Doze meninas, estudantes do ensino médio da rede pública do estado do Rio de Janeiro, estiveram nos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no campus de Manguinhos, no dia 09 de fevereiro. Elas foram recebidas por pesquisadoras em 13 laboratórios que participaram do evento ‘Imersão no Verão’, realizado para marcar o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.
A pesquisadora Rafaela Bruno, ao centro, recepcionou as estudantes no IOC e destacou a importância do “Imersão Verão” para estimular o ingresso na carreira científica. Foto: Gutemberg BritoPromovido pelo Programa Fiocruz Mulheres e Meninas na Ciência, da Coordenação de Divulgação Científica, vinculada à Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (Vpeic/Fiocruz), o ‘Imersão Verão’ teve participação de todas as unidades da Fiocruz no Rio de Janeiro. Ao todo, o evento recebeu cem alunas, selecionadas entre 290 inscritas, de 30 municípios do estado.
Em dois dias de programação, as estudantes realizaram atividades em laboratórios e espaços de pesquisa da Fiocruz, participaram de uma roda de conversa com o tema ‘Diversidade de vozes’ e visitaram os espaços históricos do campus de Manguinhos. Nos laboratórios do IOC, as estudantes tiveram a oportunidade de realizar experimentos e conhecer mais sobre a carreira científica.
“É muito importante abrir as portas dos nossos laboratórios e centros de pesquisa para que essas meninas tenham esse primeiro contato com o ambiente científico. Muitas vezes, elas não têm a visão de que podem ser cientistas e do que é ser cientista. É uma realidade muito distante. Essa aproximação instiga elas a pensarem na possibilidade de seguir carreira na ciência”, afirmou a chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos do IOC, Rafaela Bruno, que coordenou as atividades no Instituto.
Ana Luiza Delorenzi, de 17 anos, disse que as atividades contribuíram para confirmar o interesse pelas ciências biomédicas. Foto: Gutemberg BritoEntre as alunas, algumas já tinham o sonho de ser cientistas e confirmaram a vocação, como Nicolle Camilo Marques, de 18 anos, aluna do Colégio Estadual Inácio Azevedo do Amaral, no Jardim Botânico, bairro da zona sul carioca.
“Quero seguir carreira na ciência, fazer biologia ou medicina. Mas eu nunca tinha entrado num laboratório. Vivendo tudo isso, aumenta muito a minha expectativa para seguir nessa área”, comentou Nicolle, após executar procedimentos para identificação de material genético através da metodologia de eletroforese em gel de agarose, no Laboratório de Aids e Imunologia Molecular.
A estudante Ana Luiza Delorenzi, de 17 anos, que cursa o ensino médio técnico em farmácia no Instituto Federal do Rio de Janeiro, no Maracanã, zona norte da cidade, ressaltou a oportunidade de conhecer uma instituição de referência na área da saúde.
“Eu gostaria muito de fazer biomedicina ou medicina e vim aqui para aprender. Não tem lugar melhor do que a Fiocruz nessa área. Essa visita me mostrou as possibilidades que estão ao meu alcance”, disse Ana Luiza, que conheceu algumas técnicas de cultivo e análise de parasitos Leishmania aplicadas no Laboratório de Pesquisa em Leishmaniose.
Com sonho de se tornar pesquisadora, Nicolle Camilo Marques, de 18 anos, teve a primeira experiência em um laboratório, supervisionada pela pesquisadora Monick Guimarães. Foto: Gutemberg BritoAlém de expandir o conhecimento sobre a carreira científica, algumas estudantes disseram que a experiência contribuiu para mudar perspectivas sobre a ciência.
“Apresentaram uma questão e tivemos que pensar nos testes para resolver o problema. Eu imaginava que o trabalho dos cientistas era mais fácil, mas vi que eles não têm as respostas. Eles precisam descobrir, fazer testes para chegar a uma solução”, contou Rosinauria de Souza Britto, de 16 anos, estudante do CIEP 441, em Magé, baixada fluminense. No Laboratório de Pesquisa sobre o Timo, ela acompanhou testes para identificação de tipos sanguíneos e observou células.
