O Laboratório de Zoonoses Bacterianas (LABZOO) do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) dedica-se ao estudo da prevalência e da incidência de zoonoses bacterianas e respectivos agravos. Utilizando técnicas de biologia molecular e tradicional, gera subsídios para o estudo da patologia, epidemiologia, ecologia e outras temáticas relativas a estas doenças.
Sua equipe mantém contínua troca de informações e iniciativas de cooperação técnico-científica com diversas instituições do país e do exterior, através do intercâmbio de material de pesquisa e informações, além da participação em investigações de diversas naturezas.
O LABZOO abriga o Laboratório de Referência Nacional para Leptospirose (LRNL) que, em 2008, tornou-se o quarto Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde em Leptospirose no mundo, atuando especialmente na América Latina e Caribe.
Além da atividade de Serviço de Referência, o LABZOO alberga três coleções microbiológicas institucionalizadas: Coleção de Campylobacter (CCAMP), Coleção de Listeria (CLIST) e Coleção de Leptospira, reconhecidas pela Fiocruz (desde 2008), pela World Federation for Culture Collection - WFCC (desde 2010) e pelo Genetic Heritage Management Board - CGEN (desde 2010).
As atividades do LABZOO incluem a caracterização fenotípica e genotípica de cepas clínicas (humanas e de animais) e também àquelas oriundas de alimentos e do ambiente, o gerenciamento do acervo de suas Coleções Biológicas (CCAMP, CLIST e CLEP) e a formação e treinamento de profissionais em diferentes níveis.
Apresenta como principais linhas de pesquisa estudos fenotípicos e genotípicos sobre leptospirose, Campylobacter, Listeria e Yersinia enterocolitica, dentre outras zoonoses de interesse humano, veterinário e industrial.
Em leptospirose, dedica-se especialmente ao estudo da epidemiologia molecular da doença, de sua patogênese – através de modelos experimentais –, e à identificação de potenciais candidatos para o desenvolvimento de métodos de diagnóstico e vacinas. O Serviço de Referência Nacional para Leptospirose, designado como Centro Colaborador da OMS em 2008, tem como missão o desenvolvimento de ações de cooperação técnico-científica, com destaque para a colaboração em situações epidêmicas.
Suas principais metas são o investimento no desenvolvimento de outros centros de pesquisa na América Latina e Caribe e a implementação de uma rede de Laboratórios de Referência Nacional nos países destas regiões. Tais situações estão voltadas para a estruturação da capacidade operacional visando atender uma das metas da OMS para o milênio: a redução da morbidade e letalidade de doenças emergentes e negligenciadas, como no caso, a leptospirose.
No estudo em Campylobacter, o Laboratório dedica-se à pesquisa de aspectos bacteriológicos, ecológicos e epidemiológicos de Campylobacter termofilicos, aprofundando conhecimentos sobre perfis fenotípico e genotípico, ecologia e epidemiologia das cepas brasileiras. O Setor de Campylobacter oferece consultoria e parceria na área industrial sobre a detecção desta bactéria na linha de produção de aves.
Desenvolve, ainda, projetos de pesquisa que envolvem a formulação de metodologias para a mitigação dos riscos à saúde humana e ambiental da poluição por mercúrio (a partir de abordagem biotecnológica) assim como a avaliação da degradação ambiental em diferentes ecossistemas aquáticos (avaliando o impacto microbiológico por Campylobacter spp. e de outros enteropatógenos bacterianos).
Realiza, ainda, estudos sobre a prevalência das espécies de Campylobacter em crianças hospitalizadas na cidade do Rio de Janeiro, e análises epidemiológicas da diversidade genética e a determinação dos fatores de virulência de estirpes de Campylobacter jejuni, principalmente.
Entre suas linhas de pesquisa sobre Listeria, encontra-se a análise de aspectos bacteriológicos, ecológicos e de epidemiologia molecular da bactéria em gestantes vivendo com o vírus da AIDS, e pacientes imunocomprometidos com doenças de base crônicas degenerativas, realizado em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e com a Fiocruz/PE.
O Setor de Listeria estuda, também, a incidência e o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos em L. monocytogenes isolados de diferentes alimentos originários de diferentes regiões do território nacional. Outra atividade realizada consiste na análise epidemiológica da diversidade genética e a determinação dos fatores de virulência (aspectos fenotípicos e moleculares) de cepas de L. monocytogenes e Y. enterocolitica oriundas de diferentes fontes (humana, alimentar e ambiental).