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Viroses: prevenção simples evita problemas nas férias de verão

Especialista aponta higiene das mãos como a melhor forma de impedir a disseminação de vírus que pode causar surtos de diarreia em locais com aglomeração de pessoas
Por Jornalismo IOC18/01/2011 - Atualizado em 10/12/2019

O simples ato de lavar bem as mãos pode garantir que a tão esperada viagem de férias com a família tenha um final feliz. Principalmente durante o verão, época em que há maior aglomeração e confinamento de pessoas em locais como casas de veraneio e navios de cruzeiros, um grupo de vírus que pode causar surtos de diarreia encontra a condição ideal para se disseminar. No litoral de São Paulo, do início do ano até agora, foram registrados mais de dois mil casos relacionados ao norovírus, principal agente associado a este tipo de surto.

Estes vírus são eliminados em grande quantidade pelas fezes, se dispersam facilmente e resistem ao calor e a outras adversidades do ambiente. Como a transmissão ocorre sobretudo pelo contato das mãos com fezes contaminadas ou com superfícies contaminadas pelas partículas virais que estejam circulando, quanto maior o número de pessoas em um ambiente específico, maior o risco, explica o chefe do Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz), José Paulo Gagliardi Leite.

O virologista reforça que a melhor forma de prevenção é a higiene adequada das mãos. Tudo o que envolva manipulação das mãos pode se tornar veículo para transmissão do vírus. Por isso, lavar bem as mãos com água e sabão diminui muito as chances de contaminação. Outra orientação é lavar frutas e verduras com as mãos protegidas com luvas descartáveis ou higienizadas com regularidade, já que no verão a salada é um prato preferencial, pontua. Trata-se de um vírus muito resistente e com uma carga de infecção muito baixa: menos de 100 partículas são suficientes para causar o problema.

Segundo José Paulo Leite, o norovírus acomete crianças e adultos indiscriminadamente. Diferentemente do rotavírus e do astrovírus, que atingem preferencialmente as crianças, o norovírus acomete todas as faixas de idade, destaca. Outros aspectos podem se tornar agravantes. Existem muitos portadores assintomáticos, que não sabem que estão contaminados e disseminam o vírus. Além disso, o vômito também dispersa as partículas virais, alerta. O norovírus também pode estar presente em piscinas. Nos clubes e piscinas, muito frequentados nesta época, se uma pessoa que está com diarreia vai para a água, poderá levar uma quantidade de vírus. Na piscina, os produtos utilizados como o cloro podem não ter a concentração adequada para inativar o vírus, principalmente em períodos com maior movimento de pessoas nesses locais, completa o pesquisador.

Outro fator agravante está associado à reação imunológica do vírus: a imunidade conferida à pessoa que contraiu o vírus não é permanente. A pessoa que tem diarréia causada por um tipo de norovírus ficará protegida de uma nova infecção apenas temporariamente, por cerca de seis meses. Depois disso, poderá se infectar até pelo mesmo tipo de vírus, finaliza o especialista.


Renata Fontoura

17/01/11

Especialista aponta higiene das mãos como a melhor forma de impedir a disseminação de vírus que pode causar surtos de diarreia em locais com aglomeração de pessoas
Por: 
jornalismo

O simples ato de lavar bem as mãos pode garantir que a tão esperada viagem de férias com a família tenha um final feliz. Principalmente durante o verão, época em que há maior aglomeração e confinamento de pessoas em locais como casas de veraneio e navios de cruzeiros, um grupo de vírus que pode causar surtos de diarreia encontra a condição ideal para se disseminar. No litoral de São Paulo, do início do ano até agora, foram registrados mais de dois mil casos relacionados ao norovírus, principal agente associado a este tipo de surto.

Estes vírus são eliminados em grande quantidade pelas fezes, se dispersam facilmente e resistem ao calor e a outras adversidades do ambiente. Como a transmissão ocorre sobretudo pelo contato das mãos com fezes contaminadas ou com superfícies contaminadas pelas partículas virais que estejam circulando, quanto maior o número de pessoas em um ambiente específico, maior o risco, explica o chefe do Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz), José Paulo Gagliardi Leite.

O virologista reforça que a melhor forma de prevenção é a higiene adequada das mãos. Tudo o que envolva manipulação das mãos pode se tornar veículo para transmissão do vírus. Por isso, lavar bem as mãos com água e sabão diminui muito as chances de contaminação. Outra orientação é lavar frutas e verduras com as mãos protegidas com luvas descartáveis ou higienizadas com regularidade, já que no verão a salada é um prato preferencial, pontua. Trata-se de um vírus muito resistente e com uma carga de infecção muito baixa: menos de 100 partículas são suficientes para causar o problema.

Segundo José Paulo Leite, o norovírus acomete crianças e adultos indiscriminadamente. Diferentemente do rotavírus e do astrovírus, que atingem preferencialmente as crianças, o norovírus acomete todas as faixas de idade, destaca. Outros aspectos podem se tornar agravantes. Existem muitos portadores assintomáticos, que não sabem que estão contaminados e disseminam o vírus. Além disso, o vômito também dispersa as partículas virais, alerta. O norovírus também pode estar presente em piscinas. Nos clubes e piscinas, muito frequentados nesta época, se uma pessoa que está com diarreia vai para a água, poderá levar uma quantidade de vírus. Na piscina, os produtos utilizados como o cloro podem não ter a concentração adequada para inativar o vírus, principalmente em períodos com maior movimento de pessoas nesses locais, completa o pesquisador.

Outro fator agravante está associado à reação imunológica do vírus: a imunidade conferida à pessoa que contraiu o vírus não é permanente. A pessoa que tem diarréia causada por um tipo de norovírus ficará protegida de uma nova infecção apenas temporariamente, por cerca de seis meses. Depois disso, poderá se infectar até pelo mesmo tipo de vírus, finaliza o especialista.



Renata Fontoura

17/01/11



Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)