“Foi totalmente diferente do que eu imaginava. Eu tinha uma visão de que os pesquisadores trabalhariam isolados, mas vi todos muito integrados. Também percebi que todos têm uma paixão muito grande pela ciência”, afirmou Julia Mattos, aluna do curso técnico em produção audiovisual da Faetec, na capital fluminense, que conheceu as fases de vida do Aedes aegypti no Laboratório de Biologia Molecular de Insetos.
As pesquisadoras do IOC que receberam as estudantes ressaltaram a importância de abrir as portas dos laboratórios para as meninas.
“Muitas estudantes não têm acesso a laboratórios nas escolas e mesmo aquelas que têm acesso, muitas vezes, não sabem qual o caminho para se tornar uma cientista. Esse tipo de atividade é muito importante para sensibilizar, informar e despertar curiosidade”, ressaltou Daniela Arêas, pesquisadora do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo.
Além de serem recebidas por pesquisadoras, estudantes do ensino médico conheceram alunas de iniciação científica e pós-graduação, que iniciam suas carreiras na ciência. Foto: Gutemberg BritoEmbora ainda existam desafios, as pesquisadoras também destacaram o espaço conquistado pelas mulheres na ciência, especialmente na área biomédica.
“Existem alguns cenários onde ainda vemos poucas mulheres, mas, na área biomédica, temos uma presença significativa de mulheres. Fizemos uma roda de conversa para mostrar às estudantes que somos muitas mulheres no laboratório e diversas, de diferentes países, origens sociais, experiências de vida e formações”, ressaltou a chefe do Laboratório de Pesquisa em Leishmaniose, Elisa Cupolillo.
“No IOC, já temos maioria de mulheres na chefia dos laboratórios. Esse tipo de atividade com as meninas é importante para expandir a presença feminina em áreas onde ela ainda é reduzida e, nas ciências biológicas, elas veem que podem atingir patamares ainda mais altos, que já começamos a ocupar, como a chefia de um grande instituto e o cargo de ministra da Saúde”, afirmou a chefe do Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular, Monick Lindenmeyer Guimarães.
Celebrado no dia 11 de fevereiro, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 para dar visibilidade ao papel e às contribuições das mulheres na ciência. Na Fiocruz, a data é comemorada desde 2019.
Doze meninas, estudantes do ensino médio da rede pública do estado do Rio de Janeiro, estiveram nos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no campus de Manguinhos, no dia 09 de fevereiro. Elas foram recebidas por pesquisadoras em 13 laboratórios que participaram do evento ‘Imersão no Verão’, realizado para marcar o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.
A pesquisadora Rafaela Bruno, ao centro, recepcionou as estudantes no IOC e destacou a importância do “Imersão Verão” para estimular o ingresso na carreira científica. Foto: Gutemberg BritoPromovido pelo Programa Fiocruz Mulheres e Meninas na Ciência, da Coordenação de Divulgação Científica, vinculada à Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (Vpeic/Fiocruz), o ‘Imersão Verão’ teve participação de todas as unidades da Fiocruz no Rio de Janeiro. Ao todo, o evento recebeu cem alunas, selecionadas entre 290 inscritas, de 30 municípios do estado.
Em dois dias de programação, as estudantes realizaram atividades em laboratórios e espaços de pesquisa da Fiocruz, participaram de uma roda de conversa com o tema ‘Diversidade de vozes’ e visitaram os espaços históricos do campus de Manguinhos. Nos laboratórios do IOC, as estudantes tiveram a oportunidade de realizar experimentos e conhecer mais sobre a carreira científica.
“É muito importante abrir as portas dos nossos laboratórios e centros de pesquisa para que essas meninas tenham esse primeiro contato com o ambiente científico. Muitas vezes, elas não têm a visão de que podem ser cientistas e do que é ser cientista. É uma realidade muito distante. Essa aproximação instiga elas a pensarem na possibilidade de seguir carreira na ciência”, afirmou a chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos do IOC, Rafaela Bruno, que coordenou as atividades no Instituto.
Ana Luiza Delorenzi, de 17 anos, disse que as atividades contribuíram para confirmar o interesse pelas ciências biomédicas. Foto: Gutemberg BritoEntre as alunas, algumas já tinham o sonho de ser cientistas e confirmaram a vocação, como Nicolle Camilo Marques, de 18 anos, aluna do Colégio Estadual Inácio Azevedo do Amaral, no Jardim Botânico, bairro da zona sul carioca.
