Em relação aos vetores das Leishmanioses, são desenvolvidos projetos que tem como focos taxonomia, identificação de complexos de espécies crípticas, morfologia, ecologia, vigilância e biologia experimental de Phlebotominae.
Dentre as atividades de pesquisa, avalia a ecologia dos flebotomíneos vetores de Leishmaniose Tegumentar em áreas impactadas no Brasil, especialmente por grandes empreendimentos, bem como em áreas de preservação com atividades de ecoturismo, avaliando os hábitos que condicionam a competência vetorial nestes ambientes, considerando os novos perfis epidemiológicos da doença, possibilitando identificar fatores determinantes de adaptação e expansão.
Estudos sobre a biologia do vetor de Leishmaniose Visceral, Lutzomyia longipalpis, articulando métodos moleculares como ferramentas diagnósticas capazes de identificar a origem da fonte alimentar e a infecção natural por Leishmania (L.) infantum chagasi, podem auxiliar no entendimento do processo de expansão e urbanização da doença no Brasil.
Sendo a correta identificação de vetores das leishmanioses de fundamental importância nos estudos de vigilância entomológica, bem como na avaliação da resistência aos inseticidas convencionais preconizados pelo Programa Nacional de Controle das Leishmanioses, as pesquisas desenvolvidas sobre o “complexo” Lutzomyia longipalpis buscam gerar informações que contribuam com a elucidação do status taxonômico deste vetor, no Brasil.
A aplicação de geotecnologias, como sensoriamento remoto e a implantação de um sistema de informação geográfica, permitem associar informações ambientais, sociais e biológicas que colaboram para a definição dos determinantes de expansão e instalação das leishmanioses. Tais pesquisas visam avaliar situações de risco e possibilitar a identificação de áreas propícias ao surgimento de surtos epidêmicos de leishmanioses , com informações que poderão orientar ações de vigilância entomológica e auxiliar no planejamento de um sistema de monitoramento dos vetores.
O sucesso no controle de vetores da Leishmaniose Tegumentar permanece como um grande desafio, face à heterogeneidade de cenários eco-epidemiológicos. Sob esta perspectiva, a adoção de uma proposta de ações integradas surge como uma possibilidade promissora para reduzir o contato homem-vetor de modo a interferir na dinâmica populacional de flebotomíneos, envolvendo não apenas a vigilância entomológica, mas, também, o manejo ambiental e as ações de educação em saúde.
Estudos com estes objetivos permitirão acompanhar o processo de transmissão da doença, avaliando impactos das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sobre a dinâmica de vetores em comunidades de áreas endêmicas.
Referência Nacional e Regional em Vigilância Entomológica, Taxonomia e Ecologia de Vetores das Leishmanioses para o Ministério da Saúde, o Laboratório atua junto ao Programa Nacional de Controle das Leishmanioses, oferecendo consultoria e assessoria técnica sobre ações de vigilância e controle das leishmanioses nas esferas federal, estadual e municipal. É, também, referência para organismos internacionais (OPAS e OMS).
Uma segunda vertente do laboratório se dedica à Entomologia Médica e Forense, realizando pesquisas sobre triatomíneos e moscas.
Em relação aos vetores da Doença de Chagas, pesquisas têm possibilitado a realização de inquéritos entomológicos sobre a presença destes nos domicílios, peridomicílios e ecótopos próximos, com o objetivo de avaliar os riscos potenciais da endemicidade da doença, em diversas regiões do Brasil.
Realiza, também, a caracterização biológica e morfológica do parasito Trypanosoma cruzi isolado de triatomíneos vetores, expandindo para abordagens bioquímicas e moleculares, além de estudar a relação parasito-hospedeiro invertebrado.
Ainda, com foco na Doença de Chagas, são ministradas capacitações para agentes de saúde, agentes de endemias, laboratoristas, enfermeiros, médicos, biólogos, médicos veterinários bem como, através de ações educativas, professores, alunos e comunidades.
São desenvolvidos também estudos sobre bionomia e controle de dípteros muscóides de importância sanitária e forense, sob condições controladas em laboratório. A principal abordagem refere-se à identificação de ovos de dípteros muscóides através da utilização de microscopia eletrônica, uma vez que estes ovos possuem grande valor diagnóstico na entomologia forense, facilitando, assim, uma identificação mais precisa de numerosas espécies de moscas.
