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Vitamina E pode apresentar efeito antagônico na inflamação

Vitamina E pode apresentar efeito antagônico na inflamaçãoResultado chama atenção para o cuidado necessário em relação ao uso indiscriminado desta vitamina. Administração de uma dosagem mais alta, mas abaixo do limite de toxicidade, pode agravar o quadro clínico
Por Jornalismo IOC18/12/2007 - Atualizado em 10/12/2019

Reconhecida por sua propriedade antioxidante – que protege o organismo contra danos causados por compostos químicos reativos conhecidos como radicais livres –, a vitamina E foi alvo de um estudo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) que procurou esclarecer seu potencial antiinflamatório. Os resultados mostraram que a vitamina E inibe a atividade do receptor nuclear PPAR gama, envolvido no processo inflamatório de doenças como diabetes e arteriosclerose, inibindo a inflamação. A pesquisa aponta, no entanto, também o papel antagônico da vitamina E em processos inflamatórios, demonstrando que a administração de uma dosagem mais alta, mas abaixo do limite de toxicidade, tem como conseqüência a piora do quadro clínico.

 

 Gutemberg Brito  

 

 A nutricionista Bárbara D’Alegria Silva desenvolveu o estudo que apontou o efeito antagônico da vitamina E no processo inflamatório 


“Utilizamos um modelo experimental em camundongos, no qual provocamos um processo inflamatório através do uso da estrutura de uma molécula presente em bactérias, chamada LPS. Avaliamos o efeito do tratamento com vitamina E neste modelo. Constatamos que uma dose de 40 microgramas por cavidade atua como antiinflamatória realmente. Mas, se a dose for aumentada para 120 microgramas por cavidade, a vitamina E tem atividade pró-inflamatória”, explica a nutricionista Bárbara D’Alegria Silva, que desenvolveu o tema durante sua tese de mestrado no Laboratório de Imunofarmacologia do IOC. “Não esperávamos por este resultado, já que a pesquisa foi iniciada com base em dados da literatura científica que apontavam somente o potencial antiinflamatório da vitamina E”, conclui a estudante do programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC.

Para a bióloga Adriana Ribeiro Silva, pesquisadora do Laboratório de Inflamação do IOC que orientou o trabalho em conjunto com chefe do Laboratório de Imunofarmacologia, o pesquisador Hugo Caire, o estudo traz um alerta importante quanto ao uso da vitamina E. “O resultado chama atenção para o cuidado necessário em relação ao uso indiscriminado desta vitamina. As pessoas imaginam que quanto maior a dose, melhor o resultado. Constatamos o contrário e isso é importante também porque o ligante do PPAR gama é utilizado clinicamente e aceito comercialmente como um antidiabético”, enfatiza. A recomendação é seguir com rigor a dosagem dos medicamentos prescritos pelo profissional de saúde.

O próximo passo da pesquisa, desenvolvida em dois anos, será investigar a atividade pró e antiinflamatória da vitamina E com foco na sepse, condição clínica que resulta da disseminação de bactérias a partir de um foco infeccioso e gera uma resposta inflamatória que pode acarretar óbito.

 Renata Fontoura

Vitamina E pode apresentar efeito antagônico na inflamaçãoResultado chama atenção para o cuidado necessário em relação ao uso indiscriminado desta vitamina. Administração de uma dosagem mais alta, mas abaixo do limite de toxicidade, pode agravar o quadro clínico
Por: 
jornalismo

Reconhecida por sua propriedade antioxidante – que protege o organismo contra danos causados por compostos químicos reativos conhecidos como radicais livres –, a vitamina E foi alvo de um estudo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) que procurou esclarecer seu potencial antiinflamatório. Os resultados mostraram que a vitamina E inibe a atividade do receptor nuclear PPAR gama, envolvido no processo inflamatório de doenças como diabetes e arteriosclerose, inibindo a inflamação. A pesquisa aponta, no entanto, também o papel antagônico da vitamina E em processos inflamatórios, demonstrando que a administração de uma dosagem mais alta, mas abaixo do limite de toxicidade, tem como conseqüência a piora do quadro clínico.

 

 Gutemberg Brito  

 

 A nutricionista Bárbara D’Alegria Silva desenvolveu o estudo que apontou o efeito antagônico da vitamina E no processo inflamatório 



“Utilizamos um modelo experimental em camundongos, no qual provocamos um processo inflamatório através do uso da estrutura de uma molécula presente em bactérias, chamada LPS. Avaliamos o efeito do tratamento com vitamina E neste modelo. Constatamos que uma dose de 40 microgramas por cavidade atua como antiinflamatória realmente. Mas, se a dose for aumentada para 120 microgramas por cavidade, a vitamina E tem atividade pró-inflamatória”, explica a nutricionista Bárbara D’Alegria Silva, que desenvolveu o tema durante sua tese de mestrado no Laboratório de Imunofarmacologia do IOC. “Não esperávamos por este resultado, já que a pesquisa foi iniciada com base em dados da literatura científica que apontavam somente o potencial antiinflamatório da vitamina E”, conclui a estudante do programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC.

Para a bióloga Adriana Ribeiro Silva, pesquisadora do Laboratório de Inflamação do IOC que orientou o trabalho em conjunto com chefe do Laboratório de Imunofarmacologia, o pesquisador Hugo Caire, o estudo traz um alerta importante quanto ao uso da vitamina E. “O resultado chama atenção para o cuidado necessário em relação ao uso indiscriminado desta vitamina. As pessoas imaginam que quanto maior a dose, melhor o resultado. Constatamos o contrário e isso é importante também porque o ligante do PPAR gama é utilizado clinicamente e aceito comercialmente como um antidiabético”, enfatiza. A recomendação é seguir com rigor a dosagem dos medicamentos prescritos pelo profissional de saúde.

O próximo passo da pesquisa, desenvolvida em dois anos, será investigar a atividade pró e antiinflamatória da vitamina E com foco na sepse, condição clínica que resulta da disseminação de bactérias a partir de um foco infeccioso e gera uma resposta inflamatória que pode acarretar óbito.

 Renata Fontoura

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)