O Laboratório de FlavivÃrus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi criado em 1986 para atender as necessidades de Saúde Pública relativas a uma doença de grande impacto para a população brasileira: Dengue.
Ao longo das últimas décadas, tem desenvolvido pesquisas visando gerar conhecimentos nesta temática, assim como desenvolver e aplicar novas metodologias para o melhor conhecimento da circulação de outros flavivÃrus e alphavÃrus no Estado do Rio de Janeiro.
Através de estudos sorológicos e moleculares, o laboratório evidencia a circulação de vÃrus de grande importância clÃnico-epidemiológica como, por exemplo: VÃrus do Nilo Ocidental, o vÃrus da encefalite de São Luis, o vÃrus Chikungunya e o vÃrus Zika.
Na área de epidemiologia molecular, o LABFLA atua na análise filogenética de arbovÃrus circulantes desde o ano 2000 monitorando os genótipos de sorotipos dos vÃrus dengue. Os estudos foram sendo ampliados de acordo com a emergência de novos arbovÃrus, como zika e Chikungunya de modo a monitorar estimar a origem de cada genótipo, além de compreender seus padrões de migração no Brasil e no mundo.
A compreensão da variabilidade genética dos vÃrus em determinada área é fundamental, uma vez que sua epidemiologia é determinada por diversos fatores relacionados ao hospedeiro, ao vetor e ao ambiente.
Nesse contexto, a análise das recentes epidemias de dengue ocorridas no Brasil, associadas, por exemplo, às formas variantes do DENV-2 e DENV-3, tem gerado dados epidemiológicos bastante relevantes, especialmente a partir de 2005, quando métodos moleculares foram incorporados pelo Ministério da Saúde para a confirmação de casos fatais de dengue.
As diversas parcerias do Laboratório com grupos de todo o Brasil também tem possibilitado o estudo mais detalhado dos genótipos atualmente circulantes no paÃs. A vigilância epidemiológica do dengue envolve ações na área de vigilância entomológica e virológica, que devem ser intensificadas principalmente em perÃodos interepidêmicos. A genotipagem dos vÃrus isolados pode ainda fornecer informações relevantes na compreensão da sua interação com o vetor transmissor da doença.
Em 2017, o LABFLA incorporou a tecnologia de sequenciamento genômico de arbovÃrus por nanoporos (MinIon), trazendo maior robustez e resultados mais rápidos para a vigilância molecular dos arbovÃrus. Centenas de amostras de dengue, febre amarela, zika e Chikungunya foram sequenciadas durantes as recentes epidemias destas arboviroses e os dados de epidemiologia molecular enviados ao Ministério da Saúde em tempo real.
Os pesquisadores do laboratório colaboram com outras unidades da Fiocruz e externas nacionais e internacionais, no estudo da patogenia dos arbovÃrus e das manifestações clÃnicas, formas atÃpicas da doença, gravidade da doença e relação com o sorotipo e genótipo envolvido, assim como os fatores associados à resposta imune. Outro aspecto de grande interesse é o estudo das infecções por dengue, zika e chikungunya em gestantes e crianças.
A resposta imune inata ao dengue também tem sido alvo de investigação e é realizado em colaboração com o Laboratório de Imunologia Viral, de forma a entender a patogenia da doença através o estudo de citocinas e outros marcadores celulares.
O Laboratório também colabora com pesquisas direcionadas para a vacina de febre amarela e dengue, em parceria com Bio-Manguinhos. Assim como com o Instituto de Biologia Molecular do Paraná no desenvolvimento de testes diagnóstico.