes de doenças hoje controladas, como a hanseníase: isolamento, quarentena. Como escapar dessa dinâmica? Antecipando riscos e soluções. Esse é o papel, hoje, da vigilância em saúde”, reconheceu.
Gutemberg Brito
O secretario de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde comentou a dificuldade de definir prioridades na área
Entre os desafios atuais para a saúde pública brasileira, Penna destacou a leptospirose – área em que o IOC é centro colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS). “A leptospirose é a segunda maior causa de óbitos do Brasil, atrás somente da esquistossomose, e registra letalidade média de 11,3% no país. Ainda assim, não recebe a mesma atenção que outras infecções, como a dengue”, ponderou, indicando estimativa da OMS de que 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo vivem sob o risco de contrair a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Para Penna, doenças negligenciadas como hanseníase, tuberculose e leishmanioses devem ser enfrentadas por uma rede multidisciplinar, que associe pesquisa, serviços de referência e atenção.
O palestrante ressaltou ainda a necessidade de fóruns multidisciplinares para a definição de temas prioritários em saúde pública. “Responder a questões de saúde pública exige um esforço integrado. É preciso trabalhar em redes, com plataformas tecnológicas de alta performance”, destacou.
Bel Levy
28/11/08
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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)