“Quero seguir carreira na ciência, fazer biologia ou medicina. Mas eu nunca tinha entrado num laboratório. Vivendo tudo isso, aumenta muito a minha expectativa para seguir nessa área”, comentou Nicolle, após executar procedimentos para identificação de material genético através da metodologia de eletroforese em gel de agarose, no Laboratório de Aids e Imunologia Molecular.
A estudante Ana Luiza Delorenzi, de 17 anos, que cursa o ensino médio técnico em farmácia no Instituto Federal do Rio de Janeiro, no Maracanã, zona norte da cidade, ressaltou a oportunidade de conhecer uma instituição de referência na área da saúde.
“Eu gostaria muito de fazer biomedicina ou medicina e vim aqui para aprender. Não tem lugar melhor do que a Fiocruz nessa área. Essa visita me mostrou as possibilidades que estão ao meu alcance”, disse Ana Luiza, que conheceu algumas técnicas de cultivo e análise de parasitos Leishmania aplicadas no Laboratório de Pesquisa em Leishmaniose.
Com sonho de se tornar pesquisadora, Nicolle Camilo Marques, de 18 anos, teve a primeira experiência em um laboratório, supervisionada pela pesquisadora Monick Guimarães. Foto: Gutemberg BritoAlém de expandir o conhecimento sobre a carreira científica, algumas estudantes disseram que a experiência contribuiu para mudar perspectivas sobre a ciência.
“Apresentaram uma questão e tivemos que pensar nos testes para resolver o problema. Eu imaginava que o trabalho dos cientistas era mais fácil, mas vi que eles não têm as respostas. Eles precisam descobrir, fazer testes para chegar a uma solução”, contou Rosinauria de Souza Britto, de 16 anos, estudante do CIEP 441, em Magé, baixada fluminense. No Laboratório de Pesquisa sobre o Timo, ela acompanhou testes para identificação de tipos sanguíneos e observou células.
“Foi totalmente diferente do que eu imaginava. Eu tinha uma visão de que os pesquisadores trabalhariam isolados, mas vi todos muito integrados. Também percebi que todos têm uma paixão muito grande pela ciência”, afirmou Julia Mattos, aluna do curso técnico em produção audiovisual da Faetec, na capital fluminense, que conheceu as fases de vida do Aedes aegypti no Laboratório de Biologia Molecular de Insetos.
As pesquisadoras do IOC que receberam as estudantes ressaltaram a importância de abrir as portas dos laboratórios para as meninas.
“Muitas estudantes não têm acesso a laboratórios nas escolas e mesmo aquelas que têm acesso, muitas vezes, não sabem qual o caminho para se tornar uma cientista. Esse tipo de atividade é muito importante para sensibilizar, informar e despertar curiosidade”, ressaltou Daniela Arêas, pesquisadora do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo.
Além de serem recebidas por pesquisadoras, estudantes do ensino médico conheceram alunas de iniciação científica e pós-graduação, que iniciam suas carreiras na ciência. Foto: Gutemberg BritoEmbora ainda existam desafios, as pesquisadoras também destacaram o espaço conquistado pelas mulheres na ciência, especialmente na área biomédica.
“Existem alguns cenários onde ainda vemos poucas mulheres, mas, na área biomédica, temos uma presença significativa de mulheres. Fizemos uma roda de conversa para mostrar às estudantes que somos muitas mulheres no laboratório e diversas, de diferentes países, origens sociais, experiências de vida e formações”, ressaltou a chefe do Laboratório de Pesquisa em Leishmaniose, Elisa Cupolillo.
“No IOC, já temos maioria de mulheres na chefia dos laboratórios. Esse tipo de atividade com as meninas é importante para expandir a presença feminina em áreas onde ela ainda é reduzida e, nas ciências biológicas, elas veem que podem atingir patamares ainda mais altos, que já começamos a ocupar, como a chefia de um grande instituto e o cargo de ministra da Saúde”, afirmou a chefe do Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular, Monick Lindenmeyer Guimarães.
Celebrado no dia 11 de fevereiro, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 para dar visibilidade ao papel e às contribuições das mulheres na ciência. Na Fiocruz, a data é comemorada desde 2019.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)